segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Quer melhorar a comunicação? Melhore a educação!



Nesta semana assisti a um depoimento do senador Cristovam Buarque (PDT-DF) pedindo o mesmo aumento de 62%, dado aos políticos, para os professores; mais do que justo. É comum vermos o anseio das pessoas por uma sociedade mais justa, menos violência, melhor qualidade de vida, mais entendimento entre as pessoas, enfim, situações que só podem ser alcançadas com atitudes que influenciem mudanças comportamentais. Tudo isso passa pelo fator Educação.
Sempre defendi que a gestão da comunicação pode levar sociedades a um plano elevado de entendimento com seus pares e consigo mesmo. É através da compreensão das próprias ações que podemos melhor entender o que se passa com os demais, portanto, para ampliar a lente de nosso saber é necessário fortalecer os canais de educação para aperfeiçoar a sociedade como um todo.
Empresas ajustadas às demandas e premissas do presente e do futuro só podem atingir tal patamar através de um grupo coeso e proficiente nas questões vitais para a manutenção das organizações. Profissionais bem preparados é a ponte de ligação entre a empresa e o mercado de consumo, não há outro caminho senão o da melhoria das condições humanas em todas as variáveis. A educação é o fator mais preponderante para se alcançar o mérito desejado por todos empresários. Portanto, dentro de um plano de sustentabilidade nacional, é preciso investir na manutenção da educação. Daí, a proposta do nobre senador não pode ser vista como heresia ou tampouco blasfêmia contra os meios econômicos federais, estaduais, municipais ou empresariais.
É preciso entender que enquanto não houver um compromisso factual e verdadeiro com os princípios da Educação, não teremos uma sociedade justa e moderna, seremos sempre contestadores dos modelos que temos antipatia, sem a menor vocação de construirmos a realidade que desejamos. Por isso, precisamos de uma nova atitude para uma realidade condizente com aquilo que realmente queremos. A responsabilidade não é apenas do governo federal, é para ser dividida entre todos, cada qual com sua parcela de contribuição, sempre pensando: o que já fizemos hoje?

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Futebol: quando o marketing fala mais alto


