A comunicação e a cultura juntas para sempre
Conhecer a fundo uma pessoa é imprescindível para se estabelecer comunicação. Caso contrário, as tentativas de interação passam a ser um jogo de acertos e erros sem precedentes. Por isso, conhecer a cultura organizacional é fator preponderante para criar estratégias e promover ações de comunicação junto aos públicos, seja do ponto de vista apenas da comunicação interna, ou fora dos muros da empresa, com ações de marketing, propaganda, promoção, comunicação digital e dai por diante.
Nunca devemos partir do princípio de que o realizado na empresa “A” funcionará perfeitamente na empresa “B”, pois a verdade de uma não é absolutamente a de outra. Cada organização é dotada de uma cultura particular, um conjunto de comportamentos, crenças, valores, características que determinam a maneira de lidar com vários tipos de situações. Não é possível entender a prática de comunicação reservada a uma empresa dominada pela cultura do poder, sendo aplicada indiscriminadamente numa outra em que a predominância é da cultura de tecnologia. É preciso saber fazer a leitura correta sobre a realidade cultural de cada organização.
É difícil imaginar as práticas de comunicação de uma companhia como a Facebook sendo empregadas, por exemplo, dentro do ambiente de trabalho da General Motors; o contrário também seria inimaginável. Não é pelo motivo do que é certo ou errado, mas do que seria certo ou errado propriamente dentro de cada ambiente. É uma temeridade construir qualquer plano de trabalho apenas com base em dados financeiros e outras temáticas pitorescas ao dicionário do “administres” sem o devido conhecimento da cultura da organização e da cultura antropológica de como caminha a sociedade.
O valor de marca de uma companhia está vinculado às tendências comportamentais da sociedade, e como empresa, produtos, serviços e comunicação estão alinhados às mudanças e proposições de novos cenários. A Coca-Cola, um ícone americano do século XX, perdeu 20% do valor de marca no período de 1999 a 2006. É a prova de que o todo absoluto não é para sempre. A IBM já tinha experimentado o gosto amargo por não estar antenada às novas tendências quando fez desdém do projeto de um determinado jovem chamado Bill Gates. Mas é certo que ainda veremos outros exemplos nos anos vindouros.
Quem trabalha com comunicação deve deixar de lado os achismos, preconceitos, as certezas e discussões, a fim de empreender o verdadeiro papel de catalisador de mudanças, revelador de tendências e conselheiro das grandes transformações. Saber interpretar a cultura que ronda a vida corporativa é um desafio particular de cada profissional, mas traduzir essas mudanças é uma obrigação das empresas que sobreviverão ao longo do século XXI.
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