Entre surdos e mudos
Em tempos de crise é preciso investir em comunicação. Quando
estamos em mar aberto, com períodos de tempestades, não adianta se lamentar,
dizer o que poderia ter sido feito ou pensar se não estivesse ali. É preciso
observar todas as intempéries e desacertos, calcular os prejuízos, ajustar as
velas, reorganizar a rota e tocar em frente, rumo a novos horizontes.
Para que as pessoas saibam, compreendam e participem dessa
retomada de rota, é preciso alinhamento de pensamentos e ações, assim o
resultado será o que foi planejado. É no processo
de construção desse alicerce
que a comunicação fundamental.
O primordial numa crise não são apenas os recursos que dispomos para atravessar a tempestade (quem acreditou nisso, viu o Titanic afundar), precisamos de um planejamento detalhado não apenas para aquilo que desejamos alcançar, mas, principalmente, para aquilo que vamos enfrentar.
O primordial numa crise não são apenas os recursos que dispomos para atravessar a tempestade (quem acreditou nisso, viu o Titanic afundar), precisamos de um planejamento detalhado não apenas para aquilo que desejamos alcançar, mas, principalmente, para aquilo que vamos enfrentar.
Liderar é muito mais do que manter a ordem e a disciplina, é
preciso criar estímulos para as pessoas enxergarem o planejamento como um todo.
A partir daí, empregarem a força necessária para se atingir metas e objetivos.
Não existe outro caminho para que isso aconteça a não ser através de uma
comunicação pontual. A arte de liderar é a arte de se comunicar.
A crise faz parte da vida das pessoas, empresas, governos, sociedades. Não adianta imaginar um mundo perfeito; nem a imperfeição como uma companheira constante. É preciso entender que os problemas existem e que podem ser solucionados. O caminho para esse encontro passa pela criatividade, visão apurada, ousadia, empreendedorismo, vontade de vencer.
Se tivermos um barco à deriva e metade da população ficar preocupada em defender o capitão A, e a outra metade, o capitão B, então, teremos a divisão de forças, ou seja, menor capacidade para sair do meio da tempestade. É nesse ponto que a liderança deve ser provida de capacidade comunicacional para fazer com que todos percebam que estão no mesmo barco e que se não encontrarem uma solução conjunta, então o fundo do mar será endereço certo para ambos os lados.
As crises, muitas
vezes, apontam vencedores e vencidos, mas também servem para agrupar famílias,
povos e sociedades em torno de um bem maior. Mas, só acredito que isso aconteça
com a própria reorganização da comunicação como geradora de estímulo e
resultados. Sem isso, seremos um bando de surdos ouvindo discursos de mudos. E,
parodiando Lewis Carroll: para quem não sabe onde vai, qualquer lugar serve.
Até o fundo do mar.
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