"Um momento, vou estar transferindo o senhor!"


Ligo para pedir informações ou reclamar, e antes que consiga pronunciar três palavras... “um momento, vou estar transferindo o senhor”. Neste tal momento, não tem um ser neste planeta que não se vê invadido pelo pecado da ira. Espírito de Dalai Lama à parte, a verdade é que este é um problema recorrente e comum à maioria dos serviços de telemarketing prestados pelos nossos caros fornecedores.
Mas se este é um problema antigo, então por que não resolvê-lo? Eu fico ainda mais perplexo porque é uma atribuição que deveria recair nos ombros de nós, profissionais de comunicação, pois os resultados dos ruídos provocados por tais desentendimentos refletem diretamente na imagem da empresa, no valor da marca, na qualidade de produtos e serviços, nas vendas, no resultado final de lucros e perdas. Entretanto, tudo passa ano após ano como se nada estivesse acontecendo.
A boa comunicação se faz com gente preparada, ferramentas adequadas e estratégias pontuais. Se existe um grupo de telemarketing voltado à prestação de serviços ao grande público, tais profissionais devem ser treinados de acordo com a expectativa de atendimento esperada pelos consumidores – eis a janela para a expertise de recursos humanos; a tecnologia utilizada para dar os primeiros atendimentos deve estar adequada à expectativa dos consumidores; as estratégias de comunicação devem ser planejadas para atender à expectativa dos consumidores. O resto é balela!
Não adianta gastar fábulas em equipamentos de última geração, como se tais investimentos por si cobrissem os defeitos e ônus de um atendimento precário. É preciso sim investir no aperfeiçoamento e treinamento para que entendam as necessidades de quem está do outro lado da linha, do que está em jogo emocionalmente, do objetivo de dar um bom atendimento, fazer jus ao valor de marca da empresa e sabedor de que, naquele instante, o atendente é a empresa – olha a responsabilidade!
Os instrumentais e as maneiras mais adequadas de fazer com que tudo ocorra a contento é uma fórmula secundária, complementar, que uma competente área de TI em parceria com profissionais de comunicação poderá maximizar o uso de ferramentas para atender às expectativas do consumidor.
Neste momento, chego a ouvir os “criadores de obstáculos profissionais”, dizendo: “não é bem assim!”. Mas eu digo: é bem assim mesmo! É preciso determinação, planejamento, entendimento do ser humano, simplicidade. É assim que se faz a boa comunicação. Ou vamos ficar sendo transferidos até quando?

Comentários

cointer disse…
Excelentes observações.
Os problemas não são resolvidos mas adiados momentanea e oportunamente, o que compromete a imagem institucional da empresa.
E considere-se também os vícios de linguagem que são atentados diarios à nossa inteligência, à lingua pátria e ao bom gosto. Gerundiando.
É preciso que os empresários sejam alertados para estes pequenos vicios de aendimento e de "apresentação" de suas corporações para entenderem aimportância do trabalho de profissionais de Comunicação.
Sou Paulo de Tarso - profissional de Relações Públicas, com especialização em Comunicação Empresarial.

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