sexta-feira, 5 de julho de 2013

Manifestações: a comunicação não percebida

Governantes, independente de partidos, foram surpreendidos pelos acontecimentos das últimas semanas. Manifestações contra o aumento das tarifas dos transportes públicos se transformaram numa carta aberta de repugnação aos descontroles dos gastos públicos, corrupção, precariedade da saúde, transporte e educação, enfim, pelas necessidades primárias de qualquer sociedade.
A surpresa foi não perceberem que comunicação causa reação – e claramente estavam despreparados para o tamanho da reação gerada. Aumentar o valor das passagens sem antever os acontecimentos e o que poderia ser feito para dirimir as consequências era dever primário, o qual não foi exercido.
Até mesmo os meios de comunicação calcularam mal os acontecimentos futuros e o ônus do que estaria por vir. Os primeiros discursos editoriais inflados contra os “pseudos-vândalos” transformaram-se, da noite para o dia, em apoio aos “manifestantes” e aos “atos democráticos”.
Dentro de um processo de comunicação é preciso sempre entender que não existe apenas começo, meio e fim; há um movimento circular de informações e entendimentos de acordo com paradigmas, condições socioeconômico-culturais. É preciso ver todas as questões de um prisma amplo para, então, empreender a fórmula correta da mensagem.
Neste movimento, saber ouvir é imprescindível para o sucesso da comunicação. Quando não sabemos ouvir, não sabemos interpretar; quando não há interpretação correta dos fatos, decisões são tomadas como numa roleta russa - os resultados nem sempre contam com a boa sorte.
É importante saber interpretar cenários para tomar decisões corretas. A comunicação é braço imprescindível para o sucesso da ação adotada. Os governantes são, muitas vezes, tomados pela onipresença do poder em suas mãos. Isso compromete o processo de raciocínio e deturpa a visão estratégica e profissional de lidar com a tomada de decisões de maneira assertiva.
Para finalizar, é preciso dizer que o processo de comunicação é uma via de duas mãos, que precisa ser pavimentada com profissionalismo, boa vontade e visão.
   

domingo, 26 de maio de 2013

A realidade que temos e a realidade que queremos

A comunicação é fundamental para estabelecer a ponte entre o hoje e o amanhã. Dentro de um planejamento estratégico é fundamental termos claramente o desenho de dois cenários: a realidade atual e aquela que pretendemos alcançar. Afinal, só podemos iniciar uma viagem quando sabemos de onde partimos e aonde queremos chegar.
Ter uma análise clara sob todos os aspectos que envolvem o nosso momento atual, além de ser esclarecedora para conhecermos os pontos fortes e fracos de nossa existência ou projeto, é também um momento de reflexão para identificarmos o potencial para alcançar o almejado objetivo. Ninguém vai chegar à lua tendo em mãos apenas um trampolim. A realidade determina o nosso ponto de partida, mas não diz aonde iremos chegar. É aí que entra a realidade desejada.
Tudo aquilo que desejamos está no campo do “pode ser realizado”, desde que tenhamos os elementos necessários para
fazer acontecer: conhecimento, foco, determinação, técnicas e recursos.
Conhecer a natureza daquilo que almejamos é imprescindível para realizar qualquer tarefa. É preciso conhecer detalhadamente o trajeto de uma viagem antes de iniciá-la. Saber o percurso que deverá ser cumprido, o meio utilizado para o deslocamento, os materiais e recursos necessários para a viagem, é a maneira mais sensata de tornar o trajeto mais fácil e viável.
O foco funciona como uma bússola orientadora. Se acontecer qualquer coisa no meio da viagem, como cair uma ponte, por exemplo, é possível fazer um desvio sem nunca perder o destino.
A determinação funciona como o combustível para fazer com que tudo aconteça; é o fator motivacional para impulsionar pessoas e equipes em direção ao objetivo planejado.
As técnicas são essenciais para saber o que fazer em cada parte do trajeto. Em determinados momentos é preciso tomar atitudes rápidas e certeiras, e só quem detém as técnicas pode realizar tais tarefas.
Os recursos são os alimentos necessários para fazer a jornada. Uma equipe para realizar determinadas tarefas precisa, muitas vezes, de apoio tecnológico, ferramentas, utensílios que facilitem suas ações.
Tudo isso deve ser costurado por uma estratégia bem definida, entendida e harmonizada por todos, somente assim, poderá ser cumprida na integra, com determinação e devoção. Feito isso, o objetivo estará mais próximo do que se pode imaginar.



