A força está no equilíbrio
Todas as vezes que tomamos uma posição estamos na realidade abdicando ou favorecendo a um dos lados. Certo ou errado é um ponto de relatividade, de paradigma, de época, de visão. Numa discussão os dois lados sempre têm razão. Afinal, é só estar do lado contrário, pensando como tal, para entendermos as razões e os argumentos de cada um.
Lado A ou lado B são partes do sistema duo, no qual todas as coisas na Natureza só existem pelo próprio contraditório, senão vejamos: a luz e as trevas; o preto e o branco; o céu e a terra; o silêncio e o som. A existência de um se complementa na do outro. O que torna de fato um lado certo ou errado é o extremismo. Uma religião extremista deixa de fazer bem ao espírito e causa danos aos seguidores e até mesmo para quem não faz parte da crença. Uma visão política extremada pode criar uma série de fanáticos ao invés de solucionadores de problemas sociais. Uma relação amorosa extremada é o prenúncio do fim.
O caminho da centralização, do equilíbrio é sempre a forma mais sensata de ver o mundo, interpretar os problemas, contemporizar situações, remediar males, encontrar comunhão. Os filósofos Lao-Tsé e Confúcio foram os precursores da chamada fonte de equilíbrio espiritual, no qual o homem buscava a centralização de seus atos e pensamentos como forma de vida equânime. O povo Oriental sempre teve a preocupação de estabelecer uma vida mais equilibrada para todos.
Por esse ponto de vista, podemos entender que, graças à miscigenação, o povo brasileiro está mais próximo do equilíbrio do que outros; temos o DNA de todos os povos, raças e credos. No dia a dia, nossas atitudes são mais ponderadas, sem muitos extremismos – salvo casos à parte. Portanto, é natural que as oportunidades de bem-estar fiquem mais próximas.
No processo de comunicação dentro das organizações, lidamos diariamente com experiências de convívio, participação, troca de valores, aceitação de normas, condutas e responsabilidades, enfim, retratamos nossas empresas dentro de um universo paralelo. É por isso, talvez, que acreditamos estar num mundo diferente quando atravessamos os portões do ambiente de trabalho. Cada um acredita que pode dar um rumo melhor ao seu espaço do que o registrado no mundo global, onde pouco pode fazer – é o sentimento da maioria.
Diante de tal cenário, os líderes empresariais têm a difícil missão de estabelecer parâmetros de realidade entre a empresa sonhada e o mundo real, afinal não existe, deliberadamente, um só funcionário que deseja ver sua companhia sucumbir e ele mesmo tornar-se vítima do naufrágio empresarial. Portanto, desenhar um cenário futuro calcado em objetivos, criar estratégias que levem a atingir o planejado, incumbir cada um de desempenhar seu papel com a devida responsabilidade e, acima de tudo, promover uma atmosfera favorável para que todos encontrem a motivação desejada, é o papel preponderante dos líderes do século XXI.
Nossas empresas funcionam como uma orquestra sinfônica. Quanto mais treinados forem os músicos, quanto melhor aparelhados, quanto mais o ambiente for dotado de uma atmosfera motivacional positiva, saberemos que o grupo como um todo estará mais preparado para grandes apresentações, e o sucesso será uma mera questão de tempo.
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