Foi o tempo em que Pelé e Ademir da Guia davam o tom das arquibancadas. Hoje, o marketing esportivo é a nova tônica do futebol brasileiro. Depois de perder durante anos os seus principais astros dos gramados para os estrangeiros, o Brasil sente o gostinho de repatriar suas estrelas e alegrar as arquibancadas. Por trás disso tudo está a profissionalização do marketing esportivo brasileiro, impulsionada pela ascensão da economia nacional e pelas dificuldades enfrentadas pelos demais países.
É certo que ainda não chegamos perto de grandes negociações como demonstrou o Barcelona na última semana. Depois de muito relutar por toda a sua existência pelo patrocínio remunerado em sua camisa, o time catalão deixou a tradição de lado e abriu uma exceção para a Qatar Foundation, pela módica quantia de R$ 68 milhões por ano, até 2016. É certo que ainda estamos distantes da realidade europeia, entretanto, já damos sinais de que chegaremos lá. O Palmeiras já é o 5º time no mundo que mais vende camisas da Adidas. Fato este que dará a oportunidade de renovação do contrato até 2014, com cerca de R$ 16 milhões por ano, colocando o clube palestrino em 2º lugar no ranking de valores pagos por fornecedores esportivos, perdendo apenas para o Flamengo, com R$ 20 milhões. Devemos ainda somar aos cofres do Palmeiras, os royalties mínimos de vendas de camisas, equivalentes a R$ 300 mil por mês.
Realmente o futebol brasileiro respira novos ares. Com o advento da Copa do Mundo de 2014, as possibilidades de investimentos em marketing crescem tanto quanto possa instigar a criatividades dos profissionais da área. Paulo Rosemberg, marqueteiro do Corinthians, abriu as portas para a contratação de jogadores tops com o pagamento de salários astronômicos por meio de patrocínios. O Palmeiras segue o mesmo caminho e já pavimenta a pista de pouso para a chegada de Ronaldinho Gaúcho. O São Paulo tido, outrora, como uma administração de ponta, também pega a carona dos rivais e promete apostar nesta nova rede de financiamento do futebol, e já está correndo atrás de parcerias para a contratação do seu próximo camisa dez.
Folheando a bíblia do marketing esportivo brasileiro, veremos que tudo começou com a parceria Palmeiras-Parmalat no começo da década de 90. Um modelo de gestão com apoio direto da empresa italiana trouxe muitos dividendos para o clube palestrino. Títulos regionais, nacionais e internacionais marcaram a cogestão ítalo-brasileira. Depois, tivemos a tentativa mal sucedida do Corinthians por duas vezes, primeiro com o falido Banco Excel Econômico; depois com a MSI, do iraniano Kia Joorabchian, que foi parar nas páginas policiais. Mas, a persistência é a mãe de todas as vitórias. Hoje, a chegada de Ronaldo deu novo fôlego para as ações de Paulo Rosemberg, e garantiu o status de marca mais valiosa do futebol brasileiro para o Corinthians.
Definitivamente estamos virando uma página do marketing esportivo, pois a chegada das Arenas multiuso, tomando o lugar dos desconfortáveis estádios brasileiros, será um atrativo para o show business, trazendo novas fontes de renda para os clubes brasileiros. Outra janela de fortalecimento dos patrocínios que será aberta nos próximos anos é o aumento da competição entre as emissoras de tevê, leia-se Globo x Record – a CBF e os Clube dos 13 assistem tudo de camarote.
É claro que ainda falta mais. O relacionamento com o torcedor, maior patrimônio do clube, ainda é deficitário. O Internacional (RS) é um dos que abriu os olhos e capitalizou uma carteira de 100 mil associados, chegando ao primeiro lugar do ranking. O rival Grêmio vem em segundo lugar com 53 mil. Analisando, os demais clubes estão distantes da realidade gaúcha, e muito mais da europeia, que tem na liderança o Benfica, de Portugal, com 171 mil associados, e no segundo posto o Barcelona, da Espanha, com 163 mil. Assim, sabemos que a estrada ainda é longa.
Muitas iniciativas devem ser adotadas pelos clubes brasileiros, porém postergadas, aguardam a ousadia de novos profissionais do marketing para agregar valores e propostas para o mundo do futebol. Uma das oportunidades é o estreitamento do relacionamento com os públicos do interior dos estados. Ainda é modesta a ação diante desse nicho. Outra porta ainda obscura para os desportos é a da fidelização de novos torcedores. Notamos que não há nenhuma estratégia contundente voltada para angariar novos torcedores, tudo acontece de forma natural, seja por incentivo ou imposição de pais, pela fama do clube na época de infância e adolescência, ou por afinidade com o futebol arte de algum atleta em específico – casos de Robinho, Neymar, Marcos, Rogério Ceni.
É preciso mais, muito mais. E se os clubes não perceberem que o marketing e a comunicação serão o futuro dos esportes, então não haverá futuro nenhum – pelo menos aquele que se espera.

sábado, 11 de dezembro de 2010

Para que serve a crítica?


