segunda-feira, 29 de janeiro de 2024

Gerenciamento de crises

No final de novembro de 2023, o mundo da inovação e inteligência artificial recebeu com surpresa a decisão do conselho consultivo da OpenAI em demitir Sam Altman, CEO da empresa, tido como um dos gestores mais criativos na atualidade. Isso gerou prejuízo instantâneo de 49 bilhões de dólares à investidora Microsoft. A empresa agiu rápido, contratou Sam Altman e de quebra ofereceu vagas para todos os profissionais da OpenAI que estivessem insatisfeitos com a demissão do CEO. Esse simples comunicado ao mercado não apenas conteve a queda do preço de ações da empresa, como fez atingir o maior valuation de sua história, batendo 2,8 trilhões de dólares em valor de mercado. No final das contas, Sam Altman foi reconduzido ao cargo de CEO da OpenAI e o conselho consultivo foi trocado na totalidade.

Saber lidar com uma crise é questão de entendimento, rapidez e assertividade. É preciso entender o problema de maneira ampla e profunda para adotar medidas eficazes que se contraponham ao ônus anunciado por um futuro breve. Quantas vezes nos deparamos com problemas pontuais nas organizações e que se estendem ao longo do tempo criando verdadeiros monstros porque não receberam uma contraposição imediata e eficaz.

É preciso uma análise rápida e contundente para evitar a disseminação dos males que uma crise pode resultar para a empresa ou marca. Seja criando oportunidades para que as pessoas vejam o problema por outro prisma, seja para se contrapor às mazelas que a crise pode gerar, seja para se posicionar com a verdade ou até mesmo para oferecer novos elementos que possam trazer uma clarividência ao problema.

Até mesmo quando o problema é real e nefasto, há de se posicionar para evidenciar as ações que serão adotadas para resolver o problema ou ao menos minimizar seus efeitos. Demonstrar vontade e ações concretas em busca de soluções também conta pontos na balança do senso crítico.

Agora é importante que as ações adotadas tenham peso e eficácia para se contrapor ao problema. Pois do contrário, a tentativa de mascarar as causas e efeitos do problema só agrava os resultados e piora as interpretações de todos os envolvidos. Por isso, a indicação de que devemos adotar uma postura rápida não condiz com atitudes atabalhoadas; como diz a máxima da areia movediça: quanto mais se mexer, mais rápido se afunda. Então, é preciso ter rapidez, porém, com critérios assertivos.

Isso me faz lembrar o exemplo de uma empresa química que enfrentava sérios problemas de trato do meio ambiente na baixada santista. O clamor da população que sofria com as consequências da poluição e a pronta atenção da imprensa em denunciar o fato, resultou num sério problema para a imagem da organização. O novo presidente criou uma força-tarefa com diversos grupos de trabalhos dentro da empresa para identificar as causas, criou mecanismos de contenção, investiu maciçamente em novas tecnologias e propôs um cronograma de ações e resultados para dirimir os problemas apontados. Isso fez com que convocasse um grupo de jornalistas para comparecer à empresa e sugerir que, ao continuarem fazendo as matérias sobre os problemas existentes, também apontassem todas as ações que a empresa estava adotando para resolver os problemas num prazo mais rápido possível. Ele, pessoalmente, levou o grupo para uma visita às instalações das fábricas com todos os apontamentos daquilo que estava sendo feito em cada setor para solucionar e/ou dirimir os problemas num futuro breve. A total transparência em assumir os erros e propor soluções e práticas para resolvê-los resultou num saldo muito positivo.

Aqui temos o registro de duas organizações que enfrentaram problemas e adotaram posturas contundentes para a solução da crise. Como podemos perceber, o ditame da velocidade foi diferente, porém, a busca da eficácia e assertividade foi única.

Gerenciamento de crises

No final de novembro de 2023, o mundo da inovação e inteligência artificial recebeu com surpresa a decisão do conselho consultivo da OpenAI...