sábado, 27 de fevereiro de 2010

Entenda a cultura e venda mais

  Dentro do planejamento de marketing uma das peças mais importantes é a análise de cultura. Fazer qualquer ação de comunicação sem uma leitura fidedigna dos padrões culturais do público é disperdício de verba e uma limitação estratégica para o desenvolvimento dos negócios.
Levemos em consideração que cultura é o conjunto de comportamentos, valores e respostas aprendidas. Então, analiticamente, podemos entender que num grupo social como o da cidade de São Paulo existem diversas subculturas, pois os padrões são significativamente distintos. Por exemplo, nos bairros de Itaim (zona Sul) e Itaim Paulista (zona Leste) as pessoas têm seleções diferentes de mídias, escolha de produtos, gostos, crenças e atitudes diferenciadas uma das outras. Portanto, não há resultados globais tão satisfatórios quando adotamos um posicionamento de comunicação singular. É preciso cada vez mais segmentar o mix de comunicação para preencher as lacunas entreabertas pela evolução natural dos tempos.
As grandes emissoras de TVs já se preparam para tal desafio através da Tv Digital, podendo cada vez mais estratificar as possibilidades de interação com os telespectadores, com programas em que num simples click é possível obter informações sobre a compra de um batom usado pela atriz da novela, ou mesmo sobre o poderoso carro dirigido pelo galã. Também já está na pauta as campanhas segmentadas para municípios e bairros, reduzindo cada vez mais a margem de interação entre anunciantes e compradores.
Nós da KFL criamos o programa Bairro a Bairro, com base em ações dirigidas, localizadas em pontos estratégicos, com uma leitura fiel de público e da cultura local, para obter o máximo do planejamento de comunicação durante o ano. O entendimento é de que ações sistematizadas podem ser mais eficazes do que adotar ações globais isoladas. Imagine que uma determinada loja do grande varejo tenha presença constante na mídia, evidenciando seu valor de marca, o contato efetivo com o público e a garantia da manutenção informativa de preços e produtos. Sem dúvida será uma grande fonte de comunicação e geração de negócios com o mercado. Agora imagine fragmentar esse mesmo mercado e atender suas carências culturais de comunicação... Bem, as chances de multiplicação da realização de bons negócios serão bem maiores. É por isso que a leitura estratificada do mercado sob o ponto de vista cultural é de suma importância. Hoje, temos dois universos paralelos para serem trabalhados: o mundo real e o virtual (Internet). São inúmeras as ferramentas, mídias e canais de comunicação para serem postos à prova. É importante sempre salientar que para a comunicação não há limites.

 Laércio Pimentel, jornalista, é diretor da KFL Comunicações.

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sábado, 20 de fevereiro de 2010

Só vontade de acertar não basta

Muitas vezes vontade demais atropela os resultados. Nesta última semana vimos a demissão do técnico Muricy Ramalho pelo Palmeiras. Até então não seria nada demais, afinal é costume o comandante do time pagar o pato pelos maus resultados. Entretanto, já tivemos no ano passado a demissão de Vanderlei Luxemburgo. Ou seja, em pouco menos de um ano, foram demitidos os dois melhores técnicos no futebol brasileiro - com base no restrospectivo histórico de resultados. Bem, quem analisar friamente poderá até mesmo questionar a capacidade intelectual do presidente e de sua diretoria, mas quem conhece o histórico do professor Belluzzo sabe que ser bestial é algo longe de sua realidade profissional. Então, o que acontece? Por que não consegue acertar?
As respostas chovem a cântaros, desde a contratação de um psicólogo até a demissão em massa de grande parte do time e de toda a diretoria. Mas há um outro ingrediente nesse angu: existe uma vontade exagerada em acertar. Não quero aqui dizer que vontade pode ser a causa dos maus resultados, porém, a emoção exacerbada compromete a racionalidade do planejamento, e quando isso acontece não há um propósito assertivo de liderança, então, o caldo desanda.
Pergunta: se fosse chamado para a presidência do Banco Central, o economista Belluzzo conduziria sua administração com mais emotividade ou racionalidade? Pois é, todos conhecemos a resposta. Então volto ao tema: até onde a vontade em demasia pode ser responsável pelo fracasso de um projeto?
Meus leitores devem estar se perguntando: o que isso tudo tem a ver com a comunicação? Respondo: tudo!
Comunicação intrapessoal é um dos quatro pilares de sustentação das relações e da comunicação - os demais são interpessoal, grupo e massa. Aqui a pessoa estabelece sintonia com o próprio eu, de maneira racional, para avaliar a própria conduta, o cenário geral, aferindo seus erros e acertos. Só dessa maneira é possível criar um mapa de navegação intelectual e estratégico para alcançar os resultados planejados.
Enquanto postava o artigo, recebi a informação que o novo técnico, Antonio Carlos, fazia seu primeiro treino, e do lado de fora, de maneira exemplar, a torcida protestava. Para ele, boa sorte, equilíbrio e competência... e também para os demais.