Tem dias em que a gente acorda com espírito de Aristóteles. Fica pensando no que é certo, no que é errado, no que não é certo e nem errado, apenas é. A crítica é uma dessas palavras que mora do lado avesso de nosso consciente positivo. Ninguém pronuncia o termo pensando no prol da questão em questão. Mas por que a crítica é tão pejorativa no âmbito do cuidado com o ser humano?
Dizem que ao nascermos somos submetidos a um milhão de “não” até completarmos nossos primeiros anos de vida. Concessões são minorias, e a balança da vida é quase sempre desigual para quem deseja ouvir o “sim”. Mas venhamos e convenhamos, será mesmo preciso atuar como críticos tão efervescentes durante todo o trajeto de nossas vidas? No seio familiar, bombardeamos os filhos, os pares; na empresa, disparamos contra funcionários e parceiros; nas ruas, somos cruéis nos faróis e no trânsito cada vez mais caótico. E no fundo, temos a plena percepção de que não estamos fazendo o correto, afinal, é claro e cristalino perceber que as mudanças desejadas quase nunca são alcançadas com a crítica.
Por que então somos tão taxativos e teimosos no uso de uma programação neurolinguística que temos certeza de sua ineficácia? Seria apenas a crítica uma válvula de escape para nossas frustrações pessoais e profissionais? Seríamos nós atores de uma tragédia desejada no teatro da vida?
Tenho acompanhado muitos executivos de diversos níveis hierárquicos ao longo das últimas décadas. Sempre houve um problema comportamental em relação ao tratamento de seus pares. É certo que as coisas melhoraram com o passar do tempo, pois já não vejo mais supervisores e chefes de departamentos pegando funcionários à tapa como num passado não tão longínquo. Hoje, os tempos são outros; as empresas estão mais cientes de suas obrigações sociais, da preparação na formação de suas equipes, nos desafios a serem enfrentados diariamente. Diante disso, cumprem seu papel de educar e formar equipes de acordo com a realidade que estão vivendo, com os desafios que se apresentam, com os objetivos que desejam alcançar.
Mas não vamos ser tolos e dizer que a crítica não é uma senhora desaforada e presente nas organizações, pois ela mostra sua face todos os dias. Então, por que somos tão coniventes com tal condição negativa? É possível apostar na falta de preparo do ser humano em lidar com outras pessoas e até mesmo consigo. Se entender o outro é tão difícil, entender a si mesmo é ainda mais.
 Dizem que para mudar o mundo é preciso começar pelo nosso interior. Pura verdade. Também dizem que todas as respostas estão contidas nas melhores perguntas. Então, devemos cada vez mais buscar entender nossas dificuldades e procurar aproximar o nosso ser da possibilidade do entendimento. Como? Abrindo a nossa mente para aquilo que ainda não entendemos; ouvindo mais e falando menos; interagindo com os nossos pares de maneira verdadeira e despreocupada. Talvez essa seja a porta para ultrapassar a barreira do entendimento com os indivíduos e diminuir a dificuldade que temos em lidar menos com o elogio e mais com a crítica. O certo é que devemos cada vez mais exercer o controle sobre o nosso “eu” para brindar os nossos pares com os benefícios da resiliência comportamental.

