sábado, 29 de janeiro de 2011

O esporte pode mais


Aristóles e Confúcio concordavam numa coisa: a família é um Estado em tamanho menor. “Para se colocar o mundo em ordem, precisamos primeiro colocar a nação em ordem; para colocarmos a nação em ordem, precisamos primeiramente colocar a família em ordem”, sentenciava Confúcio, em Analectos. Tal pensamento é mais do que um jogo de palavras, é a construção lógica dos princípios regentes do equilíbrio do mundo.
Se para um mundo melhor, com menos violência, grupos sociais equilibrados – cientes de direitos e deveres, compromissados com o próximo e não apenas consigo – é preciso potencializar a unidade familiar, então cabe dizer que o esporte pode ser um elemento catalisador para o desenvolvimento físico e mental das gerações presente e futuras.
Cada vez mais é preciso fazer as perguntas certas para a construção das respostas mais assertivas. Por que as crianças e jovens não gostam dos ambientes escolares, principalmente se tratando de escola pública? Por que o nível de evasão escolar é tão grande? Por que o atual sistema pedagógico já não atende à demanda do século XXI? Por que o investimento em Educação não é fonte prioritária para o desenvolvimento da nação? Por que as taxas de violência são altas, mesmo com leis duras? É certo que sabemos a resposta de cor de uma ou outra pergunta, porém, é preciso observar com lentes mais potentes o que ocorre de fato nos bastidores de cada situação, somente assim, encontraremos a resposta definitiva para tais questões. O certo é que o esporte, enquanto modelo de desenvolvimento social, é um grande motivador não apenas no aspecto físico e mental, da saúde, mas também para que crianças e jovens tenham mais estímulos para frequentarem as escolas ao invés dos portões, ruas e bares dos arredores. Para quem gosta de matemática a conta é: cada criança no esporte é uma pessoa a menos na cadeia; o mal não se combate no efeito, mas na causa.
O período de Copa do Mundo e Olimpíadas no Brasil pode ser a força motriz para o desenvolvimento de um extenso programa de práticas esportivas no país, criando grandes celeiros de atletas, ampliando o grau de interação educacional por meio desse estímulo, tirando crianças e jovens das ruas para a inserção de um programa duradouro de formação de grandes cidadãos. É o momento exato de potencializar a participação de clubes e associações recreativas. E qualquer bom profissional de marketing sabe, não há marca ou empresa que não gostaria de participar desse jogo.
 Mas se a lógica aponta o caminho para a construção de uma sociedade melhor, então por que não pôr a teoria em prática? Dizem que é mais fácil destruir um castelo de cartas do que propriamente montá-lo. A crítica sempre é mais fácil do que a atitude pró-ativa. Então o caminho seria inflar nossos representantes políticos por meio de cobranças; participar de maneira mais atuante nas entidades representativas, nas empresas, nas escolas, nas instituições; repercutir a ideia por meio dos meios que tivermos ao nosso alcance; enfim, fazer o máximo de cada um para que a somatória de esforços seja algo representativo para a construção de uma sociedade mais justa. E se tem algo que possa realmente transformar um país em algo consistente é o tripé: educação, cultura e esporte. Mãos à obra!

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Crise é para ser resolvida


Em tempos de vacas gordas ninguém gosta de pensar nas dificuldades. Adotar atitudes preventivas e preditivas não é uma questão de pessimismo, é uma lógica racional para enfrentar um possível problema. Aquele que antevê os acontecimentos com base na análise de dados e informações, do conhecimento e da experiência, e até mesmo na intuição, está acima da média, pronto para garantir o sucesso de qualquer negócio.
A crise nunca anuncia quando chega, nem quando vai aportar. Costumo dizer que é preciso pensar naquilo que ninguém ousa pensar, somente assim poderemos tomar atitudes de precaução para salvaguardar o sucesso do planejado. Um plano de comunicação é uma ferramenta útil e eficaz não apenas para orientar as empresas sobre tudo o que acontece no dia a dia da organização, mas também para aquilo que supostamente possa acontecer, mesmo quando não desejamos. Uma companhia aérea que não assume o risco da queda de um avião jamais colocará uma aeronave no ar. Não é desejar o fato, mas saber que, mesmo o indesejável, pode acontecer. Então, é preciso adotar uma série de medidas para que o fato não vire realidade, e se porventura vier a ocorrer, então é preciso estar preparado para dirimir problemas, enfrentar as dificuldades e recolocar tudo nos trilhos, afinal, o show tem que continuar.
Como tocar uma fábrica de produtos químicos sem conhecer os reais riscos pertinentes à produção, armazenamento, transporte e assistência pós-venda? Como não prever todos os cuidados a serem adotados para salvaguardar os direitos e a saúde dos moradores do entorno da fábrica? Como não ter preparado um esquema de ação emergencial para lidar com as situações que possam fugir ao controle em caso de acidentes? Pois é prevendo e adotando medidas e ações para que tais fatos não aconteçam, e acontecendo, para que não tomem proporções de descontrole e desinformação que a empresa poderá estruturar-se de maneira homogênea e integra para o sucesso presente e futuro.
Uma marca não é apenas o desenho de um logotipo com um belo slogan. É a reunião de uma série de adjetivos, percepções, atrativos, aspectos concretos e subjetivos, reunidos em torno de uma empresa; é como o reflexo de uma imagem num espelho; imagem esta composta a muitas mãos. Portanto, todos têm uma parcela de responsabilidade pela edificação, manutenção e até mesmo na destruição da imagem institucional. Digo que o profissional de comunicação é apenas o regente da orquestra, mas se um dos instrumentos não estiver em harmonia com os demais durante o concerto, então tudo estará arruinado.
As crises existem para serem enfrentadas, contornadas, vencidas. O que não podemos fazer é fingir que elas são produtos da imaginação. Diante disso, devemos estar preparados para colher exatamente aquilo que plantamos. O plano de comunicação é a metodologia para a preparação da terra em tempos de sol e de trovoadas. Sem tal instrumento, não há crise que possa ser superada.