domingo, 14 de fevereiro de 2010

Fábrica de emoções

Escolas de Samba são um verdadeiro show de alusão à administração empresarial. Quem já conviveu com ensaios, desfiles, barracão sabe do que estou falando. Tudo funciona de maneira planejada do começo ao fim. Todos sabem exatamente qual é seu papel, sua importância e função para se alcançar um objetivo coletivo. Há uma constante comunicação que flora desde a escolha do samba-enredo até o último minuto de desfile na passarela. O resultado sempre é glorioso, mesmo para aquelas que não alcançam o primeiro lugar.
A estratificação dos departamentos (harmonia, alegoria, adereços, bateria, alas e muito mais) é regida de maneira harmoniosa pelas lideranças, e conduzida com maestria pelas presidências. Existe um respeito exemplar pelas co-irmãs, pois todos desejam o primeiro lugar, porém, ninguém deixa de reconhecer o mérito e o esforço da concorrência. Não há animosidade quando você visita uma escola vestindo a camisa de outra; há, sim, respeito! É fruto de uma cultura de décadas, passada de pai para filho, de vizinho para vizinho, numa cadeia de comunicação que transcende a racionalidade e funciona muito bem no plano cognitivo.
Mesmo quando há sérias discussões, tudo acontece em torno de uma única razão: acertar! Sob a meta de apresentar um grande Carnaval, as pessoas esquecem seus problemas, diferenças, dificuldades e superam obstáculos, muitas vezes, tidos como intransponíveis.
Todas as vezes que estive em Escolas de Samba (e não foram poucas), percebi como é contagiante a temática “participar de uma comunidade”. As pessoas olham umas para as outras despidas dos preconceitos, vícios comportamentais, lisuras morais e outras esquisitices sociais, comprometidas fraternalmente com um objetivo comum que suplanta as particularidades de todos. É um daqueles momentos que você volta a acreditar na raça humana, e que podemos, enfim, viver juntos com nossas diferenças.
As empresas têm muito o que aprender nos bastidores das Escolas de Samba. Existem muitos elementos, técnicas, ferramentas que precisam de estudos mais detalhados para aplicabilidade nos quintais organizacionais. Quem souber tirar proveito de toda essa sabedoria, certamente será beneficiado pela recomposição de uma empresa ainda mais comprometida, harmoniosa e ciente de seus desafios.

Laércio Pimentel, jornalista, é diretor da KFL Comunicações.

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Comunicação e o mundo digital

