terça-feira, 13 de outubro de 2009

Comunicação e o mundo digital

Estamos ultrapassando novas fronteiras na velocidade do pensamento. A Internet tem gerado uma gama infinita de possibilidades para aumentar a comunicação entre povos, empresas, pessoas. As comunidades sociais crescem vertiginosamente e ganham espaço em lares, empresas e diferentes classes. Agora, existe um desafio para as organizações, que é filtrar informações e fazer uso delas da melhor forma possível para a realização de negócios, manutenção do meio ambiente, aperfeiçoamento do sistema educacional, interatividade com as pessoas, criação de novas sistemáticas de amparo e desenvolvimento social etc. Tudo depende de como aproveitar toda essa informação disponível na malha digital. Este é o desafio.
Hoje muito se fala em data mining, text mining, web mining. São apenas variáveis, com novos rótulos, daquilo que Bill Gates já havia dito década atrás de como deveríamos aproveitar o mundo digital para fazer novos negócios. Estou falando do sistema nervoso digital. É uma referência analógica ao sistema de funcionamento do corpo humano, que ao menor sinal de perigo, faz uma análise rápida da situação, escolhe as alternativas para evitarmos o problema em questão. O sistema nervoso humano reage instantaneamente aos temores como forma de autodefesa.
A sugestão do mestre da Microsoft era de que aproveitássemos esse desenho perfeito para, então, criarmos algo similar para o desenvolvimento do sistema nervoso digital. Assim, todas as informações, tidas como estratégicas, seriam armazenadas em bancos de dados, passando por filtros sensores, até estarem prontas para serem utilizadas de maneira apropriada pelos tomadores de decisões dentro das organizações. Estes, por sua vez, poderiam com maior rapidez, disseminar tais informações para todo o complexo empresarial, integrando ainda mais o ambiente corporativo em torno das ações e objetivos da empresa.
Temos por exemplo, as estratégias de marketing que já podem ser alteradas momento a momento de acordo com informações precisas disponibilizadas pelas gôndolas e caixas de supermercado, gerando relatórios preciosos sobre os horários de maior consumo, as tendências em relação as variáveis de mercado, medição de respostas aos anúncios em mídia etc. Ou seja, os mestres marqueteiros têm agora uma valiosa fonte de interatividade com o mundo do consumo para planejar suas ações de maneira cada vez mais eficaz.
O grande desafio está em criar sistemas cada vez mais apurados de captação de informações e transformação em medidas de análise sobre o mercado de consumo e, principalmente, sobre os aspectos psicossociais que influenciam os consumidores. Tudo isso num ritmo frenético e ousado, merecedor da atenção dos profissionais de TI em parceria com a engenhosidade do Marketing.
A ciência da comunicação deve se preparar para lançar mão de todo o background conquistado até os dias de hoje, procurando identificar meios precisos de análise, estudos atuais das ferramentas de comunicação utilizadas por pessoas de diferentes faixas etárias e condições sociais, em diversas partes do planeta, mas com mecanismos tão precisos que possam servir de parâmetro de análise em bairros de todas as cidades de atuação.
O profissional de comunicação e as empresas gestoras de informação devem ditar o ritmo de transformação da próxima década. É preciso abraçar o desafio e lançar mão de todos os conhecimentos disponíveis para atender aos desafios que estão sendo propostos. É preciso fazer com que as coisas aconteçam, agora!

Laércio Pimentel, jornalista, é diretor da KFL Comunicações.
laerciokfl@gmail.com

domingo, 11 de outubro de 2009

Exército digital

A propulsão da comunicação está tomando rumos cada vez mais vigorosos quando a questão é falar sobre algum assunto na Internet. O mundo já não tem informação que possa ser cerceada como tempos atrás. Tudo está à disposição, basta que alguém saiba e em questões de minutos, talvez segundos, ganha a malha digital e por meio de twitters, blogs, comunidades virtuais e outras redes sociais, tudo está pronto para ser consumido por ávidos internautas, sedentos em reproduzir e passar à frente as novas informações.
O exército digital não quer saber se a notícia é verdadeira, falsa, se causará problemas, se vai lançar alguém no mundo da fama ou da desgraça; importante é o fator “atualidade” – é isso que está em voga. Milhares de pessoas se comunicam em tempo real. Distância, idade, crenças, poder econômico, nada importa, tudo é feito de maneira democrática, quase beirando à anarquia.
O mundo dos negócios passa por reavaliações, novas tendências, uma nova página está sendo escrita. Em 1997, Bill Gates já previa que os negócios iriam mudar mais nos dez anos seqüentes do que nos últimos cinqüenta anos – ele estava certo, mais uma vez. As empresas que entenderam o recado promoveram rápidas mudanças, evoluíram e mantiveram clientes, além de absorver novos mercados. Já quem resolveu estacionar às margens da estrada, pagou caro por acreditar que o mundo continuaria o mesmo e que tudo sempre seria do mesmo jeito. Ledo engano.
Contudo, as mudanças continuam a reverberar por todos os segmentos empresariais. Muitas mudanças ainda vão acontecer, é preciso estar antenado às novas formas de comunicação, à rapidez das transformações que ocorrem em todos os níveis sociais, hoje quem não podia comprar é quem está determinando para onde irá o mercado nos próximos anos, são classes sociais que atingem novos patamares e que estão ansiosas por consumo; são grupos de faixa etária diferenciada que se tornaram novos nichos de mercado para quem trabalha de maneira segmentada; são necessidades que precisam ser atendidas por novos produtos, mas especialmente por novos serviços, pois cada vez mais as empresas deixam de vender produtos para se diferenciarem através de serviços. Está é uma forte tendência para a próxima década e que vale a pena ser seguida desde agora.
Portanto, ao invés de tentar coibir, criar restrições, censuras, o mais prático é criar novas formas de interagir com os novos meios de comunicação e respectivos usuários, somente assim poderemos garantir a supremacia da boa comunicação, dos bons serviços e, conseqüentemente, dos bons negócios.

