Do simples ao complexo: a vida de uma empresa
João um dia resolveu abrir um negócio; não seria mais
funcionário e conduziria sua vida com sua própria cabeça. Comprou um carrinho,
fez a decoração, colocou um vistoso cartaz e começou a produzir hot-dog com seu
jeito peculiar. Ah, claro, deu um nome que pudesse olhar todos os dias e
sentir-se orgulhoso: Jonhny’s Dog.
Você deve ter percebido que mesmo querendo apenas vender os
seus hot-dogs, João teve que estabelecer um local para apresentação de seu produto;
investir no design; criar propaganda; estabelecer fluxo de produção; investir
em marketing; adotar ações para as vendas; e ainda aprender a lidar com
finanças e com os clientes. Estamos falando de um singelo negócio que tinha
apenas como objetivo inicial: vender hot-dog.
A verdade é que nenhuma empresa nasce para ser social; a
empresa nasce para vender.
Ao longo de sua trajetória, as empresas vão incorporando
outras tarefas peculiares às necessidades que vão se apresentando. Depois que
se monta a estrutura básica, descobre-se que o negócio precisa ter um grupo
funcional integrado, seguro, contente e proativo para que os resultados
aconteçam. Logo à frente, vai descobrir que a empresa é um organismo vivo em
meio à sociedade e que, por isso, precisa dar sua parcela de contribuição para
que essa mesma sociedade se torne melhor, afinal, é dali que a empresa extrai a
sua sobrevivência.
As empresas têm aprendido ao longo dos anos que a evolução
organizacional é uma constante. Não existe um modelo que se fixe no tempo e
sirva para o todo sempre. É preciso se adaptar às épocas, buscar o
contentamento do público consumidor e, sempre que possível, superar as
expectativas.
Dentro dessa ótica é necessário abrir parênteses para o
melhor entendimento do ser humano. Aquele mesmo que vai ser crucial para
alcançar as metas e objetivos traçados. Aquele mesmo ser que será essencial
para fazer com que o público consumidor se familiarize com os produtos,
desperte o interesse e consuma. Aquele mesmo ser que garantirá a existência da
organização por longos anos.
É nesse estágio de evolução que a empresa percebe que não
está mais fazendo produtos e nem vendendo commodities,
ela está criando e celebrando emoções, vivências; ela está definitivamente
lidando com a vida.
As pessoas compram produtos por necessidades e compram
marcas por sentimentos complexos que vão desde a simples familiaridade com o
jeito de pensar até uma explosão de sentidos em relação ao que busca conquistar
na vida. É por isso, que as empresas estão cada vez mais abrindo as portas do entendimento para o
neuromarketing, a fim de entender as demandas cognitivas e como satisfazer e
superar as expectativas de ávidos consumidores.
Aos profissionais de comunicação cabe o desafio de antever
esses princípios, estabelecer a ponte de entendimento daquilo que não é
tangível para o campo econômico e pavimentar o caminho que leva as empresas até
esse novo modelo de relação com o mercado.
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