Entre a comunicação do presente e do futuro
São inúmeros propositivos que se apresentam como desafios para o mundo da comunicação no dia a dia. Somos cutucados frequentemente por temas complexos e variados que decompõem nossa imaginação em variadas formas de viver a vida. Saber o que é mais importante: o futuro ou o presente? É uma das questões que assolam o painel cerebral de todos os humanos, especialmente quem lida com comunicação. Afinal, é preciso agir agora, porém, sem deixar de se resguardar sobre o que vem pela frente. Então, voltamos à pergunta e ao plano original da questão.
Lidar com o presente e o futuro está dentro do plano de dualidade humana. É um conflito constante e duradouro que deverá permanecer em pauta até os finais dos tempos. Quem não gostaria de poder atuar simultaneamente nos dois eixos sem perder a certeza de garantir êxito nessa dupla proposta? Porém, sentimos que a balança sempre penderá para um dos lados, e que faltará alguma coisa diante de tal desequilíbrio.
É claro que o mais desafiador e, paradoxalmente excitante, é a busca pela chave do equilíbrio, não seria outra a cereja da vida. Mas sabemos que a busca pela certeza entre o presente e o futuro tem como severo mediador o tempo, no qual não sobra espaço para a condescendência entre o certo e o errado, entre o que é e o que poderia ser. Daí a necessidade e precisão da busca pela certeza imediata e pelo sucesso de nossas apostas. Não podemos viver num mundo de competição com os dados nas mãos de lance em lance; é preciso maior assertividade nas jogadas da vida para evitar os desgastes e erros, nossos eternos adversários.
Nesse embaraçoso episódio lotérico, as nossas certezas fazem frente aos desafios e por vezes somos submetidos a provas incontestes na relação do hoje com o amanhã. Um programa de comunicação que contempla o tempo futuro pode não encontrar fôlego para ser testado e aferido como eficaz; um programa concebido para enfrentar o tempo presente encontrará desafios diários à sua frente e, certamente, uma hora ou outra sucumbirá. É por isso, mais uma vez, que fica claro a necessidade do equilíbrio, ou como diria popularmente: um olho no peixe, outro no gato. Esta é a forma mais correta de garantir a manutenção do tempo presente e dar respaldo para as investidas no tempo futuro.
Comunicação se faz com visão holística. Comunicação se faz com propósitos e assertividade. Só podemos ser eficazes se estivermos preparados para entender todos os elementos que trafegam na linha temporal do presente ao futuro. A cultura que permeia tal transitoriedade é uma das fontes importantes para melhor lidarmos com todas as questões. A fotografia comportamental de pares e grupos é a mais livre tradução do terreno que iremos monitorar. O conhecimento das ferramentas que falam mais alto ao nosso público é uma obrigação para lidar com o tráfego comunicacional. São essas apostas que podem definir os pesos na hora de manter o equilíbrio entre o planejamento do presente e do futuro.
Cada vez mais os profissionais de comunicação são lançados à parede para aumentar seu background acerca das vicissitudes que interpelam as pessoas diariamente. Não basta mais ser um expert em apenas uma área de afinidade comunicacional; é preciso pensar a comunicação de maneira global e atemporal. Para que essa realidade seja concreta, então, é necessário ampliar o conceito acadêmico da estrutura de comunicação, recheando tal ciência com outras cátedras: psicologia, filosofia, antropologia, sociologia, entre outras. Somente com essa tomada poderemos alcançar o equilíbrio perfeito para empreender propostas eficazes para o tempo presente e futuro.
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