sábado, 4 de dezembro de 2010

As mil faces da comunicação


   Já se deparou com aquela situação em que tudo parece bem encaminhado, mas na hora “H” o resultado é pífio? Pois não é um privilégio dos simples mortais. Existem muitos casos de empresas que investiram grandes somas no lançamento de produtos, na abordagem de um novo mercado, mas que “inexplicavelmente” não conseguiram atingir o resultado esperado. É o caso da AOL quando tentou se instalar no mercado brasileiro. Empresa líder nos Estados Unidos, muitos recursos financeiros, abordagem diferenciada para a época com farta distribuição de CDs de instalação, joint venture com o Itaú, enfim, tudo o que poderia ser necessário para dar certo. Não deu!
Hoje, anos depois, e muitas análises, há apontamentos de que a falha estava em não entender a cultura local, em tentar empregar o mesmo tipo de estratégia que já tinha dado certo no mercado americano. É nesses momentos que identificamos quanto é complexa a tal comunicação. Não apenas recursos financeiros, nem tampouco tecnologia, ou mesmo boa estratégia se mostra o suficiente. É preciso entender o consumidor de uma maneira totalitária, por dentro e por fora.
A comunicação é isso aí! Uma ciência que compartilha de outras tantas para elucidar os caminhos até a mente do ser humano. Senão, vejamos como é necessário o conhecimento de psicologia, antropologia, sociologia, filosofia, entre outras, para detalhar cada ação proposta e alcançar um porto seguro na mente e no coração das pessoas.
Quando planejamos uma campanha, o lançamento de um produto, a criação de um novo serviço ou qualquer outro motivo relacionado à conquista da predileção humana, é preciso tomar os cuidados necessários para não errar na concepção da estratégia mais adequada a cada caso. É imprudente achar que uma determinada situação empregada com sucesso outrora, deverá repetir o tento, o que até poderá acontecer, mas não é uma realidade factual; devendo ser tratada exclusivamente como uma informação para um plano maior.
Diante disso, é preciso entender o ser humano em seus mais variados detalhes: modo de vida, nível de expectativa, relação com os meios de comunicação a serem empregados, perfil comunicacional, desejos e necessidades, cultura local, enfim todos os meandros que regem a vida das pessoas envolvidas. É desse glossário informativo que o profissional de comunicação partirá para exercer com maestria a construção do plano de comunicação e respectivas estratégias para conquistar o mercado.
Mas se tudo é tão simples assim, por que não é feito dessa forma? Primeiro, porque não é tão simples assim. O levantamento de todas as informações necessárias é complexo e requer investimentos consideráveis, que em vista dos resultados não são tão altos – a velha questão do custo x benefício. Do outro lado, temos quase sempre a aposta de que a “experiência” é o remédio para todos os males (o que já deu certo dará novamente) – não é bem por aí. Outro ponto, é que por conhecermos as ferramentas e técnicas para validar as estratégicas programadas, achamos que isso basta. Pois é nesse arcabouço de conhecimentos e certezas que muitas vezes perdemos a direção que devemos adotar e somos lançados ao mar do desconhecido. Portanto, experiência e conhecimento de ferramentas e técnicas não é tudo; é preciso mais.
Por que muitas vezes um barzinho numa determinada rua está sempre cheio, enquanto que um estabelecimento similar no mesmo quarteirão não consegue nem 30% daquela clientela? Novamente, a mesma fórmula: o entendimento completo do ser humano. E é nesse campo de estudo que os profissionais de comunicação deverão se debruçar para criar propostas ousadas e assertivas para validar programas e estratégias. Devemos estar antenados às novas técnicas e tecnologias, mas cada vez mais craques na absorção dos conhecimentos seculares que regem toda a diferença: conhecer o ser humano.


sábado, 20 de novembro de 2010

Novos tempos, novos desafios


A época era de ditadura. Nos portões das fábricas pessoas gritando, empurra-empurra, policiais fazendo o corredor humano. Quem ficava para fora tinha tudo para perder o emprego; os que furavam a greve perdiam o respeito de todos – pelegos.
O princípio básico da comunicação era não comunicar. Difíceis momentos para quem estava iniciando na profissão. Era preciso quebrar barreiras. Ter coragem de dizer, argumentar, contra-argumentar, ver tudo de forma diferente, criar, solucionar, prever, antever, saber e conhecer. Este era o trabalho dos comunicadores dos tempos da Ditadura.
As áreas de conflitos eram parte do cotidiano. Diretores e gerentes de empresas não arriscavam sequer mencionar a palavra abertura; funcionários não acreditavam em empresários e nas empresas; sindicatos destilavam energia para romper os grilhões cognitivos. No meio de campo daquele tabuleiro desajustado: o comunicador.
O tempo foi passando, conquistas às duras penas, batalhas perdidas, algumas vitórias. O esforço valeu a pena. Enfim, a democracia. Hoje o novo cenário é pintado em tela digital. Os desafios trafegam no campo virtual. Tudo é novo, de novo.
O inimigo agora é a sustentabilidade, ou melhor, a falta de um padrão mundial de sustentabilidade. Por mais que se discuta o tema, parece mais distante uma solução ampla e resoluta. O planeta pede mais, o planeta merece mais.
As discussões sobre a redução de CO são constantes. Faltam atitudes permanentes. Os países desenvolvidos agregam menos esforços do que os países em desenvolvimento. Tudo em torno de uma política selvagem que preserva ganhos no presente sem planejar o futuro.
Se a solução não pode ser macro, por que não ser micro? Por que os desafios não podem ser estratificados e resolvidos nos âmbitos das cidades, municípios, bairros, empresas, comunidades? Não seria o mundo digital um portal para interligar tal apelo?
 Em quanto tempo saberemos que não há mais tempo? Ainda vemos discussões de qual área pertence a quem? Se a geração X está próxima da Y, ou se a Z é que vai vencer? São tantas perguntas sem respostas; tantas respostas vazias sem ter o que preencher. O desafio bate à porta e não aceita mais um não. O clima alerta e aponta a gravidade. Temos indícios suficientes para viver em alerta máximo. Só resta agora empreender atitudes e soluções para cobrir o atraso que causamos ao longo do tempo. Pequenos esforços já não atendem à demanda de preservação ambiental, é preciso grandes ações. Mas, pior do que pequenos esforços é esforço nenhum. Assim...
Quase 20 milhões de brasileiros disseram nas urnas em bom tom que há uma preocupação maior com relação à preservação ambiental. Está na hora de buscarmos um novo modelo de vida, diferente do sistema-modelo-americano. Quem sabe não está na hora de descobrirmos que os brasileiros podem mais. Não se trata de uma questão de competitividade geográfica. Trata-se de uma oportunidade de mudar o curso da história e de fazer história.

