Quanto pode custar uma frase mal dita?


 A língua é a espada do homem. A frase está mais atual do que nunca. São dezenas de casos todos os dias que figuram nas páginas da internet, revelando que as redes sociais são utilizadas muitas vezes para cavar a própria cova. Nesta semana, uma empresa americana de Relações Públicas teve seu contrato encerrado por conta de um comentário no Twitter feito pelo dono da agência. Representante de uma importante empresa de jogos eletrônicos, o RP partiu para o confronto com os internautas que se mostravam negativos ao último lançamento do cliente. O companheiro RP citou que muitos daqueles que fizeram menção negativa ao produto poderiam não receber mais os produtos para testes. Não é preciso dizer como a história terminou, mesmo após o pedido de desculpas. O rompimento por parte da empresa foi imediato.
Aqui pelos nossos lados, tivemos uma funcionária terceirizada, do Supremo Tribunal Federal, “sugerindo” a aposentadoria do senador José Sarney. Novo imbróglio, desculpas e repercussão negativa para todos os lados. Também tivemos a estagiaria de um famoso escritório de advocacia que não se conteve ao ver seu candidato a presidente da República perder; disparou a metralhadora giratória em direção ao povo nordestino com repugnante preconceito; a resposta da rede social foi imediata, rendendo-lhe processo criminal e perda do emprego, sem contar o dissabor de milhares de mensagens que invadiram seu Twitter para protestar contra as frases mal ditas, ou malditas.
A verdade disso tudo é que cada vez mais é preciso estar preparado para lidar com as ferramentas da internet e mais preparado ainda para lidar com as próprias emoções no momento de teclar. É por isso que a comunicação é fundamentada pela estrutura intrapessoal (consigo mesmo), interpessoal (com os pares), grupal (com os grupos) e de massa (com o universo). Não basta ter uma Ferrari, é preciso saber conduzi-la com maestria e conhecimento da máquina.
O comportamento humano é muitas vezes determinado pela conjunção de fatores que predominam sobre a essência de cada um. Existem aqueles suscetíveis às críticas profissionais, às crenças e valores, às ideologias, aos temores psicossociais e por aí vai. Entretanto, trabalhar de maneira atuante sobre o próprio comportamento é fator essencial para a garantia de uma comunicação de excelência, seja no campo pessoal ou profissional.
Nos dias de hoje uma frase ganha propulsão gigantesca em poucos minutos. Portanto, é preciso ter um filtro sensor interno para administrar a comunicação de maneira exemplar. Precisamos aprender a seguir a estrutura funcional da própria cabeça: pensar, ouvir, respirar e, somente então, falar. É a garantia de que não seremos alvejados pelas próprias palavras.

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