O esporte pode mais
Aristóles e Confúcio concordavam numa coisa: a família é um Estado em tamanho menor. “Para se colocar o mundo em ordem, precisamos primeiro colocar a nação em ordem; para colocarmos a nação em ordem, precisamos primeiramente colocar a família em ordem”, sentenciava Confúcio, em Analectos. Tal pensamento é mais do que um jogo de palavras, é a construção lógica dos princípios regentes do equilíbrio do mundo.
Se para um mundo melhor, com menos violência, grupos sociais equilibrados – cientes de direitos e deveres, compromissados com o próximo e não apenas consigo – é preciso potencializar a unidade familiar, então cabe dizer que o esporte pode ser um elemento catalisador para o desenvolvimento físico e mental das gerações presente e futuras.
Cada vez mais é preciso fazer as perguntas certas para a construção das respostas mais assertivas. Por que as crianças e jovens não gostam dos ambientes escolares, principalmente se tratando de escola pública? Por que o nível de evasão escolar é tão grande? Por que o atual sistema pedagógico já não atende à demanda do século XXI? Por que o investimento em Educação não é fonte prioritária para o desenvolvimento da nação? Por que as taxas de violência são altas, mesmo com leis duras? É certo que sabemos a resposta de cor de uma ou outra pergunta, porém, é preciso observar com lentes mais potentes o que ocorre de fato nos bastidores de cada situação, somente assim, encontraremos a resposta definitiva para tais questões. O certo é que o esporte, enquanto modelo de desenvolvimento social, é um grande motivador não apenas no aspecto físico e mental, da saúde, mas também para que crianças e jovens tenham mais estímulos para frequentarem as escolas ao invés dos portões, ruas e bares dos arredores. Para quem gosta de matemática a conta é: cada criança no esporte é uma pessoa a menos na cadeia; o mal não se combate no efeito, mas na causa.
O período de Copa do Mundo e Olimpíadas no Brasil pode ser a força motriz para o desenvolvimento de um extenso programa de práticas esportivas no país, criando grandes celeiros de atletas, ampliando o grau de interação educacional por meio desse estímulo, tirando crianças e jovens das ruas para a inserção de um programa duradouro de formação de grandes cidadãos. É o momento exato de potencializar a participação de clubes e associações recreativas. E qualquer bom profissional de marketing sabe, não há marca ou empresa que não gostaria de participar desse jogo.
Mas se a lógica aponta o caminho para a construção de uma sociedade melhor, então por que não pôr a teoria em prática? Dizem que é mais fácil destruir um castelo de cartas do que propriamente montá-lo. A crítica sempre é mais fácil do que a atitude pró-ativa. Então o caminho seria inflar nossos representantes políticos por meio de cobranças; participar de maneira mais atuante nas entidades representativas, nas empresas, nas escolas, nas instituições; repercutir a ideia por meio dos meios que tivermos ao nosso alcance; enfim, fazer o máximo de cada um para que a somatória de esforços seja algo representativo para a construção de uma sociedade mais justa. E se tem algo que possa realmente transformar um país em algo consistente é o tripé: educação, cultura e esporte. Mãos à obra!
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