sábado, 22 de janeiro de 2011

Sustentabilidade não é brincadeira


O clima no globo terrestre tem mandado recados cada vez mais pontuais. A sustentabilidade não é um tema para ser tratado como mera frase retórica ou de moda. É preciso que todas as instituições governamentais e privadas, a sociedade em geral, abram os olhos para os níveis de catástrofes que acontecem todos os dias. As geleiras derretendo, inundações em várias partes, nevadas como nunca ocorridas, terremotos, furacões, tempestades cada vez mais frequentes, enfim, ninguém está salvo, nós brasileiros também não escapamos da tragédia.
Entretanto, quando recebemos as notícias sobre os últimos acontecimentos na Natureza, não há efetivamente nenhuma ação mais concreta com relação às práticas de sustentabilidade que arrefeçam tais eventos nos próximos anos e décadas. Ao contrário, tudo parece ser visto de forma natural, como se o próprio planeta fosse dar conta do que vem acontecendo com o meio ambiente.
A responsabilidade tem que ser entendida e partilhada entre todos. Não é possível viver na Terra de maneira irresponsável, como se tudo fosse atribuição dos outros, sem comprometimento com a salvaguarda do meio ambiente, das condições de preservação da biosfera, com a manutenção da camada de ozônio, com a redução imediata da emissão de CO, com a redução drástica do desmatamento, com o estímulo à utilização de combustível renovável, a criação de novas fontes de energia, programas permanentes de educação ambiental nas escolas e empresas, campanhas educacionais nas mídias, enfim, uma série de ações que nos tirem do estágio atual de gravidade máxima para a zona de perigo, senão não teremos muito o quê fazer.
Hoje já não é permitido dizer que não sabemos exatamente o que está acontecendo. É possível saber de tudo, em todos os lugares em real time, via internet e outras fontes de informação; é possível enviar um e-mail e cobrar nossos representantes políticos; é possível lançarmos campanhas em mídias sociais; divulgarmos ações predadoras do meio ambiente; estimular ações de preservação ambiental; compartilhar informações; esclarecer dúvidas; questionar; sugerir; inovar. Estamos diante de um tempo em que temos tudo para fazer diferente, fazendo a diferença. É através das ações particulares que poderemos criar uma malha protetora do planeta, sem devaneios, mas com determinação e práticas que tragam resultados concretos para todos.


quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Admirável mundo novo


Segundo a ONU, há mais celulares no mundo do que escovas de dentes. É apenas um dado para mostrar a crescente onda de comunicação em todo o planeta. Redes sociais, milhares de computadores interconectados, malhas digitais, celulares e toda sorte de veículos de comunicação fazem a alegria de milhares de pessoas espalhadas pelo globo.
As empresas estão no meio do tiroteio comunicacional. Sentem a pressão diária de participar e como participar num cenário multifacetado por inúmeros editores de suas próprias comunicações. Hoje é muito simples emitir uma opinião e, em instantes, ver o fato tomar proporções inimagináveis. Temos exemplos todos os dias: atrasos de aviões, mau atendimento, filas nos estabelecimentos, preços de gôndolas que não condizem com os registros do caixa, produtos inadequados às promessas de propaganda, dificuldade para adquirir produtos divulgados, falta de transparência no serviço público, enfim, uma gama de situações noticiadas todos os dias nas redes sociais ganham repercussão na grande mídia. O famoso boca a boca transformou-se no computador a computador.
Para as organizações ainda distantes dos stakeholders, tais fatos são sempre uma má notícia; verdadeiras catástrofes no mundo dos negócios. Contudo, fica a pergunta: o verdadeiro débito da cartada noticiosa deve ser creditado ao emissor ou à empresa que não se preparou para atender à demanda comunicacional?
Pois é, como diria o ditado, é nessas horas que vemos quem tem lata velha para vender. Quem de fato está estruturado para antever situações que possam ser constrangedoras; quais são os fatos que podem vir à tona e causar dificuldades de relacionamento com o mercado; quais são as possibilidades em cada cenário de acordo com os acontecimentos, os quais podem muito bem ser previstos. Não cabe mais ao profissional de comunicação e demais lideranças o hábito de agir apenas como bombeiros, sempre a postos para apagar o incêndio. O século XXI exige mais desses profissionais. É preciso uma visão de futuro sobre o modelo de negócio, destrinchar os cenários desenhados, as demandas e exigências dos stakeholders, a participação cidadã que cabe a cada organização, o comprometimento com a linha de valores, missão e objetivos da empresa, a criação de uma linha comunicacional influente e responsável.
Deter-se na discussão de participar ou não das redes sociais é um tópico ultrapassado para o novo modelo de negócios. Não há como ficar fora desse contexto; se a empresa optar por não criar mecanismos de comunicação e interação com os públicos, saiba que os stakeholders realizarão as comunicações, independente de tudo. Portanto, não dá para viver à margem da malha digital, como se estivesse numa ilha, aquém do que acontece no outro lado do planeta.
Algumas organizações ainda acreditam que é possível viver sem ter um planejamento de comunicação e estratégias bem definidas e assimiladas para a contenção de crises. Não importa mais se você vende direto ao consumidor ou não, estamos num momento em que todos são cidadãos, isto é o suficiente para nos colocar no mesmo barco. E a responsabilidade por aquilo que fazemos ou deixamos de fazer toma proporções positivas ou negativas de acordo como nos preparamos para enfrentar tais vicissitudes.
Hoje, podemos até questionar o modelo utilizado para se comunicar nas redes sociais por esta ou aquela empresa, mas é inevitável a conclusão de que é preciso estar lá. Não dá para ficar de fora, olhando esse admirável mundo novo passar.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