Laércio Pimentel, jornalista, é diretor da KFL Comunicações.
laerciokfl@gmail.com

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Você deveria saber disso

Chamar a atenção para um anúncio, fazer com que o leitor, telespectador ou ouvinte se prenda por instantes à sua mensagem é o desafio da maioria dos anunciantes. Além disso, é preciso criar um elo de empatia para fixar o desejo incutido no anúncio, assim como criar meios de facilitação à lembrança, principalmente nos momentos de compra.
Anúncio bom é aquele que vende, já dizia minha avó. Ninguém investe em publicidade apenas para marcar presença ou mostrar o anúncio para o vizinho; todos querem resultados. Contudo, estes dependem de uma série de variáveis: veículo no qual se está anunciando; tamanho do anúncio X o que se pretende; criatividade para atingir o objetivo traçado; frequência do anúncio para registrar a mensagem na memória do consumidor; entre outros detalhes.
Muitas vezes vemos aquele anunciante, de um anúncio só, frustrado porque não atingiu seu propósito; ele acredita fervorosamente que o mundo deveria parar no exato instante em que seu anúncio for ao ar, e que as pessoas não deveriam ter mais nada em mente além da obrigação de prestar atenção àquele "fato histórico".
Tenho uma terminologia publicitária que denomino de CIE (Criação Institucional e Econômica): é a visão global acerca dos resultados de uma campanha, sendo esta de máxima criatividade, com a preocupação de agregar valor institucional à marca e potencializar as vendas. Assim é possível cobrir todas as áreas de interesse do cliente e aumentar o retorno sobre cada peça veiculada.
Portanto, da próxima vez em que se deparar com a proposta de uma campanha publicitária, com um plano de mídia, leve sempre em conta o que espera conseguir através desse esforço de comunicação. Mas faça isso de maneira abrangente e realista para obter resultados contundentes e pontuais. Lembre-se: a comunicação só é comunicação quando existe sinergia entre os envolvidos, qualquer coisa diferente é simples troca de informações; neste contexto, os resultados podem ficar bem aquém do esperado.

Laércio Pimentel, jornalista, é diretor da KFL Comunicações.


(Visite www.melhoresuacomunicacao.blogspot.com )

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Fim da crise! E agora?

O segundo trimestre trouxe sinais claros ao mercado brasileiro de que a crise financeira, aqui conhecida por marolinha, chegou ao fim. Investimentos suspensos, planejamentos refeitos, projeções pessimistas, enfim, tudo pode ser revisto.
As empresas preparadas, com estratégias de comunicação sólidas, souberam absorver as adversidades com uma base mais contundente de atuação. Assim, deram continuidade às políticas de atuação comercial e de produção, demonstrando calmaria para o mercado, inspirando o consumo por parte da população. É certo que o governo fez sua parte, reduzindo o IPI para determinadas categorias, criando estímulos para outras, abrindo diversas linhas de crédito, regendo a baixa da taxa de juros via Banco Central, motivando o consumo por parte da população. Mesmo assim, diversas empresas deixaram o chororô de lado para mostrar uma estratégia agressiva, a fim de manter ou conquistar novas fatias de mercado.
Nesse ínterim, a comunicação foi de suma importância, desde a plataforma de captação de informações, para melhor entendimento do que estava acontecendo, até a redefinição de novas condutas para diminuir os efeitos da crise.
É importante frisar que as empresas preparadas, com sólidas políticas de comunicação foram brindadas com a retribuição dos consumidores. Agora podem sair na dianteira, ampliar sua participação de mercado e propor novas tendências, enquanto que outros, têm que refazer suas estratégias, recuperar o tempo perdido e comer poeira de quem saiu na frente. São os custos de uma política de comunicação.

Laércio Pimentel, jornalista, é diretor da KFL Comunicações.

(Este e outros artigos você encontra em www.melhoresuacomunicacao.blogspot.com )

quinta-feira, 23 de julho de 2009

A comunicacão forma e transforma

A comunicação principia pelo entendimento do ser, não apenas da maneira correta de conduzir palavras até o interlocutor, mas do efetivo entendimento do comportamento dos outros e de si mesmo. É entendendo o padrão de comportamento e aprimorando o conhecimento sobre nossa própria conduta que atuaremos na melhoria das relações interpessoais.
A própria Filosofia prega a máxima: conhece-te a ti mesmo (...), ou seja, torna-te consciente de tua ignorância, maneira pela qual ampliamos o nosso saber sobre a própria existência. A Psicologia também defende o parâmetro de autoconhecimento como arcabouço para desmistificação do ser. A Comunicação deve se valer de tais conhecimentos para melhor entender as pessoas e criar uma atmosfera propícia à melhoria das relações interpessoais, do entendimento de idéias e, porque não, da maturidade no compartilhamento de pontos de vista nem sempre comuns.
Tivemos há pouco um exemplo irrefutável nas eleições argentinas de como a comunicação influencia decisões, denuncia Fernando Braga Menéndez, marqueteiro de Néstor e Cristina Kirchner - derrotados durante a nova composição do senado. Segundo ele, a conduta de campanha do seu partido foi arcaica frente ao modelo multimídia adotado pela oposição.
É muitas vezes dolorosa, e até mesmo antiética, a maneira como as percepções da realidade são alteradas em virtude de um cenário ideal criado a partir de sofisticadas técnicas de comunicação.
Abrir o portal da realeza comunicacional e da realidade dos fatos é o grande desafio para os comunicadores. Os padrões de conhecimentos multimídia não devem ser lançados à fogueira, num ritual de Inquisição, como desejam os afoitos pregadores de uma suposta conduta-ética. É preciso sim aprimorar tais conhecimentos e técnicas, dispondo-as à serventia da real democracia e de pessoas que mereçam fazer uso pleno delas em detrimento da maioria.
O conceito se estende pelo mundo político e corporativo. Quanto maior o entendimento sobre os meandros que regem a funcionalidade comportamental das pessoas, maiores serão as oportunidades de ampliar as redes de comunicação entre as mesmas, favorecendo as bases de ensino nas escolas, o desenvolvimento de projetos empresariais, os programas de cidadania municipais e estaduais, e até mesmo o caráter de cidadania global frente ao desafio do aquecimento terrestre. Alguém duvida?
Os cavaleiros do apocalipse de plantão dirão que tais conhecimentos servirão mais à cadeia do mal: corrupção, ditadura, enganação, exploração social e por aí vai, o que até pode acontecer. No entanto, pensando desta maneira ainda estaríamos discutindo sobre as benesses e os malefícios do fogo.
Conhecimento é algo em que devemos acreditar e investir. Assim é com a comunicação, e com a própria evolução humana.