Estamos ultrapassando novas fronteiras na velocidade do pensamento. A Internet tem gerado uma gama infinita de possibilidades para aumentar a comunicação entre povos, empresas, pessoas. As comunidades sociais crescem vertiginosamente e ganham espaço em lares, empresas e diferentes classes. Agora, existe um desafio para as organizações, que é filtrar informações e fazer uso delas da melhor forma possível para a realização de negócios, manutenção do meio ambiente, aperfeiçoamento do sistema educacional, interatividade com as pessoas, criação de novas sistemáticas de amparo e desenvolvimento social etc. Tudo depende de como aproveitar toda essa informação disponível na malha digital. Este é o desafio.
Hoje muito se fala em data mining, text mining, web mining. São apenas variáveis, com novos rótulos, daquilo que Bill Gates já havia dito década atrás de como deveríamos aproveitar o mundo digital para fazer novos negócios. Estou falando do sistema nervoso digital. É uma referência analógica ao sistema de funcionamento do corpo humano, que ao menor sinal de perigo, faz uma análise rápida da situação, escolhe as alternativas para evitarmos o problema em questão. O sistema nervoso humano reage instantaneamente aos temores como forma de autodefesa.
A sugestão do mestre da Microsoft era de que aproveitássemos esse desenho perfeito para, então, criarmos algo similar para o desenvolvimento do sistema nervoso digital. Assim, todas as informações, tidas como estratégicas, seriam armazenadas em bancos de dados, passando por filtros sensores, até estarem prontas para serem utilizadas de maneira apropriada pelos tomadores de decisões dentro das organizações. Estes, por sua vez, poderiam com maior rapidez, disseminar tais informações para todo o complexo empresarial, integrando ainda mais o ambiente corporativo em torno das ações e objetivos da empresa.
Temos por exemplo, as estratégias de marketing que já podem ser alteradas momento a momento de acordo com informações precisas disponibilizadas pelas gôndolas e caixas de supermercado, gerando relatórios preciosos sobre os horários de maior consumo, as tendências em relação as variáveis de mercado, medição de respostas aos anúncios em mídia etc. Ou seja, os mestres marqueteiros têm agora uma valiosa fonte de interatividade com o mundo do consumo para planejar suas ações de maneira cada vez mais eficaz.
O grande desafio está em criar sistemas cada vez mais apurados de captação de informações e transformação em medidas de análise sobre o mercado de consumo e, principalmente, sobre os aspectos psicossociais que influenciam os consumidores. Tudo isso num ritmo frenético e ousado, merecedor da atenção dos profissionais de TI em parceria com a engenhosidade do Marketing.
A ciência da comunicação deve se preparar para lançar mão de todo o background conquistado até os dias de hoje, procurando identificar meios precisos de análise, estudos atuais das ferramentas de comunicação utilizadas por pessoas de diferentes faixas etárias e condições sociais, em diversas partes do planeta, mas com mecanismos tão precisos que possam servir de parâmetro de análise em bairros de todas as cidades de atuação.
O profissional de comunicação e as empresas gestoras de informação devem ditar o ritmo de transformação da próxima década. É preciso abraçar o desafio e lançar mão de todos os conhecimentos disponíveis para atender aos desafios que estão sendo propostos. É preciso fazer com que as coisas aconteçam, agora!

Laércio Pimentel, jornalista, é diretor da KFL Comunicações.
laerciokfl@gmail.com

domingo, 11 de outubro de 2009

Exército digital

A propulsão da comunicação está tomando rumos cada vez mais vigorosos quando a questão é falar sobre algum assunto na Internet. O mundo já não tem informação que possa ser cerceada como tempos atrás. Tudo está à disposição, basta que alguém saiba e em questões de minutos, talvez segundos, ganha a malha digital e por meio de twitters, blogs, comunidades virtuais e outras redes sociais, tudo está pronto para ser consumido por ávidos internautas, sedentos em reproduzir e passar à frente as novas informações.
O exército digital não quer saber se a notícia é verdadeira, falsa, se causará problemas, se vai lançar alguém no mundo da fama ou da desgraça; importante é o fator “atualidade” – é isso que está em voga. Milhares de pessoas se comunicam em tempo real. Distância, idade, crenças, poder econômico, nada importa, tudo é feito de maneira democrática, quase beirando à anarquia.
O mundo dos negócios passa por reavaliações, novas tendências, uma nova página está sendo escrita. Em 1997, Bill Gates já previa que os negócios iriam mudar mais nos dez anos seqüentes do que nos últimos cinqüenta anos – ele estava certo, mais uma vez. As empresas que entenderam o recado promoveram rápidas mudanças, evoluíram e mantiveram clientes, além de absorver novos mercados. Já quem resolveu estacionar às margens da estrada, pagou caro por acreditar que o mundo continuaria o mesmo e que tudo sempre seria do mesmo jeito. Ledo engano.
Contudo, as mudanças continuam a reverberar por todos os segmentos empresariais. Muitas mudanças ainda vão acontecer, é preciso estar antenado às novas formas de comunicação, à rapidez das transformações que ocorrem em todos os níveis sociais, hoje quem não podia comprar é quem está determinando para onde irá o mercado nos próximos anos, são classes sociais que atingem novos patamares e que estão ansiosas por consumo; são grupos de faixa etária diferenciada que se tornaram novos nichos de mercado para quem trabalha de maneira segmentada; são necessidades que precisam ser atendidas por novos produtos, mas especialmente por novos serviços, pois cada vez mais as empresas deixam de vender produtos para se diferenciarem através de serviços. Está é uma forte tendência para a próxima década e que vale a pena ser seguida desde agora.
Portanto, ao invés de tentar coibir, criar restrições, censuras, o mais prático é criar novas formas de interagir com os novos meios de comunicação e respectivos usuários, somente assim poderemos garantir a supremacia da boa comunicação, dos bons serviços e, conseqüentemente, dos bons negócios.