sábado, 13 de novembro de 2010

Surfando nas ondas empresariais


Olhar o mar, esperar a melhor onda, estar pronto, surfar. A metodologia empregada pelos surfistas pode ser adotada pelas empresas para antever os momentos favoráveis de atuar no mercado, e mais, de antecipar tendências.

O fato de olhar o mar funciona como monitoramento, no qual o surfista observa o tempo, analisa os ventos, a calmaria ou a fúria das ondas, o momento mais propício para entrar na água. As empresas também devem ser observadoras do mercado para detectar o exato instante de lançar um produto, adotar uma estratégia, promover uma ação de vendas, reunir elementos para chegar bem à reta final.

Esperar a melhor onda é um ritual de sabedoria do surfista, entender o ambiente de atuação, perceber as nuances determinantes dos momentos propícios e de dificuldades, saber ler nas entrelinhas qual é a melhor hora de surfar. Assim também deve acontecer com os responsáveis pela gestão empresarial.

O próximo passo é ter a consciência de estar pronto para subir na prancha. É preciso rever toda a habilidade adquirida, pôr em prática todo o aprendizado e a experiência acumulados.

Por fim, é chegada a hora de pegar a onda e surfar. É o instante mágico em que todo o planejamento, toda a experiência, toda a habilidade e conhecimento armazenados são colocados à prova; é o momento de atravessar a linha tênue que determina o sucesso ou o fracasso.

Como no surf, uns deslizam como plumas nas ondas do mar; outros caem e rolam até a praia. O mais importante é saber levantar, analisar o que não deu certo e retomar o desafio com os ânimos renovados, com mais uma lição aprendida.

Realmente, há muito para aprender com quem tem o que ensinar. É pura questão de observação, de sabedoria.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Quantas vezes precisamos morrer?


