sábado, 15 de outubro de 2011

A solução está no problema


Uma crise começa quando falha a boa gestão de comunicação. Quando não há entendimento, sobra desavença. É por isso que não adianta buscar soluções mirabolantes longe do núcleo das crises. É preciso um trabalho apurado de seleção dos fatos e acontecimentos, análise criteriosa, distanciamento racional e emocional, visão apurada e comprometimento com a solução.
Já percebeu que numa discussão os dois lados sempre têm razão? Basta se colocar no lugar do outro para entender seus motivos e porque, quase sempre, refuta o que defendemos. Como diria a sabia vovó: cada um quer puxar para o seu lado. Concordar com a parte contrária depende de três fatores: desprendimento, entendimento e convencimento.
Desprender é estar aberto ao novo. Saber o quanto ainda temos para aprender. Não ficar preso a dogmas e processos já exauridos. Isto requer uma boa dose de humildade para entender a máxima filosófica: só sei que nada sei. Ou melhor, temos um universo inteiro para desbravar. Nada é definitivo.
No que diz respeito ao entendimento, é uma questão milenar. Pessoas individualmente, grupos e povos inteiros de muitos países têm se debruçado sobre essa questão para alicerçar a paz entre todos. Ainda estamos distante do ideal coletivo, mas próximos do melhor que podemos fazer individualmente. Portanto, conhecer nossos próprios limites e dos outros é uma etapa importante para melhor entendimento entre as partes.
Já para convencer alguém é preciso estar em sintonia emocional e racional com a pessoa, senão teremos uma disfunção cognitiva de interpretação dos fatos, e os problemas sempre saltarão aos olhos ao invés de soluções.
Desespero, destempero emocional, egos inflados, falta de humildade são os piores companheiros nas crises. Se não pudermos manter o autocontrole e conduzir uma conversa na direção da solução mútua, então não estamos preparados. É preciso trocar de paradigma para entender a percepção do outro, e a partir disso, abrir janelas para o entendimento generalizado, para a participação em torno de ideias e sugestões, para a melhor convivência, para a oportunidade de gerar soluções duradouras.
Não adianta querer debater situações sob o ponto de vista único de nossos interesses. É preciso ampliar o leque de discussões para criar possibilidades múltiplas de solução do problema, afinal, o importante não é quem tem razão, mas como encontrar a melhor solução.

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Quando a casa não está arrumada o mundo parece uma bagunça


De que adianta produtos de primeira linha, tecnologia de ponta, marketing notório, mercado em ascensão se a mola propulsora para que tudo isso aconteça não está azeitada?
Faço referência à comunicação interna das empresas, das instituições, dos clubes de futebol. Quando todos os integrantes de uma organização não estão imbuídos do mesmo pensamento, conhecedores das suas metas e do objetivo almejado pela organização, então tudo parece distante de se tornar realidade. Funcionários que não estão integrados são “zumbis corporativos”; pessoas que fingem trabalhar, diretorias que fingem acreditar.
A comunicação interna é tão importante para o sucesso de um projeto e de uma organização quanto qualquer outra atividade da comunicação corporativa (marketing, assessoria de imprensa, redes sociais, relações públicas, propaganda e publicidade). Não é possível existir um grupo coeso quando não há entendimento sobre os rumos que a organização está tomando, onde ela quer estar no tempo futuro, qual é a importância de cada elemento para atingir o objetivo, quais são as etapas para realizar metas. Portanto, é função da liderança agir como se estivesse numa nau, como um capitão que convoca sua tripulação para desbravar oceanos em busca de novas terras, com cada um sabendo o objetivo e suas respectivas responsabilidades, entendendo a importância de cada ação para todos, sabendo que o cumprimento de suas funções individuais será de suma importância para o sucesso de todos.
E se não fosse apenas por todos esses motivos, a importância da comunicação empresarial é entendida como uma ferramenta estratégica para inibir a rádio peão, as fofocas, os boatos, os conflitos de interesses, os mal-entendidos. É o portal para o entendimento entre chefias e funcionários, para ampliar a simpatia dos familiares pelo mundo da empresa, para favorecer o bom boca a boca, para estimular a participação das pessoas no sucesso de cada projeto, enfim, para melhorar a performance individual e coletiva da organização.
Portanto, da próxima vez que tiver de questionar as baixas vendas de sua equipe, o desempenho de qualidade de produtos e serviços, ou a fraca performance de sua equipe de futebol, pense se não está faltando um bom programa de comunicação interna para dar sustentação a tudo isso? Afinal, sem entendimento coletivo não há sucesso que perdure e nem mal que se acabe.

Gerenciamento de crises

No final de novembro de 2023, o mundo da inovação e inteligência artificial recebeu com surpresa a decisão do conselho consultivo da OpenAI...