Por que os clubes de futebol ainda patinam no marketing esportivo?
Se observarmos os maiores clubes brasileiros veremos progresso
no que diz respeito ao processo de gestão do marketing esportivo, entretanto,
ainda distante da realidade dos times europeus.
Não é apenas uma questão geográfica, mas filosófica e
cultural. Aqui os clubes trabalham com as questões que gostariam de evitar. Por
isso, se utilizam de corte de custos, patrocínio para pagar salários, renda de
público para quitar dívidas, aumento no preço dos ingressos para corrigir
falhas de gestão e agora, a moda do momento, o chamado programa sócio-torcedor.
O pensamento generalizado dos gestores é sobre aquilo que
devemos evitar e não sobre aquilo que desejamos conquistar. Nenhuma empresa,
nenhum clube se torna grande de fato sem ser ousado, destemido, pró-ativo e
realizador de sonhos. Um bom produto só ganha as multidões quando se torna
grande perante seu próprio público.
Ninguém compra um sabão em pó que lava mal, não bebe uma cerveja ruim,
não come em um restaurante que cobra caro e oferece comida de gosto duvidoso.
Então, por que os dirigentes acham que os torcedores devem comprar e bancar uma
gestão com um time meia-boca?
Não é fazendo o sentido anti-horário, indo contra a corrente
que se tem um clube vencedor – em todos os aspectos. Não é montando uma grande
e bonita casa que teremos uma família feliz de fato, é o contrário que faz tudo
ter sentido. Portanto, o caminho é montar uma grande equipe para abrilhantar os
espetáculos, os quais serão atrativos para o público, para os consumidores de
produtos e serviços, para as emissoras de rádio, TV e meios de comunicação, para
os patrocinadores, para os programas sócio-torcedores, para a venda de marca e
franquias, para a internacionalização da marca e para aquilo que tanto almejam
os senhores diretores: uma gestão financeira saudável.
É certo que tantas farras e desmandos são consequências da
própria emoção desmedida do torcedor, que não mede esforços para seguir seu
clube de coração. Talvez, por isso, diretores estão sempre remando na contramão
da maré. Afinal, sabem que, quando a canoa furar, sempre haverá um torcedor
salva-vidas por perto.
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