Gisele Bündchen e o máximo da comunicação
Gisele Bündchen é considerada über model, uma designação alemã para exprimir o que de melhor há em alguém ou em algo denotando superioridade. Está acima de uma Top Model, uma sumidade do mundo fashion. No paraíso comunicacional das artes e da ciência também deveríamos ter o padrão über, mas não temos. Temos excelentes profissionais, boas práticas de gestão corporativa, muitas ferramentas e aplicativos para dar vazão a todas as estratégias; porém, falta o oráculo, a luz que direcione para o novo, para o inusitado.
A seleção de todos os compêndios comunicacionais, sejam teóricos ou práticas nos mais variados segmentos, mostram uma preocupação avaliativa do que passou e soluções contemporâneas para lidar com as dificuldades do presente. Não há confluência de estudos e esforços para alcançar o tempo futuro. E se a comunicação é uma ciência, então tal como, deveríamos ambicionar a mudança, a superação, o inusitado, o novo, o inovador. Contentar-se com as quirelas do dia a dia é medíocre e pouco proveitoso para o futuro de nossas organizações.
Hoje, o desafio da comunicação ultrapassou o tratamento em relação aos produtos (os 4Ps do marketing), percorreu o sutil caminho do foco no cliente, e chegou ao patamar daquilo que se aproxima do espírito. Portanto, já não basta ser exímio na comunicação com o fator real, aquilo que chega à mente; é preciso também abrir caminho para a conquista do coração e do espírito. Isto só é possível com um nível de estudos elevados sobre comportamento, psicologia, sociologia, antropologia, neurociência, tendências de mercado e todas as grades acadêmicas que pudermos somar para desanuviar nosso foco em direção à realidade comunicacional que ainda desconhecemos.
As pessoas não estão apenas buscando produtos e serviços que satisfaçam suas necessidades, mas também buscam experiência e modelos de negócios que toquem o seu lado espiritual. Ou seja, é preciso repaginar nossas considerações sobre as melhores práticas de comunicação para não bater pregos em placas de aço, numa ação em vão.
O fato é que dentro do conceito triple bottom line (visibilidade econômica, consciência ambiental e responsabilidade social) temos que identificar os padrões de ansiedades, necessidades e os desejos dos consumidores para alcançar suas mentes, corações e espíritos. Portanto, empresas candidatas a ícones devem compartilhar do mesmo sonho com os consumidores e fazer a diferença. Uma visão de futuro é premissa básica para a realização da coletividade.
Feita a lição de casa, talvez, e somente talvez, tenhamos os méritos de utilizar o termo alemão über para preceder a palavra comunicação. Para se atingir o máximo é preciso fazer o máximo.
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