Laércio Pimentel, jornalista, profissional de publicidade e marketing, diretor da KFL Comunicações

(Este e outros artigos estão no Blog www.melhoresuacomunicacao.blogspot.com)

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Nada é definitivo

O mundo apresenta todos os dias uma série de variáveis com boas novas e outras nem tão boas assim. No contexto mundial temos a comprovação de que nem tudo é tão certo quanto presumimos. O dito modelo de esquerda sucumbiu com a queda do Muro de Berlim. Agora, a direita neoliberal foi ao solo com a queda de Wall Street. Com o movimento geopolítico mundial em efervescência teremos aproximadamente uma década para a poeira baixar e conseguirmos visualizar os novos tempos. A própria política-econômica mundial apresenta os países emergentes como sérios candidatos de um novo status quo global.
Isso tudo por definição faz com que as lideranças empresariais reinventem seus modelos de administração e busquem novas fórmulas de atuação num cenário mutável e propício a novidades.
Anacronismo administrativo é uma doença de custo elevado, tanto no âmbito econômico quanto social, pois coloca as organizações em situações peculiares e atinge o cidadão na seguridade de vida (empregos, salários, relações emocionais e familiares). No planejamento é preciso prever, antever os cenários possíveis dentro da própria dinâmica a que estamos suscetíveis, seja no aspecto econômico, político, ambiental ou qualquer outra circunstância que venha a influenciar o trajeto de uma empresa.
É muito cômodo realizar Benchmarketing junto às organizações tidas como modelos em determinados setores. Com isso se garante um lugar momentâneo na cadeia empresarial da sobrevivência sem analisar os novos desafios que certamente tardam, mas não deixam de chegar.
No que diz respeito aos profissionais de comunicação e respectivas áreas de atuação, existe a responsabilidade de assumir tais desafios na composição, análise e descrição dos futuros cenários, pois são por obrigatoriedade de ofício os detentores de informações, os catalisadores dos pensamentos da gestão comunicacional entre os diversos públicos. Sair do comodismo de meros executores dos programas existentes é o desafio.
Platão era da opinião de que nunca podemos conhecer verdadeiramente algo que se transforma, sobre as coisas do mundo dos sentidos, coisas tangíveis, portanto, não podemos ter senão opiniões incertas. E só poderemos chegar a ter um conhecimento seguro daquilo que reconhecemos com a razão.
É preciso desenvolver uma nova visão empresarial, como os Humanistas do Renascimento desenvolveram uma crença totalmente nova do homem e em seu valor, o que se opunha frontalmente à Idade Média, período em que enfatizava apenas a natureza pecadora do homem. Afinal, experiência é boa, porém, pode aprisionar os tomadores de decisões com soluções já gastas, cegando-os para os remédios não testados que possam resolver os atuais e os futuros problemas.

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Líderes que vencem crises e reinventam negócios