quarta-feira, 1 de maio de 2013

Comunicação para agregar equipes



Existe uma grande diferença entre trabalhar “em equipe”, “na equipe”e “pela equipe”. Não é apenas uma questão de semântica, é de tratamento e atuação perante a realidade de grupo.
Analisemos parte por parte. Quem trabalha “em equipe” está integrado ao grupo, faz parte de um contexto maior, busca resultados, ganha e perde em conjunto. Aquele que trabalha “na equipe” pode ser apenas um figurante, um ser individual, os resultados coletivos não têm prioridade, tanto faz como tanto fez. Quem trabalha pela equipe se doa mais do que recebe, o que, muitas vezes, também não é justo; o emocional fala mais alto do que o racional – o que nem sempre é bom.
Dentre esses cenários, o líder precisa saber interpretar e agir para tornar a equipe mais coesa, pró-ativa e comprometida em seguir o planejamento estratégico, perseguir metas e objetivos de comum acordo.
Costumo dizer que num grupo, o mais importante não são as diferenças, mas as igualdades; é daí que nasce a força motriz para enfrentar desafios, lutar contra as adversidades e alcançar o pódio. Não há bons resultados quando o grupo se divide e caminha em direções opostas. Pode até não ser uma união totalitária, mas é preciso trilhar os mesmos caminhos para se chegar ao mesmo lugar. 
A função do líder é justamente convergir os esforços para acentuar as igualdades em torno do dia a dia do grupo. Diante da necessidade, a comunicação é a ciência em voga, e detém as ferramentas para fazer com que a coisa aconteça.
É importante observar, existem vários preceitos antes de começar a viagem rumo ao objetivo proposto. Um dos quais, é a preparação e motivação da equipe, trabalhando a comunicação intrapessoal e interpessoal do indivíduo e do grupo para sanar dúvidas internas e externas quanto ao desafio comum.
A próxima tarefa é preparar o grupo para estudar todos os passos que serão dados no trajeto da viagem. A comunicação é o suporte para assimilar as ações e criar um clima favorável às realizações. Não existe grupo integrado sem uma comunicação contundente e efetiva para sanar dúvidas, evitar dissabores, mal entendidos e boatos.
Num projeto, temos sempre duas alternativas contraditórias: fazer certo ou errado. Portanto, seguir a cartilha da boa comunicação de grupo, é fundamental e assertivo. Comunicação bem aplicada não é custo, é investimento. E o retorno é líquido e certo.
 

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

O respeito à cultura e o marketing


A cultura é o ponto chave para dar start a qualquer campanha de comunicação, marketing e gestão de negócios. Não é possível obter sucesso duradouro sem respeitar a filosofia e os valores intrínsecos à cultura da organização, seja ela uma instituição pública, privada ou mesmo um clube de futebol.
Os programas de comunicação, marketing e gestão devem se moldar à cultura de uma organização da mesma maneira que uma roupa cobre o corpo, respeitando sua estatura, modelagem, contornos e curvas, mas, especialmente, o modelo psicossocial que comanda o corpo em si.  Não dá para ter resultados duradouros com fórmulas bem sucedidas na Europa com a simples aplicação em mercados latinos, sem levar em conta a realidade local. É preciso saber fazer a leitura, identificar os diferenciais de tratamento, crenças, aspectos motivacionais e comportamentais, valores e atributos peculiares que fazem toda a diferença no momento de estabelecer uma comunicação.
A sistematização da comunicação é tão importante que até mesmo dentro de Grupos empresariais brasileiros é necessário a distinção entre fábricas do Sul/Sudeste e Norte/Nordeste, pois existem peculiaridades regionais que fazem toda a diferença na hora de estabelecer laços de comunicação entre os grupos. Por isso, as cátedras de filosofia, antropologia, psicologia, sociologia, entre outras, são fundamentais para dar corpo aos programas que são instituídos, garantindo o sucesso e a manutenção do mesmo ao longo dos anos.
Se você quiser brilhar com um programa de comunicação, marketing ou de gestão, saiba respeitar o local em que pisa; saiba fazer a leitura correta e direcionar suas ferramentas para tornar cada membro desses grupos um aliado e não um adversário em potencial. A comunicação é preciosa para agrupar pessoas, mas também é fatal para distanciá-las.

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Sorria, você está sendo filmado


Sorrir sem dúvida é um estímulo para melhorar a vida. Num desses finais de semana, fui ao Clube Esperia assistir um torneio de boxe, do qual participava um amigo. Ao chegar à portaria, o atendente de pronto abriu um largo sorriso, deu bom dia, e mostrou-se solicito em saber a razão de nossa visita e se éramos sócios do clube; ao saber da negativa, estendeu rapidamente um pequeno papel e uma caneta e pediu a gentileza de preencher aquelas poucas linhas. Depois fez questão de nos orientar pelo caminho até o local do evento, conferindo se tínhamos entendido ou se precisaríamos de ajuda. Mais uma vez abriu o sorriso, agradeceu a nossa presença.
O que parece um fato corriqueiro de qualquer portaria de clube, na realidade não é. Na maioria das vezes, encontramos pessoas desmotivadas, mal preparadas, sem esforço pessoal e com baixa disposição para lidar com o público. Isso traz sérias consequências para a marca, imagem institucional, aumento do número de sócios, fomentação de matérias jornalísticas positivas ou negativas, qualidade de atendimento, valorização do associado e daquele que pode vir a se associar, enfim, são muitos atributos envolvidos.
É de suma importância para a organização o preparo do funcionário, por mais simples que possa parecer sua função, é importante para o aperfeiçoamento da gestão, do marketing, das vendas, da qualidade, e assim por diante. Mas é difícil entender toda essa amplitude quando na realidade nem mesmo a alta direção entende, ou não faz questão que os demais entendam.
Atribuições funcionais são como missões; as pessoas têm que entender toda a importância para que possam desempenhar seu papel com o máximo de esmero. Dentro de uma organização, todos têm a mesma responsabilidade pelos resultados alcançados, sejam bons ou ruins. O importante é tomar consciência da responsabilidade e de como cada um pode contribuir.
Tenho certeza de que o Clube Esperia tem garantido em seu quadro funcional alguém que reflete uma filosofia de bom atendimento, o que garante a manutenção dos atuais sócios e a chegada de outros tantos, talvez por isso mesmo já tenha alcançado mais de um século de existência. Afinal, no mundo moderno somos diariamente “filmados”, seja por câmeras, seja por olhos apurados dos consumidores. Então, sorria!


segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Ser melhor todos os dias


Acredito que o grande desafio da comunicação é estabelecer parâmetros de melhorias nos relacionamentos, no entendimento entre povos e, principalmente, no autodesenvolvimento das pessoas.
Crescer é uma palavra muito em voga no dicionário do desenvolvimento comportamental, mas que precisa ser abalizada sob o aspecto de entender como fazer. Ou seja, pessoas só crescem quando descobrem formas e meios para tal; é necessário um apurado olhar interior. E a comunicação é objeto sine qua non para o entendimento intrapessoal, afinal, ninguém consegue ser melhor se não puder enxergar o seu todo de maneira ampla, realizar uma avaliação profunda e promover as modificações necessárias.
Melhorar todos os dias é o principal desafio da comunicação. É o que faz você acordar e mover-se em direção ao novo. Não apenas às novas descobertas materiais, mas, principalmente, em relação àquilo que nos motiva a ir em frente e sempre querer mais.
Como diria o poeta: Narciso acha feio o que não é espelho; temos o senso crítico aguçado para avaliar o outro; entretanto, quando o assunto somos nós... É nesse momento que precisamos saber lidar com a comunicação intrapessoal; sermos observadores de nosso próprio eu. Quando nos despimos do manto da presunção, da perfeição absoluta, saímos da zona de conforto comportamental e despertamos nossos instintos para descobrir novas estradas de desenvolvimento pessoal. O homem só cresce quando descobre e vence suas próprias barreiras.
A comunicação é a mola propulsora necessária para estabelecer o contato não apenas com o outro, mas com o nosso “eu”. Assim, toda vez que melhoramos nosso “eu”, temos a certeza de subir um degrau em direção ao entendimento com o próximo. É o caminho.

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

O marketing político em sua excelência


O primeiro debate político entre os candidatos à Prefeitura de São Paulo, realizado dia 2 de agosto, na TV Bandeirantes, trouxe novamente à tona a expectativa em torno do marketing político, e até que ponto transforma a realidade do candidato em uma nova realidade.
Costumo dizer, por via de regra, ser pouco inteligente brigar contra a própria essência do candidato, ou seja, não dá para transformar um “profissional da noite” em frequentador de missas e ações messiânicas; e o contrário também é fato. Assim, o melhor é destrinchar as qualidades do candidato e lapidá-las como se fosse uma joia rara, buscando reluzir seu brilho para que possa ser enxergada por todos em sua volta.
Um candidato que não fosse contestador contumaz, por exemplo, soaria falso ao tentar esbravejar e demonstrar aquilo que não é. Portanto, uma figura calma e passiva deve ter seus adjetivos elevados à máxima potência, e quantificado diante do exercício da função pleiteada. Fazer a tradução dessa qualidade em algo importante para esclarecimento e empatia junto ao eleitor é uma das principais atribuições do marketing político. É a partir dessa estrutura comportamental que o desenho do candidato começa a tomar forma e principia a montagem da estratégia para a condução da campanha política.
Uma nova roupagem, um corte de cabelo, o uso certo das palavras não seria de maneira nenhuma uma desconstrução da imagem real do candidato, mas apenas uma forma de potencializar suas características que até então estavam omissas. É preciso engrandecer aquilo que supostamente já é bom.
São longos os caminhos do início ao final de uma campanha. É preciso obedecer todos os protocolos culturais por onde se passa. A roupagem e o linguajar devem se adequar ao momento, local e público, respeitando o princípio da melhoria da interatividade com as pessoas. Não devemos comparecer a um show de rock trajando terno e gravata, tampouco adentrar uma cerimônia no Palácio do Governo vestindo jeans rasgado – tal extravagância só caberia aos artistas, ponto.
 E para quem pensa que tal fato é uma regalia dirigida apenas ao mundo político, ledo engano. O marketing já invadiu o mundo das personalidades e dos executivos, que também precisam estar alinhados à expectativa de seus públicos. Quem não souber ler por essa cartilha não passa de ano.

Gerenciamento de crises

No final de novembro de 2023, o mundo da inovação e inteligência artificial recebeu com surpresa a decisão do conselho consultivo da OpenAI...