Desde que o mundo é mundo temos vivido entre erros e acertos. Nossas experiências são a somatória daquilo que aprendemos com a vivência e os erros que cometemos, e corrigimos.
Sempre topamos com novos desafios que testam nossa capacidade de reinventar o cotidiano, construir novas formas de ver o mundo, resolver problemas que nos aflige. No entanto, dentro dessa dicotomia que é acertar e errar, sempre há o temor do amanhã, pois o desconhecido é um campo fértil para as incertezas, e os problemas vindouros é um tormento constante na vida de qualquer mortal.
Queremos sempre vencer o inevitável e as inconstantes situações que teimam em pregar peças inesperadas no dia a dia. Por isso, lançamos mão de ferramentas como o planejamento, administração de tempo, plano de metas, monitoramento de ações e outras tantas para nos certificar cada vez mais que podemos controlar o incontrolável – pelo menos é o que tentamos.
O ambiente empresarial é o espelho mais concreto para se viver tal realidade. É no campo organizacional que encontramos espaço para testar todas as ferramentas disponíveis e enfrentarmos os desafios coletivos e particulares. Mas quantas vezes devemos morrer até que estejamos prontos? Talvez nunca tenhamos tal resposta. Talvez, ao contrário, sempre estivemos prontos desde o nascimento, mas procuramos a perfeição que não existe.
Hoje o mundo vive um momento particular que exige a consciência e o esforço de todos. Já não cabe fingir que o assunto do aquecimento atmosférico é um fato isolado e que tudo será resolvido por uma força superior. É preciso agir imediatamente. Para quem ainda não percebeu a coisa tá feia! Senão, vejamos: apontamentos do relatório sobre energia publicado em 2007 pelo InterAcademy Council (Conselho Interacadêmico), intitulado “Lighting the Way” (Iluminando o Caminho), produzido por um grupo multidisciplinar de cientistas, destacam que a quantidade de energia necessária para manter vivo um ser humano varia entre duas e três mil quilocalorias por dia. O americano médio consome energia suficiente para suprir as necessidades biológicas de 100 pessoas, enquanto que o cidadão médio de outras economias desenvolvidas usa energia que daria para atender a demanda de 50 pessoas.
Dentro desse cenário é fácil vislumbrar que o povo brasileiro estará em pouco tempo consumindo algo próximo ao modelo americano, visto a taxa de crescimento e de consumo estimado pelos analistas. Outros povos de países em desenvolvimento também acompanharão tal expectativa de crescimento, por isso, torna-se cada vez mais complicado e evidente o desenho de um cenário consumista de energia, com proposição da elevação de CO₂ em taxas elevadas, lançando a humanidade num abismo sem volta.
Quando falamos do ônus em razão do crescimento desenfreado não se trata apenas de relatos alarmistas, mas de uma realidade evidente que já tomou conta de nosso cotidiano há muito tempo, basta verificar os registros de grandes tornados, secas, inundações, oscilações de temperaturas, migração de agricultura e toda sorte de acontecimentos que infestam os noticiários de todo o planeta.
A alternativa é cada um fazer o pouco (de preferência, o muito) que der para fazer, já! Pois, se nada acontecer a habitabilidade do planeta estará seriamente comprometida, é o que garante a comunidade científica de vários países.
Mas o que fazer? Primeiro, precisamos usar o que temos de mais precioso na resolução de qualquer problema: o conhecimento. Precisamos reinventar novas formas de produzir e consumir energia, novas maneiras de poupar a biodiversidade, novos modelos de vida e de consumo; precisamos sair do paradigma estático no qual somos meros observadores do que está acontecendo; precisamos assumir o papel de atores principais e dar novos rumos ao final dessa história.
O pensamento criativo pode ser a solução. Uma simples troca de atitude ou de modelo comportamental pode ter grande influência no resultado final desse jogo. A China, por si só, usa 45 bilhões de pares de pauzinhos descartáveis por ano, o correspondente a 1,66 milhão de metros cúbicos de madeira, segundo o colunista Zou Hanru, do China Daily. Isto por si mostra como é possível criar novas formas de viver em comunhão com o meio ambiente. Dentro de nossas casas, de nossas empresas, das escolas, das ruas e cidades brasileiras existe uma série de ações que, replanejadas, sob uma nova ótica, atenuariam em muito o desgaste do planeta, para isso, basta pensarmos.
Como nas empresas montamos grupos participativos (CCQs – Círculos de Controle de Qualidade, Kanban, Just in Time, Black Belts, entre outros) também podemos instituir grupos que repensem o modelo de produção e gestão empresarial sob a ótica de sustentabilidade que os novos tempos requerem. Com certeza o apelo motivacional para participação dos funcionários seria muito maior, inclusive, integrando a família e comunidade. E vamos combinar, não há retorno mais precioso e significativo do que salvar o planeta.
Então, por que não começar agora? Afinal, precisamos morrer quantas vezes para valorizar aquilo que é único?

Gerenciamento de crises

No final de novembro de 2023, o mundo da inovação e inteligência artificial recebeu com surpresa a decisão do conselho consultivo da OpenAI...