Foto: J. Mantovani

A palavra crise tem suas origens no latim - significa vento – e indica um estágio de alternância, no qual uma vez transcorrido diferencia-se do que costumava ser, ou seja, não existe possibilidade de retorno aos antigos padrões.
Crise não é a novidade. A história revela diversos exemplos de superação em diferentes momentos e dimensões de realização humana: pessoal, social, político e organizacional. A virada da IBM -
International Business Machines, ilustra bem a capacidade de reinventar negócios ao vencer uma crise empresarial.
Quando perguntaram a Louis V. Gerstner Jr., o que ele fez nos primeiros 90 dias da reviravolta na IBM, quando assumiu a presidência em 1993, ele respondeu sem pestanejar a uma platéia de 4.500 líderes empresariais que participavam do World Business Fórum em Nova York (2004): “Rezei”. A ironia de Gerstner revela uma mensagem clara: poderosos executivos não são super-heróis, portanto:
• O que fazer diante das inevitáveis crises que se apresentam com mais frequência e em escala
mundial?
• Como se reposicionar num cenário de dúvidas e incertezas?
• Quais as novas regras do jogo dos negócios?
• Como aproveitar esse momento para reinventar e vencer?
Louis Gerstner, considerado o arquiteto das mudanças vivenciadas no ciclo de 1993 a 2002 na IBM e um dos três mais poderosos e influentes executivos do planeta (além de Anne Mulcahy, presidente da Xerox, e Jack Welch, ex-General Electric), após o seu momento pessoal de “rezas”:
• Encarou o problema de frente tomando consciência da realidade;
• Voltou-se para o futuro e redefiniu a visão da empresa;
• Restabeleceu objetivos, tornando-os claros e compartilhados;
• Escalou a liderança para um novo ciclo de competição estratégica;
• Concentrou toda a sua energia nas pessoas comprometidas emocionalmente e envolvidas no
processo de execução;
• E, passo a passo, de ação em ação, tarefa a tarefa – mobilizou sua equipe e juntos, fizeram
acontecer e escreveram um novo capítulo no ciclo da IBM.
O resultado de todo esse movimento? A IBM não é mais a mesma. Perto de seus 100 anos de existência (1911), presente em 170 dos 194 países do mundo, a companhia que fez fama como a maior fabricante de computadores do mundo adotou o slogan “a inovadora dos inovadores” e reposicionou seu negócio para: Solução em E-business, ou Tech-Service para os americanos, saindo à frente num mercado de US$ 585 bilhões. Isso significa atuar em todas as pontas do e-business.
Para Samuel Palmisano, sucessor de Gerstner, o desafio continua: "A integração global é o novo campo de jogo, e a inovação é como você o vence. Hoje, a inovação não é resultado do trabalho de inventores solitários em seus sótãos, mas produto de um processo colaborativo que combina conhecimentos de tecnologia e marketing". Atualmente a IBM lidera o mundo dos mainframes, desenha chips inovadores, escreve softwares para a internet e tem enorme participação nos mundos virtuais - a ponta mais experimental do mercado. É, também, a companhia mais antiga de tecnologia e a que se mantém mais relevante, responsável por milhões de transações diárias do mundo corporativo.
Navi Radjou, consultor da Forrester e autor do livro Open Innovation ("Inovação aberta"), comentou: "Gerstner ensinou o elefante a dançar. A missão de Palmisano é ensiná-lo a voar - Quem disse que elefantes não voam?”
O exemplo da IBM ilustra uma situação de crise “in-company”, superada por executivos nos diferentes ciclos da empresa, porém, estamos diante de uma nova e única experiência. Mesmo para aqueles acostumados com turbulências, essa crise que se apresenta para todos nós é particular em função das proporções globais, com poucas alternativas de escape e que afeta todos os mercados.
Portanto, o jogo mudou e a questão aqui é: quais são as novas regras que estão sendo estabelecidas?
Como entender e responder a esse movimento? E o que fazer diante desse novo cenário?
Reconhecer as características dessa crise pode ser o primeiro passo para compreendê-la enfrentá-la:
• É uma crise econômica de proporção global nunca vivenciada por nossa geração;
• Revela o quanto nossa era está volátil, incerta e complexa;
• Expressa a fragilidade do modelo globalizado que criou interdependência inimaginável;
• Multiplicou riscos jamais considerados.
Mas também é verdade que esse estado de turbulência que caracteriza os momentos de crise, é o estado que antecede as inevitáveis mudanças. E é justamente diante dessa situação que podemos perceber e criar as oportunidades.
Quando João Luiz Domato, Presidente da Kimberly Clark, falava dos resultados de sua empresa na
convenção 2008, a luz da sala se apagou durante 10 minutos e diante de 100 executivos, num tom mais grave, ele discursou sobre as incertezas que a crise traria com base na seguinte mensagem: “mesmo sem luz, a vida tem que continuar”.
Albert Einstein costumava afirmar que "é na crise que nascem as invenções, os descobrimentos, e as grandes estratégias. Acabemos de uma vez com a única crise ameaçadora, que é a tragédia de não querer lutar para superá-la”.
John Kotter, especialista em mudanças, sugere que é preciso criar senso de urgência, buscar o equilíbrio entre o pânico e a paralisia – duas reações que devem ser evitadas a qualquer custo. Esse estado emocional ocorre porque ficamos diante das incertezas e, conseqüentemente, da pouca previsibilidade.
Ventos fortes sempre sopraram em diferentes momentos da história humana, porém, a grande mudança e o impacto desnorteador que sentimos em relação a crise atual, diz respeito não apenas a crise em si, mas ao alcance dos ventos e, especificamente, ao intervalo em que se apresentam.
Para representar esse fenômeno, recorro a metáfora musical onde o intervalo é considerado o espaço entre duas notas. As unidades de medida entre intervalos, baseadas na escala logarítmica, são o tom e o semitom. Para intervalos menores que um semitom, são utilizados o savart e o cent. Portanto, o que está acontecendo com os efeitos que sentimos das crises, é que elas estão se apresentando num novo contexto e em outra escala de valor, com espaços muito menores, passando do tom e semitom, para o savart e o cent.
Esse fenômeno é o que caracteriza a principal mudança na regra do jogo dos negócios e exige
consciência e liderança para quem quer permanecer na competição. Como diz Ram Charan, “o que
diferencia as empresas de sucesso são as percepções e habilidades para detectar padrões de mudança, relacioná-los a seu panorama, setores, concorrência e negócio e a capacidade de resposta”.
Portanto, segundo Luiz Edmundo Rosa, diretor de RH da Accor América Latina: ”nesse momento, torna-se ainda mais imprescindível uma gestão eficaz de pessoas, que atue com sabedoria e visão empresarial num ambiente de instabilidade e perplexidade que envolve os indivíduos e as organizações. E assim, contribua para tornar esse estado de turbulência em oportunidades de mudanças, embasadas em ações inovadoras e efetivas frente aos desafios.”
Líderes que vencem crises e reinventam negócios estão diante de um novo jogo que não revela suas novas regras. Então, como jogar para ganhar?
Darwin nos dá uma excelente dica de onde podemos começar a nos fortalecer para enfrentar essa nova crise quando afirma que “não são as espécies mais fortes que sobrevivem, nem as mais inteligentes, mas as mais flexíveis as mudanças.”
Diante de uma conjuntura de pouca previsibilidade, não sabemos em que medida a crise irá nos atingir e por quanto tempo, então é preciso assumir uma perspectiva realista e positiva diante do futuro, ser capaz de usar as idéias para criar novas soluções a partir de atitudes e ações que terão profundo reflexo em nosso futuro e no de nossas organizações. Por isso, está na gestão de pessoas uma das saídas para a retomada do crescimento.
O modelo de gestão adotado por Luiza Helena, do Magazine Luiza, é fundamentado na estratégia onde, segundo ela: “você tem que estar pronto e atento para redirecionar sempre, mas não dá para prever, nesse momento, o que vai acontecer – nenhum economista previu o momento atual; a empresa tem de ser humilde e redirecionar a todo o momento e estar se reinventando sempre. Inovação, criatividade e idéias novas. Nossa equipe está acostumada a trabalhar com mudança, é uma postura intrínseca que adotamos e que reflete em ações como: o site de palpites onde todos podem opinar, elogios as boas opiniões, o incentivo a sentimento de “ser dono do negócio” que gera melhorias e, a valorização da comunicação interna onde todos tem de saber de tudo rapidamente. Adotamos ações que contribuem para a unidade do grupo e permitem que falemos a mesma linguagem através da TV executiva ao vivo, rádio Luiza semanal, portal de comunicação forte e uma escola de treinamento.”
Entre diferentes iniciativas possíveis, Luiz Edmundo Rosa destaca três forças transformadoras para
tempos de crise:
• Força transformadora da liderança – pensar, decidir e agir com visão, praticar a serenidade e
intuição aguçada, estimular equipes a pensarem e usarem toda a criatividade a partir da
compreensão dos acontecimentos (realidade) e tendências mais prováveis (de olho no futuro) e
empreender mudanças; É hora de rever estratégias, reunir as lideranças, falar a verdade, pedir
foco no que é essencial e solicitar o máximo de atenção com as equipes porque elas vão precisar
de apoio a partir da tolerância e compreensão;
• Força transformadora da inovação – agir com liberdade de imaginação, iniciativa e permissão
para arriscar com responsabilidade. Seria uma ilusão querer chegar a novos resultados fazendo as
mesmas coisas. É hora de: aproximar relacionamento com clientes, colaboradores e
fornecedores, realizar campanhas de incentivo a idéias pragmáticas, valorizar as pessoas com
perfis empreendedores e reconhecer essas pessoas criando a cultura da melhoria continuada em
uma organização em constante aprendizado;
• Força transformadora da ação – somente inovando, renovando e reinventando é que podemos
aproveitar as ricas oportunidades que a crise nos traz. É hora de: agir com senso de prioridade e
economia, mas não de cortar indiscriminadamente o investimento nas pessoas. É hora de desafiar
as equipes a dar o melhor de si e alcançar resultados excepcionais, apostar nos talentos,
redirecionar programas de educação corporativa e fortalecer a comunicação.
Com sabedoria, Luiz Edmundo Rosa conclui que “em momentos de crise, cabe aos líderes um papel fundamental de promover as transformações necessárias muito além da questão imediata de superar as dificuldades, por mais urgentes e complexas que sejam. Precisa haver um verdadeiro compromisso com o futuro e as pessoas são os agentes capazes de criar, inovar, transformar e fazer acontecer.”
Em resumo, a crise nos impõe o desafio de realizar mudanças e exige visão e responsabilidade nas
decisões. Medidas defensivas e isoladas refletem falta de visão, de pensamento estratégico e de
criatividade. Quando se é dominado por esse estado de espírito, a crise se espalha e agrava ainda mais os resultados. Nos momentos de crise que se apresentam com mais intensidade e continuidade, os líderes tem papel fundamental nas mudanças e superação das dificuldades. Eles precisam assumir o compromisso com o futuro e mobilizar as pessoas que representam os agentes capazes de gerar novas idéias, criar e transformar a realidade. O papel da gestão, portanto, é favorecer esse movimento construindo culturas empresariais sólidas como o grande diferencial competitivo. Resultado: quando a crise for superada – e ela vai passar –a empresa responderá ao novo ambiente de negócios, as novas aspirações dos clientes, investidores, colaboradores e demais públicos estratégicos.
O papel da liderança na gestão de pessoas, portanto, é o fator fundamental para a grande virada, no jogo dos negócios.

