quarta-feira, 21 de março de 2012

Um ídolo pode eternizar uma marca


Quem é mais famoso: Santos ou Pelé? Barcelona ou Messi? As respostas viriam recheadas de justificativas, emoções, exclamações. Contudo, sem amparo de pesquisa. No entanto, uma verdade é absoluta: um ídolo eterniza uma marca.
Quantas vezes somos impulsionados a comprar ou mesmo experimentar um produto por indicação publicitária de um ídolo? Isto acontece porque somos tomados por uma carga emocional que nos projeta para perto de quem idolatramos, e dentro de nosso ser, nos faz mais próximo de suas realizações. Ao fazermos uso do produto, nos sentimos mais próximo do Olimpo; verdadeiros deuses.
São esses ídolos que carregam multidões aos estádios; estimulam telespectadores a ficarem horas em frente a um televisor, vibrando com cada lance. São eles que também fomentam o aumento das torcidas, pois, como os adultos, as crianças (futuros torcedores) buscam se espelhar em “grandes heróis”. Por isso, é louvável a atitude que alguns poucos clubes mantêm com seus ídolos, criando planos de carreira, produtos especiais, ações de marketing, potencializando o poder de mídia, orientando-o para o profissionalismo e dando apoio psicológico, enfim, cuidando para que o seu astro renda todos os benefícios possíveis para a equipe dentro e fora dos campos.
Costumo dizer que um jogador só é caro para um clube quando ele não dá retorno. E é preciso saber dimensionar o retorno sobre vários aspectos: rendimento dentro de campo, imagem institucional agregada, potencial para contratos publicitários, aumento no número de torcedores a médio e longo prazo, venda de produtos licenciados, estimulo aos projetos de sócio-torcedor, incentivo para que outros profissionais sejam seduzidos a jogar na equipe, relacionamento com integrantes do clube (jogadores, comissão técnica, diretoria, torcedores), relacionamento com a imprensa. Enfim, é uma engenharia complexa para ser administrada, mas que, bem feita, trará um retorno fantástico para o clube gestor.
Levando-se todos os atributos em consideração, e tantos outros a adicionar, teremos um índice potencial elevado para rotular o valor de um ídolo. No processo gestor de um clube moderno, não cabe complacência e descaso com o acaso dos acontecimentos em torno da carreira de seus atletas. É fundamental planejar, ousar e atribuir metas e objetivos para que todos remem na mesma direção. Isto desde o atendimento na portaria do clube até a comemoração de um gol; porque nenhum associado ficará contente com um porteiro mal-humorado e nem um patrocinador com um jogador que, no momento mais sublime do futebol, tira a camisa e apaga a chance de aparição da marca patrocinadora. Tudo deve ser pensado metodicamente para que a engrenagem funcione com perfeição.
Se tudo estiver funcionando corretamente, então será mais fácil administrar e obter resultados. Estes passam a ser consequência do bom trabalho realizado, e atrelado a isso, aumenta-se a liquidez permanente e o valor de marca. Uma fórmula que vem dando certo no Barcelona e que pode ser expandido para outros clubes. E se tiver um ídolo em potencial para ajudar nessa missão, então o esforço coletivo será menor, desde que, haja sabedoria para cuidar da galinha dos ovos de ouro e não apenas cozinhá-la ao menor despertar de fome.

2 comentários:

Georgios disse...

Desculpe-me discordar, Laércio. A verdadeira fidelidade do torcedor é com o clube, e não com o ídolo. Não estou menosprezando a importância do ídolo, afinal é com ídolos que se constrói uma boa relação entre torcedores e clubes. Mas a verdadeira paixão do torcedor é com o clube, do qual ele se sente dono. O torcedor apenas idolatra o ídolo enquanto esse ídolo permanecer fiel ao clube. Basta uma traição e esse ídolo passa a ser odiado e execrado pela torcida. Não acredita? Então procure saber quantas camisas do Kleber Gladiador são compradas pela torcida do Palmeiras. Até mesmo as que já foram vendidas no passado, não são mais ostentadas pela torcida, algumas esquecidas no fundo da gaveta outras jogadas no lixo e até queimadas na churrasqueira.

Laércio Pimentel disse...

Georgios, primeiro, obrigado pela companhia aqui. Talvez a gente não discorde tanto assim. Também sei que as coisas acontecem da maneira como você relatou e, particularmente, acompanhei o fato citado de muito perto. Entretanto, temos dois outros ícones: Ademir da Guia e Marcos, os quais estarão para sempre na mente e coração dos torcedores palestrinos. Mas, não apenas para palmeirenses; para todos os torcedores do futebol. Mesmo o mais fervoroso adversário não tem como negar as capacidades de ambos, e enaltecê-las.
E sob este ponto de vista que procurei trazer luz ao tema. Sabemos que sem o time, não haveria ídolos. Contudo, um ídolo capacitado e bem trabalhado pode eternizar uma marca e transpor barreiras que, o clube por si, não poderia. Veja o caso do Pelé, foi possível parar uma guerra para assistir ao craque (não param para ver o Santos, mas o Rei do Futebol).

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