O sentido do reconhecimento na empresa
Desde o início da humanidade as pessoas procuram dar
significado à existência e aquilo que fazem. Não é possível perceber a vida sem
significado. Em milhares de anos evoluímos, mas continuamos com o mesmo
propósito. Então por que as organizações ainda continuam na contramão da
realidade humana e negligenciam o direito participativo do colaborador?
Um trabalhador só se realiza quando consegue atingir dois
fatores preponderantes de sua própria existência: ganhar para sua sobrevivência
e de sua família, com algum conforto; e dar sentido àquilo que faz. Nesse
segundo ponto, temos a nítida certeza de que é preciso realização no mais amplo
sentido de estar realizado.
Como querer que um vendedor bata metas e conquiste novos
mercados se não tiver em mente a grandeza daquilo que faz como fonte
realizadora de um projeto maior? Como quer produtos de qualidade quando os
colaboradores da fábrica não conhecem o destino e a importância dos produtos
que estão fazendo? Como ter designers e inovação superando expectativas se não
sabem que podem modificar o mundo a partir de suas ideias?
O mundo empresarial é complexo; contudo, as pessoas são mais
simples. Integrar esses dois universos para que ambos caminhem no mesmo caminho
é missão desafiadora, porém, possível. Sabemos que programas de comunicação
interna são grandes catalisadores dessa união. Integração não é apenas fazer
juntos, mas, sim, unir forças e talentos para conquistas conjuntas.
Venho observando todos os programas que surgiram nas
empresas, desde a década de 1980, com apelos participativos cunhados nos
quintais orientais japoneses, talhados pela praticidade americana. Em todos os
casos, o elemento de sucesso é único: união. Tal fator não se conquista pelo
simples querer ou determinação via memorando. É preciso ampliar o leque de
conhecimento social para entender os mecanismos que precisam ser azeitados,
afim de que as coisas aconteçam. Respeitar a cultura, conhecer a dinâmica de
vida organizacional, entender as necessidades de cada grupo, desenvolver
técnicas e ferramentas que catalisem a vontade e participação nas realizações
empresariais. Estes são os desafios básicos que devemos enfrentar investindo em
comunicação interna com foco na gestão de pessoas para resultados.
Reconhecimento é a palavra chave desse enigma. O colaborador
precisa se reconhecer na atividade que exerce. É aquilo que faz dele algo mais
do que um simples executor. É o que dá sentido à vida e o que o impulsiona a
querer algo mais dela. É preciso entender de uma vez por todas que a empresa
não está dissociada dia vida comum. Fazer a lição de casa é garantir o futuro
próspero e duradouro.
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