Suzy Fleury: Psicóloga, Pós em Marketing, Mestrado em Psicologia do Esporte (Madri)
Coach Executivo e Esportivo; Visite nosso site: www.suzyfleury.com.br

sexta-feira, 13 de março de 2009

Comunicação aumenta ganhos

Segundo o filósofo e guru administrativo, Peter Drucker, 80% dos prejuízos empresariais são atribuídos a problemas de comunicação. Isto requer dizer que Comunicação não é despesa, é investimento.
Independente de época de crise, as empresas devem estar sempre preparadas para enfrentar as adversidades, superar desafios, fortalecer equipes, preservar ou aumentar a participação no mercado, desenvolver novos negócios e ver o que está além do horizonte.
A comunicação é vital para se obter tais resultados e aprimorar as relações humanas, sejam elas internas ou externas. O conceito de comunicação corporativa deixou de ser apenas uma dezena de ferramentas com a finalidade de levar informações para os funcionários ou mercado; é sem dúvida um instrumento valioso na melhoria de processos, produtos, redução de custos, aprimoramento da qualidade, motivação de equipes, fortalecimento de imagem, facilitação no trato com os diversos públicos, e por aí segue.
Potencializar o uso de diferentes ferramentas de comunicação é importante para aumentar o grau de interação entre os públicos, torna tudo mais ágil, com respostas pontuais às necessidades diárias, estimula os grupos funcionais a encontrarem respostas mais rápidas às demandas e estimula a criatividade em prol da empresa.
A empresa que segue a cartilha da boa comunicação sempre estará preparada para enfrentar as crises. É uma organização pronta para os desafios. Os funcionários não se abalam com os boatos e tampouco com as notícias ruins, pois sabem que o grupo é transparente e tem como responder às dificuldades do momento. Além disso, todos sabem qual é o objetivo da organização e como podem contribuir para o sucesso geral. Isso traz confiança organizacional e potencializa as ações para sair da dificuldade.
Portanto, é imperativo que se tenha um raio x da empresa e descubra quais são suas potencialidades de comunicação, quais são suas carências, como pode ser conduzido um trabalho estratégico de comunicação para todos os públicos, enfim, como melhorar o grau de relacionamento dessa empresa com os stakeholders. Afinal, o sucesso depende dessa conduta e do resultado obtido.