O valor do marketing é infinito?

(divulgação) Ronaldinho: exemplo de marketing esportivo
As negociações para repatriar o jogador Ronaldinho Gaúcho para o futebol brasileiro trouxe uma certeza: não sabemos de fato qual é o valor do marketing.
Clubes endividados, outros declaradamente sem dinheiro para bancar uma transação milionária, descobrem de uma hora para outra que podem levantar quantias vultosas para trazer um dos maiores craques do futebol mundial.
É preciso entender que o marketing esportivo no Brasil não está consolidado, estamos em fase de aperfeiçoamento, descobrimento. As grandes empresas criam oportunidades para a realização de inúmeras ações e ficam ainda mais próximas do público, da consolidação de suas respectivas marcas, da ampliação do mercado consumidor. A cada dia os valores para empreender estratégias e ações de marketing crescem e ganham pujança. Os dirigentes deixam de lado os atos falhos de gerenciamento da marca dos clubes para aprofundar as possibilidades de parcerias e valorização do próprio produto. Mas ainda não é tudo.
Trazer um jogador como o Ronaldinho Gaúcho não é apenas uma decisão básica de reforçar o time para a conquista de campeonatos. Trata-se de um posicionamento estratégico para valorizar a marca do clube, promover novos negócios, inflar a participação de torcedores, melhorar a autoestima da equipe e das torcidas, maximizar a cobertura da imprensa, elevar o número de torcedores – este, sim, o maior patrimônio do clube, aumentar a renda por partida, ampliar o lançamento de produtos licenciados, conquistar novos associados para o clube, projetar a marca da agremiação e dos parceiros em campos nacionais e internacionais, enfim, o limite é a criatividade dos marqueteiros.
As empresas investidoras, por sua vez, conseguem captar novos espaços na mente dos consumidores através da equação projeção x resultados conquistados, que emana uma nova forma de ver os produtos e a marca patrocinadora no mercado de atuação. Haja vista a bem-sucedida parceria entre Palmeiras e Parmalat, servindo não apenas para a projeção institucional da marca de laticínios no país, mas também proporcionando a oportunidade de expansão para outros mercados do setor alimentício. Sem dúvida, foi o combustível propulsor do crescimento da organização italiana no Brasil.
Por isso mesmo é preciso uma matemática complexa para entender toda a configuração de importância do patrocínio no processo de gestão das marcas tanto do clube quanto do patrocinador. Aferir apenas o valor investido x o número de aparições na mídia seria uma maneira leviana e amadora de avaliar o real valor de uma parceria. Os condutores do marketing esportivo precisam de lentes mais potentes para ver o real ganho de cada investimento realizado. E é justamente neste ponto que estamos ainda patinando, ou melhor, descobrindo até onde podemos chegar.
Temos condições extremamente favoráveis para aprofundarmos nossos conhecimentos e aplicações de marketing esportivo. Os eventos da Copa do Mundo de 2014 e das Olimpíadas de 2016 são fortes atrativos para garantir a evolução das parcerias; de outro lado, temos um mercado econômico e de consumo propício ao crescimento. Portanto, é preciso pôr a criatividade à prova, criar novas fórmulas para entender a complexidade de aferição dos valores investidos x ganhos alcançados. Ou seja, neste campo, temos muito o quê jogar.

Gerenciamento de crises

No final de novembro de 2023, o mundo da inovação e inteligência artificial recebeu com surpresa a decisão do conselho consultivo da OpenAI...