A comunicação de 11 de setembro


Fotos: Wikipédia
Definitivamente, a Al-Qaeda atirou no que viu e acertou no que não viu. Há dez anos, os chamados radicais fizeram de uma ação estrategicamente bem planejada para derrubar os principais símbolos de poder dos Estados Unidos, uma fortaleza comunicacional sem data para terminar. Ou seja, pior do que a derrubada das torres gêmeas foi instaurar a comunicação do terror em larga escala; os Estados Unidos jamais serão os mesmos.
A comunicação é tão poderosa e tão profunda que não deixa apenas marcas e vestígios, mas uma história permanente que não pode se apagar. Mais do que apenas destruir símbolos de poder, ou dizimar populações, os ataques terroristas deixaram a população americana em sobressalto e temor permanente. O clima de tensão nos aeroportos, escolas, ruas, metrô e de qualquer lugar onde haja aglomeração é motivo de pensamentos e expressões de preocupação e medo constante.
Como amenizar o clima? Como instaurar uma nova política de comunicação que tranquilize moradores locais? Não há dúvidas de que a eleição de Barack Obama trouxe uma dose cavalar de esperança e fortalecimento da autoestima americana, no entanto, passado a lua de mel com eleitores e políticos de oposição, volta à tona a preocupação permanente com as vias de segurança interna do país, e o desconforto generalizado da população.
Se fosse somente esse o problema da agenda de prioridades de Obama, poderia o democrata ter todos seus esforços direcionados para a solução. Contudo, economia, emprego, saúde e toda sorte de obrigações inerentes ao cargo faz com que o presidente americano veja reduzida sua carga de esforço para dirimir ao máximo possível a cultura do terror instituída nos Estados Unidos após 11 de setembro de 2001.
É por isso mesmo que a estratégia de ação passa pela resolução dos principais problemas apontados pela própria população, para devolver a autoestima e a tranquilidade às ruas e ao sono do americano. Secundariamente, a resolução das pendências de conflitos armados no Oriente Médio é também estrategicamente pontual para reestabelecer a cadeia de comando político e dar maior tranquilidade para a gestão da paz mundial, o que só favorece ao âmbito emocional interno do país.  A chamada terceira via de comunicação seria a própria prática diária do comandante supremo do país no restabelecimento da autoconfiança e do clima institucional para amenizar o déficit emocional causado pelo 11 de setembro.
Talvez as gerações presentes não possam saborear os resultados que poderão ser alcançados, mas é fato que somente ações pró-ativas poderão dirimir as mazelas causadas por uma data nefasta já marcada em nossos calendários. Contudo, atravessamos duas guerras mundiais e aprendemos que a melhor força de comunicação é a reconstrução; é o que devolve a fé, esperança, autoestima e a certeza de que tudo pode melhorar.

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