Comunicação como ferramenta estratégica para administração



O Planejamento Estratégico de uma empresa é o roteiro de viagem que fará durante sua existência. Ali estão depositados os objetivos, metas de crescimento, ações que deverão ser desenvolvidas por departamentos e profissionais, enfim, tudo que possa conduzir a empresa ao sucesso organizacional.
A comunicação surge como uma forte aliada no processo de sistematizar, convergir, motivar e reforçar conceitos e entendimentos acerca do que é preciso fazer para se alcançar os objetivos propostos num planejamento estratégico. O descritivo precisa ser disseminado e bem interpretado por todos os agentes funcionais da empresa para que, realmente, possa resultar em situações eficazes do ponto de vista organizacional.
Vamos imaginar que precisamos planejar uma viagem a outro continente. É necessário saber onde queremos chegar, como faremos a viagem, qual será o meio para chegarmos até lá, o que precisamos levar durante o trajeto, enfim, todos os cuidados que deveremos adotar para fazer uma viagem segura, num tempo razoável, com um gasto previsto no orçamento e, principalmente, que chegaremos ao local proposto. O planejamento estratégico funciona da mesma maneira para a empresa, pois define detalhadamente os passos que a organização deverá tomar para alcançar seus objetivos.
Para que tudo o que está descrito no planejamento estratégico aconteça a contento é preciso que todos os tripulantes dessa nave chamada empresa estejam familiarizados e integrados ao plano de viagem. Precisam saber a responsabilidade de cada setor e de cada profissional para que tudo aconteça da forma planejada.
É neste ínterim que a comunicação surge como força catalisadora para dar entendimento ao que foi traçado, reforçar conceitos e dinamizar ações no dia a dia, mantendo a moral da equipe elevada e recobrando o que precisa ser praticado diariamente – é a maneira de chegar lá!
Cada empresa, cada público tem uma necessidade específica de comunicação. É preciso identificar quais veículos e formatos devem ser criados para facilitar o intercâmbio entre empresa e funcionários. Dessa maneira, o processo de entendimento e desenvolvimento do planejamento estratégico fica mais fácil de ser assimilado e aplicado dentro das organizações, obtendo-se os resultados almejados.
A comunicação é fator crucial para o sucesso dessa demanda empresarial. Assim, as ferramentas disponíveis devem ser aplicadas com criatividade e sabedoria, a fim de atingir os propósitos presentes e futuros de cada organização.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Museu de grandes novidades



Quem lida há alguns anos com o mercado de produção editorial para empresas sabe muito bem que não há grandes novidades no setor. Layouts diferenciados, propostas editoriais diversificadas, papel assim-assado, emprego de cores etc., contudo, o que vale mesmo é a empatia que a publicação cria com seus leitores. Senão, vejamos, por que um tipo de leitor opta pela Folha de S.Paulo e não pelo Estadão, mais do que as questões de projeção gráfica e editoriais está a familiaridade que ele encontra com cada uma dessas propostas. Isso também vale para os demais meios de comunicação.
É sempre bom avaliarmos como cada publicação está sendo percebida pelos leitores, como estão recebendo e entendendo cada notícia, como estão sendo interpretados os temas propostos em cada edição, quais são as carências editoriais, enfim, o que faz o leitor empresarial estar mais perto das publicações.
Interpretação da cultura é fundamental para entender o mecanismo que está por trás do processo de empatia entre leitor e publicações. Muitas vezes, um projeto audacioso demais pode ser prejudicial ao entendimento e à própria comunicação em si. Do outro lado, uma empresa que tem a tecnologia de ponta como forte condutor de sua cultura não se contentaria em ter uma revista com características arcaicas, com notícias excessivamente corporativas, sem um fio de criatividade e audácia.
Como identificar qual é o projeto mais viável para a publicação de determinada empresa é uma questão básica de conhecimento sobre o público, sobre a própria experiência com outras organizações, e, claro, capacitação em comunicação para entender a diferença do que pode dar certo ou não em determinada corporação.
O espaço da Internet já nos permite navegar com maior criatividade, pois tudo ainda está em evolução. É possível criar novos programas, com novas características visuais e de interação com os internautas, aumentando a possibilidade de troca de informações e criando cada vez mais um elo entre os públicos. A interatividade é a chave-mestre de tudo.
Seja qual for o veículo de comunicação é sempre importante fazer a leitura correta do que podemos oferecer de melhor ao nosso público-leitor e como eles percebem tais mudanças, pois, as alternâncias decorrentes de projetos visuais e editorias, sempre podem ganhar novos formatos e ressurgirem com maior potencial diante daqueles que pensam já terem visto tudo.

O sonho da primeira página...



É comum quando somos consultados sobre o trabalho de assessoria de imprensa e ouvimos perguntas do tipo: Quando sairemos na capa da revista ...
Bem, primeiro é possível sair sim, desde que exista uma notícia que fundamente tal feito. Sempre digo que não somos políticos e nem devotos de santo, portanto, não podemos fazer promessas. Contudo, com um trabalho minucioso, dentro de uma ótica abrangente e metodologia própria é possível conseguir bons resultados em termos de exposição de imagem, melhoria de relacionamento e amadurecimento corporativo no trato com os jornalistas.
O primeiro desafio é estabelecer a cultura de grau de importância ao que verdadeiramente é notícia. Em geral, todas as diretorias e respectivos departamentos acreditam que seus produtos e serviços são os supra-sumos dos acontecimentos. No entanto, é preciso dimensionar que, diariamente, muitos produtos e serviços são lançados e apresentados ao mercado de maneira geral. O segredo é revelar ao público aquilo que o torna realmente diferente, único. Também é preciso estabelecer padrões de relacionamento com as mídias dirigidas, pois têm mais facilidade em assimilar o teor da notícia e o grau de interesse para seus públicos.
Da mesma maneira que é preciso fazer a tradução do cotidiano da empresa para o mundo da mídia, também é necessário espelhar a rotina das redações, os critérios de trabalho de cada editoria e respectivos repórteres, assim como as necessidades de cada veículo em si. O tratamento diferenciado para jornais, revistas, rádios, TVs e internet revela o quanto o material disponibilizado poderá ser aproveitado ou não. A linha de contato com repórteres e editores também é fundamental para diminuir a ponte de acesso e esclarecimentos das notícias apresentadas.
Preparar aqueles que serão os porta-vozes da empresa é outra tarefa metódica, pois depois de apresentar um número seletivo de sugestões de matérias é preciso ter alguém que possa dar depoimentos, esclarecer situações e abraçar a tarefa de ser o elemento de ligação e contato entre a empresa e os veículos de comunicação.
O capítulo final é abrir o horizonte da empresa para que também saiba que precisa ser atuante nos momentos de crise. Estar pronta para responder e esclarecer acontecimentos, os quais nem sempre são bons de comentar, mas que é preciso. Afinal, um caso mal interpretado pode gerar situações muito mais calorosas e inadequadas aos negócios da empresa do que atuar com transparência, por mais delicada que seja a situação.

