Um projeto de tecnologia de informação para revolucionar o Brasil



A Internet e os diversos sistemas de comunicação digital são realidades sem volta. O emprego cada vez maior nas cadeias produtivas e de serviços faz com que a chamada Era Digital ganhe perfil estratégico e receba status proeminente nas relações de negócios e no contexto das inovações.
O mundo industrial passou por diversas transformações desde a produção em escala, contada com inestimável talento pelo mestre Charles Chaplin, em Tempos Modernos. Depois desse período, o pós-guerra trouxe a necessidade de reconstrução, na qual o Japão despontou com a prática da qualidade total, uma filosofia para enfrentar os novos tempos. Em 1994, Michael Hammer e James Champy apresentaram o conceito de Reengenharia, ganhando os holofotes empresariais. A proposta de reexame dos processos, eliminando as complexidades e ineficiências, serviu de justificativa para qualquer mudança organizacional, até mesmo as demissões em massa.
Agora estamos passando por um momento de ventos mais favoráveis, em que o foco está no que sempre deveria ter sido desde os primórdios: os negócios. É esta base que sustenta a existência de qualquer empresa, garantindo lucros, empregos, padrões de qualidade, inovações e qualquer outro composto do universo empresarial.
Precisamos olhar atentamente o que está acontecendo, o desenho que está sendo formado a muitas mãos. Empresas geneticistas têm trabalhado sistematicamente na decodificação do DNA com o objetivo de estratificar os tipos e níveis de proteinas atuantes em cada célula, e como se dão tais processos naquela célula com padrão defeituoso, que resulta em males como o câncer. Isto só vem sendo possível graças a tecnologia de informação. Com a disponibilização de dados digitais é possível estabelecer níveis de discussão e trocas de informações entre cientistas do mundo inteiro, chegando as conclusões de maneira mais célere, eliminando etapas com base no que já foi realizado por outros profissionais; tudo num espaço de tempo tão curto que, outrora, precisaria de anos de estudos e milhões em investimento.
Na esfera social, as possibilidades de avanço são múltiplas. O processo educacional brasileiro, sistema dado como falido, pode ressurgir como força motriz para o impulso de crescimento social e econômico sustentado que tanto almejamos. Temos de ampliar a percepção de que a Educação é estratégica para a redução da violência, para a manutenção das relações familiares e sociais, do aperfeiçoamento do serviço público, da capacitação de mão de obra para atender à demanda dos novos tempos. Enfim, que a Educação deixe de ser perfumaria.
Para fazer com que essa nova realidade saia das intenções para o campo do executável, é preciso entender desde o perfil psicossocial do aluno contemporâneo, passando pela construção e reformulação de prédios escolares para serem centros atrativos para os estudantes, e não espaços de enganação, nos quais os professores fingem lecionar e os alunos fingem estudar. As escolas têm a obrigação social de manterem espaços para a prática de educação cultural e esportiva por meio de suas instalações e gestão administrativa. É preciso, sim, que existam piscinas, quadras poliesportivas, áreas para atletismo, teatros, polos de desenvolvimento musical e artístico para ocupar as mentes, incentivar os sonhos e criar um projeto de vida para uma nova sociedade. Minha sábia mãe já dizia: cabeça vazia, oficina do diabo. É preciso dar ocupação aprazível e útil para a meninada, como ponto de desenvolvimento humano e social, reduzindo o espaço de aliciamento para práticas nefastas à própria sociedade. É necessário entender que esta não é uma atitude assistencialista, mas uma maneira inteligente de evitar as grandes mazelas sociais contemporâneas. É, na verdade, um ato preventivo, um grande investimento gerador de economia e dividendos sociais. Todo esse arcabouço pode ganhar vida e alma através da tecnologia de informação, aproximando alunos e professores de diversos estados, ampliando a comunicação e integração, reduzindo os gaps de conhecimento, ampliando as oportunidades de um futuro melhor.
A tecnologia de informação também deve revolucionar o setor de Saúde. O uso de smart cards (cartões inteligentes) em sintonia com equipamentos e softwares pode ser revolucionário do ponto de vista da agilidade dos primeiros socorros aos pacientes, eliminando filas e burocracias, até o ponto de salvar vidas, mediante maior agilidade e eficácia de atendimento, graças ao advento do cartão carregar todo o histórico do paciente, exames, prescrições anteriores e toda sorte de informação que possa suplantar dúvidas do médico atendente. Somente os ganhos financeiros obtidos com agilização de atendimento, diagnósticos mais rápidos e assertivos, medicamentação correta e tratamento eficaz, redução da mortalidade em função da qualidade e rapidez de serviço, seriam por si, numerário suficiente para bancar tal investimento. Quem sabe, surpreendentemente, não seria a solução do déficit da Previdência. Resolver dois problemas com a mesma tacada.
Como podemos notar, em poucos exemplos, há um campo vasto para ser desbravado com as ferramentas e estratégias da tecnologia digital. É preciso visão e atitude para transformar e revolucionar.

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