É a comunicação, estúpido!
“É a economia,
estúpido!” Foi uma frase famosa cunhada por James Carville, estrategista de
Bill Clinton, na campanha americana de 1992. À época, George Bush (pai) era
considerado imbatível, pois acabará de vencer a guerra do Golfo Pérsico.
Carville conseguiu convencer que o negócio era canalizar a campanha para os
problemas cotidianos dos cidadãos, culminando na famosa frase.
No Brasil, tivemos nesta semana a vitória da presidente
Dilma sobre o candidato Aécio Neves. Tudo seria trivial se não fossem os mesmos
ditames de sempre. Como bem apontou o ex-marqueteiro de campanha de Aécio Neves,
o antropólogo Renato Pereira: “ele pregou para convertidos”.
Trocando em miúdos, é como passar a campanha inteira
convidando surfista para participar de luau, o que não requer esforço.
Entretanto, por maior lógica que tenha o discurso e temas tratados ao longo da
campanha pelo então candidato do PSDB, a maioria ouviu, mas não escutou.
Aqui abrimos os parênteses da comunicação. Para melhor
compreender, vamos ao exemplo da professora falando com o aluno:
- Menino você não
me ouviu direito?
- Ouvi sim, eu só não escutei o que a senhora disse.
- Ouvi sim, eu só não escutei o que a senhora disse.
Pois é, somente ouvir, o que se refere ao sentido da
audição, não significa compreensão, o que está reservado à capacidade de
escutar.
Nesse cenário, o PT é
catedrático no processo de falar o que a maioria compreende. Quem já trabalhou
com comunicação no chão de fábrica sabe muito bem do que estou falando. A comunicação é uma ciência cheia de
mistérios, com seus signos, técnicas, ícones, que devem ser reelaborados de
acordo com as necessidades de informação e formação de cada público. O
entendimento é o objetivo maior.
Enquanto os demais partidos não deixarem suas convicções
acadêmicas de lado e trilhar no caminho de que é preciso saber falar com o povo
e não falar para o povo, haverá por muito tempo uma coletânea de derrotas sem a
menor dose de aprendizado e sabedoria.
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