O exemplo de Lula e Obama

Os Estados Unidos passarão pelo seu maior teste nos últimos tempos. Como diz o novo presidente, Barack Obama, é preciso uma nova Constituição com base na remodelação de vida e do entendimento entre todos os americanos. É preciso parar de exportar medo e desconfiança e começar a ventilar a esperança.
Em tempos de crise, ou de momentos difíceis, não é possível baixar guarda e ficar se lamentando. Enfrentar o desafio é a única solução que nos resta. É preciso criar novos modelos para vencer as dificuldades, ampliar os horizontes para ver aquilo que não era visto, desenvolver novas técnicas que permitam atingir o que antes era inatingível.
A comunicação é um precioso ferramental na vanguarda de soluções para os problemas em tempos de crise. É com base no entendimento entre as pessoas, sejam funcionários de uma empresa ou mesmo uma nação, que alcançamos as grandes vitórias, superamos os desafios e impomos uma nova realidade.
A economia global passa por sérias dificuldades. É natural que o Brasil também sofra suas marolas. Porém, cruzar os braços e simplesmente esperar tudo passar, além de ineficaz, é cômodo e perigoso. Empresas que sempre tiveram programas de comunicação pontuais, que nunca se esgueiraram da troca de informações de maneira ampla e transparente, certamente terão menores dificuldades de atravessar tal período. Quem não praticou a lição de casa é hora de correr atrás do prejuízo e por em prática o que ainda não foi realizado.
Deixar os funcionários sem saber exatamente o que está acontecendo com a empresa, simplesmente à mercê dos canais de notícias com informações quase sempre negativas do ponto de vista dos negócios, preservação de empregos, possibilidades futuras, é tão devastador quanto a própria crise. É preciso informar como a empresa está enfrentando os tempos difíceis, como cada um pode contribuir para ajudar no processo, quais são os caminhos que a organização deverá percorrer durante esse trajeto, enfim, situar os tripulantes dessa nave chamada empresa, de como será a viagem durante o período de turbulência.
Criar canais de comunicação rápidos e precisos é um dever das organizações que decidirem ampliar seu potencial para sair mais rapidamente desse cenário econômico difícil. É preciso municiar de tempos em tempo, e até mesmo diariamente, o contingente funcional para que não paire dúvidas, boatos e notícias descabidas sobre os rumos da empresa. Uma equipe bem informada não desvia seu foco de atuação em virtude dos temores difundidos por “panelinhas” mal informadas.
É preciso ampliar as fontes de divulgação, promover a transparência e canalizar todos os esforços para os novos tempos – tempos mais promissores – é o que vem pregando o novo presidente dos Estados Unidos, é o que vem pregando o atual presidente do Brasil. E nisso eles estão muito certos, não é otimismo, é realismo e prática.

O segredo está nos detalhes

Olhar o todo é uma dádiva, ver o que ninguém vê é divino. O segredo dos grandes negócios e da vida como um todo está na maneira como apreciamos os detalhes e aprendemos a lidar com as nuances e diferenças de cada setor.
A comunicação é algo inspirador do ponto de vista que mantém acesa a proposta de aproximar pessoas, promover o entendimento, disseminar conhecimentos e aumentar o desenvolvimento do ser humano em todas as esferas. Dentro da organização empresarial não é diferente. Um grupo de colaboradores só vestirá a camisa com afinco quando estiver cem por cento comprometido com os objetivos da empresa. A base para isso é o entendimento acerca daquilo que é importante para o grupo, do ponto de vista profissional e pessoal. É preciso estar claro que os objetivos empresariais são comuns aos de vida dos grupos funcionais, e que um depende do outro para alcançar suas metas.
O planejamento de comunicação é ferramenta essencial para fazer a ponte entre os grupos funcionais e o planejamento estratégico da organização. Perceber o quanto é importante seguir a cartilha desenhada pelos executivos da empresa é fundamental para o sucesso. É um plano de vôo que não pode ser aplicado com dúvidas, diferenças ou tendências pessoais ao boicote, caso contrário, toda a tripulação sofrerá danos irreversíveis.
A prática da boa comunicação busca o entendimento e a motivação para atitudes pró-ativas dentro da empresa, cujo propósito maior é o ganho para todas as partes, afinal, somente assim a roda do crescimento continuará girando em favor de todos os envolvidos. Os profissionais de comunicação têm uma responsabilidade maior na adequação das ferramentas necessárias à boa prática dos relacionamentos dentro e fora das empresas. É preciso radiografar constantemente todos os setores, entender os anseios e dificuldades de cada departamento, perceber o que motiva cada grupo e ser ousado em propor soluções inovadoras e políticas de comunicação que intensifiquem o diálogo entre todos os grupos.
Neste novo ano que se inicia, temos a responsabilidade de fazer tudo melhor. Mesmo para aqueles que acreditam terem feito o máximo, é importante polir as lentes e olhar o que está ao redor, olhar os detalhes, pois é ali que estará o segredo de que tudo pode ser melhor.

As palavras é que ficam...

No último Komunik do ano, vamos fazer reverência às palavras. São elas que personificam os sentidos e sentimentos mais agudos do ser humano. São elas que dão forma e contexto a uma vastidão de idéias e desejos. São elas que verdadeiramente expressam aquilo que muitas vezes nem sabemos que sentimos.
A comunicação é uma ciência e uma arte muitas vezes graças à palavra. É possível com apenas uma pequena terminologia dar sentido amplo a uma gama de emoções. Com um conjunto de palavras é possível compartilhar sonhos e realidades – I have a dream, disse Martin Luther King, em 18 de agosto de 1963; e quantos sonharam e ainda sonham através dessa conjunção fonética tão bem construída.
O poder das palavras tem o dom conciliador, transformador, pacificador para quem faz bom uso de cada toada, seja dita, escrita ou propagada. A comunicação entre pessoas é bem exercida quando essa conjunção de letrinhas soa no mesmo tom para o emissor e para o receptor.
Um líder, um companheiro, um amigo que dê valor ao uso das palavras terá maior significado ao seu semelhante. Neste final de ano, não deixe de fazer uso dessa “peça mágica”. Diga, repita e frise as coisas boas que tem a dizer; sentimento represado não conduz a nada e tampouco revela o que há de bom dentro de você. No final, palavras são palavras muito mais do que palavras, é o que fica...