Laércio Pimentel, jornalista, é diretor da KFL Comunicações.
laerciokfl@gmail.com

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Você deveria saber disso

Chamar a atenção para um anúncio, fazer com que o leitor, telespectador ou ouvinte se prenda por instantes à sua mensagem é o desafio da maioria dos anunciantes. Além disso, é preciso criar um elo de empatia para fixar o desejo incutido no anúncio, assim como criar meios de facilitação à lembrança, principalmente nos momentos de compra.
Anúncio bom é aquele que vende, já dizia minha avó. Ninguém investe em publicidade apenas para marcar presença ou mostrar o anúncio para o vizinho; todos querem resultados. Contudo, estes dependem de uma série de variáveis: veículo no qual se está anunciando; tamanho do anúncio X o que se pretende; criatividade para atingir o objetivo traçado; frequência do anúncio para registrar a mensagem na memória do consumidor; entre outros detalhes.
Muitas vezes vemos aquele anunciante, de um anúncio só, frustrado porque não atingiu seu propósito; ele acredita fervorosamente que o mundo deveria parar no exato instante em que seu anúncio for ao ar, e que as pessoas não deveriam ter mais nada em mente além da obrigação de prestar atenção àquele "fato histórico".
Tenho uma terminologia publicitária que denomino de CIE (Criação Institucional e Econômica): é a visão global acerca dos resultados de uma campanha, sendo esta de máxima criatividade, com a preocupação de agregar valor institucional à marca e potencializar as vendas. Assim é possível cobrir todas as áreas de interesse do cliente e aumentar o retorno sobre cada peça veiculada.
Portanto, da próxima vez em que se deparar com a proposta de uma campanha publicitária, com um plano de mídia, leve sempre em conta o que espera conseguir através desse esforço de comunicação. Mas faça isso de maneira abrangente e realista para obter resultados contundentes e pontuais. Lembre-se: a comunicação só é comunicação quando existe sinergia entre os envolvidos, qualquer coisa diferente é simples troca de informações; neste contexto, os resultados podem ficar bem aquém do esperado.

Laércio Pimentel, jornalista, é diretor da KFL Comunicações.


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sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Fim da crise! E agora?

O segundo trimestre trouxe sinais claros ao mercado brasileiro de que a crise financeira, aqui conhecida por marolinha, chegou ao fim. Investimentos suspensos, planejamentos refeitos, projeções pessimistas, enfim, tudo pode ser revisto.
As empresas preparadas, com estratégias de comunicação sólidas, souberam absorver as adversidades com uma base mais contundente de atuação. Assim, deram continuidade às políticas de atuação comercial e de produção, demonstrando calmaria para o mercado, inspirando o consumo por parte da população. É certo que o governo fez sua parte, reduzindo o IPI para determinadas categorias, criando estímulos para outras, abrindo diversas linhas de crédito, regendo a baixa da taxa de juros via Banco Central, motivando o consumo por parte da população. Mesmo assim, diversas empresas deixaram o chororô de lado para mostrar uma estratégia agressiva, a fim de manter ou conquistar novas fatias de mercado.
Nesse ínterim, a comunicação foi de suma importância, desde a plataforma de captação de informações, para melhor entendimento do que estava acontecendo, até a redefinição de novas condutas para diminuir os efeitos da crise.
É importante frisar que as empresas preparadas, com sólidas políticas de comunicação foram brindadas com a retribuição dos consumidores. Agora podem sair na dianteira, ampliar sua participação de mercado e propor novas tendências, enquanto que outros, têm que refazer suas estratégias, recuperar o tempo perdido e comer poeira de quem saiu na frente. São os custos de uma política de comunicação.

Laércio Pimentel, jornalista, é diretor da KFL Comunicações.

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Gerenciamento de crises

No final de novembro de 2023, o mundo da inovação e inteligência artificial recebeu com surpresa a decisão do conselho consultivo da OpenAI...