Integração se faz com informação

Grupos de trabalhos desenvolvem suas atividades na plenitude quando estão imbuídos de propósitos comuns e objetivos claros. Para se alcançar o patamar de integração desejada pelas equipes é preciso um sério comprometimento com as bases de comunicação da empresa.
Promover a divulgação de informações de maneira contundente e precisa é o caminho para se obter grupos mais coesos, bem estruturados, preparados e motivados para enfrentar os desafios.
As organizações sempre buscam melhorar a performance de suas equipes trabalhando conceitos fins de capacitação profissional, sem perceber a necessidade de manter uma base de fácil acesso aos conhecimentos, à troca de informações, maior transparência, percepção sobre o papel de cada um dentro do contexto empresarial.
A formulação de estratégias de comunicação dentro das empresas é tida cada vez mais como prioridade em virtude dos efeitos gerados na imagem institucional, na qualidade de produtos e serviços, na construção de marcas, na relação com os públicos, na inovação.
É preciso reinventar as políticas de relacionamento com base nas análises de cada grupo, cada cultura, sem deixar de lado as inovações que se apresentam todos os dias num mundo cada vez mais tecnológico, mas sempre pautado pelas necessidades cada vez mais humanas.

Perspectivas de Marketing para 2009

A AMCHAM Brasil promoveu dia 7 de novembro, o III Marketing Round Up – Perspectivas 2009, falando sobre os indicadores e análises de pesquisa do Ibope para o setor no próximo ano. Além disso, o evento ainda contou com a presença do presidente do Banco Central do Brasil, Henrique Meirelles, que falou sobre as perspectivas para 2009, fazendo uma análise de pano de fundo sobre como o Banco Central tem atuado para conter as manifestações de crise global.
A síntese é de que poderemos ter uma retração econômica, mas nada preocupante como alguns têm manifestado. Ele bateu firme na tecla de que é preciso atuar de maneira pró-ativa diante das dificuldades que se apresentam, para então aproveitarmos as chances que também são abertas em virtude das próprias dificuldades de outros mercados mundiais. A palavra chave do discurso foi: serenidade.
Do outro lado, um pouco mais tarde, Laure Castelnau, diretora executiva de atendimento e planejamento do Ibope, apresentou o resultado de pesquisa com executivos da indústria, comércio, serviços e outros setores, fazendo uma avaliação geral de como será o próximo ano diante da crise mundial e tomando como indicador principal o setor de Marketing.
Os indicadores de PIB e de Inflação são vistos de maneira estável, sem crescimento relevante, mas também com pouca probabilidade de grande declínio. Os três principais fatores de preocupação apontados na pesquisa remetem para a desaceleração econômica; impostos e cargas tributárias; e a situação dos Estados Unidos. Apesar disso, 61% dos executivos entrevistados apostam no aumento de vendas para 2009, com previsibilidade de estabilidade de preços em alta. Já as perspectivas de lucro e investimentos são menos otimistas que 2007, porém dentro de um quadro de serenidade.
Quando perguntado sobre o que fez diferença no desempenho das empresas em 2008, as pesquisas apontaram: gestão/equipe; qualidade e serviços; e condição de investimento e financiamento. Também ficou configurado que a perspectiva de investimento em Marketing será de 8,6% para 2009.
Na configuração da carteira de Marketing, as principais ferramentas abalizadas pelos executivos foram: eventos, comunicação dirigida, relacionamento (CRM), assessoria de imprensa e Relações Públicas, comunicação de massa, merchandising e promoções. Para o próximo ano ficou sugerido o foco no “novo”. Agregar valor através da inovação de produtos e canais de relacionamento será a meta almejada, principalmente buscando responder: onde estamos inovando?

Por que os produtos demoram a deslanchar no Brasil?

Segundo estudo da Global Takeoff of New Products (edição setembro/outubro) – fonte: Meio & Mensagem – o melhor lugar para se lançar um produto é o Japão, onde leva 5,4 anos em média para consolidar; já o pior país é a China. O Brasil está na 23ª posição, num ranking de 31 países.
O mesmo estudo demonstra que a velocidade com que os países adotam os novos produtos são um indicativo do grau de inovação de cada um. Atrelado, temos duas questões fundamentais: a econômica (porque os países têm diferentes realidades, limitando ou incentivando a compra de novos produtos) e a cultural (variável que determina atitudes e inclinações de lugar para lugar).
É claro que além dos pontos apresentados existem outros tantos que poderão influenciar a tomada de decisão na hora da compra, mas qual será a influência da Comunicação diante disso tudo? Em que grau ela acelera a aceitação de um produto em um determinado país, mesmo indo contra as tendências locais e momentâneas?
Cada vez mais fica evidente que o profissional de Comunicação deve estar abalizado e familiarizado com conhecimentos científicos: antropologia, psicologia, sociologia, além da própria Comunicação. Isso fortalece o planejamento de comunicação para a criação de ações mais pontuais. É justamente esse colegiado de práticas humanas que determina e influencia o time de penetração de um produto no mercado e sua conseqüente consolidação.
Os estudos de grupos específicos de consumo devem ser cada vez mais detalhados, fundamentados por hábitos, costumes, culturas e práticas diárias em torno de um mercado e do momento de consumo. É preciso saber ouvir o consumidor de uma maneira ampla para intensificar o relacionamento, despertar interesse e desejo, efetivar a venda e, principalmente, consolidar a posição no mercado de maneira permanente. Esse é o desafio que deve ser trabalhado todos os dias.

Gerenciamento de crises

No final de novembro de 2023, o mundo da inovação e inteligência artificial recebeu com surpresa a decisão do conselho consultivo da OpenAI...