quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

A força está no equilíbrio


 Todas as vezes que tomamos uma posição estamos na realidade abdicando ou favorecendo a um dos lados. Certo ou errado é um ponto de relatividade, de paradigma, de época, de visão. Numa discussão os dois lados sempre têm razão. Afinal, é só estar do lado contrário, pensando como tal, para entendermos as razões e os argumentos de cada um.
Lado A ou lado B são partes do sistema duo, no qual todas as coisas na Natureza só existem pelo próprio contraditório, senão vejamos: a luz e as trevas; o preto e o branco; o céu e a terra; o silêncio e o som. A existência de um se complementa na do outro. O que torna de fato um lado certo ou errado é o extremismo. Uma religião extremista deixa de fazer bem ao espírito e causa danos aos seguidores e até mesmo para quem não faz parte da crença. Uma visão política extremada pode criar uma série de fanáticos ao invés de solucionadores de problemas sociais. Uma relação amorosa extremada é o prenúncio do fim.
O caminho da centralização, do equilíbrio é sempre a forma mais sensata de ver o mundo, interpretar os problemas, contemporizar situações, remediar males, encontrar comunhão. Os filósofos Lao-Tsé e Confúcio foram os precursores da chamada fonte de equilíbrio espiritual, no qual o homem buscava a centralização de seus atos e pensamentos como forma de vida equânime. O povo Oriental sempre teve a preocupação de estabelecer uma vida mais equilibrada para todos.
Por esse ponto de vista, podemos entender que, graças à miscigenação, o povo brasileiro está mais próximo do equilíbrio do que outros; temos o DNA de todos os povos, raças e credos. No dia a dia, nossas atitudes são mais ponderadas, sem muitos extremismos – salvo casos à parte. Portanto, é natural que as oportunidades de bem-estar fiquem mais próximas.
No processo de comunicação dentro das organizações, lidamos diariamente com experiências de convívio, participação, troca de valores, aceitação de normas, condutas e responsabilidades, enfim, retratamos nossas empresas dentro de um universo paralelo. É por isso, talvez, que acreditamos estar num mundo diferente quando atravessamos os portões do ambiente de trabalho. Cada um acredita que pode dar um rumo melhor ao seu espaço do que o registrado no mundo global, onde pouco pode fazer – é o sentimento da maioria.
Diante de tal cenário, os líderes empresariais têm a difícil missão de estabelecer parâmetros de realidade entre a empresa sonhada e o mundo real, afinal não existe, deliberadamente, um só funcionário que deseja ver sua companhia sucumbir e ele mesmo tornar-se vítima do naufrágio empresarial. Portanto, desenhar um cenário futuro calcado em objetivos, criar estratégias que levem a atingir o planejado, incumbir cada um de desempenhar seu papel com a devida responsabilidade e, acima de tudo, promover uma atmosfera favorável para que todos encontrem a motivação desejada, é o papel preponderante dos líderes do século XXI.
Nossas empresas funcionam como uma orquestra sinfônica. Quanto mais treinados forem os músicos, quanto melhor aparelhados, quanto mais o ambiente for dotado de uma atmosfera motivacional positiva, saberemos que o grupo como um todo estará mais preparado para grandes apresentações, e o sucesso será uma mera questão de tempo.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Um time de futebol vale mais do que parece


Qual seria o valor real de um time de futebol dentro do contexto sócio-político-econômico do país? É claro que se nos abalizarmos pela célebre frase “pão e circo para o povo”, dita pelo imperador romano Vespasiano, então teremos uma discussão para mais de metro. Portanto, gostaria de ficar apenas no contingente do que o futebol representa para as camadas sociais e qual é o valor real de um time.
Para determinação da métrica de valor financeiro de um time de futebol é necessário fazer um levantamento completo de seu campo de influência em diversos setores, não apenas tendo como termômetro o número de torcedores ou os canais de penetração na mídia, como é realizado na atualidade. O poder de uma partida de futebol supera muitas vezes os discursos de diplomatas pelo cessar-fogo em regiões de conflitos, conforme já pudemos apurar nos anos 60, com o Santos de Pelé, e mais recentemente com a Seleção Brasileira, no Haiti. Isto acontece porque o futebol mexe diretamente com a emoção popular; ingênuo acreditar se tratar de acontecimentos pertinentes apenas às classes desfavorecidas economicamente; basta direcionar nossas lentes para os gramados europeus e veremos a elite em peso gritando pelos seus astros como em outros tempos dentro dos coliseus.
Mas então como mensurar esse poderio emocional que muitas vezes beira ao fanatismo? Como operar metricamente a força de uma torcida em detrimento da sustentação de uma marca patrocinadora? Para isso, é preciso nos despir das atuais metodologias cartesianas para a adoção de conceitos cognitivos que evidenciem o valor de tal força motriz. Se a fé move montanhas, então o que não faria por uma marca patrocinadora de futebol?
Nossos dirigentes ainda caminham sobre trilhos da Central do Brasil, distantes ainda de trafegarem em trilhos magnéticos receptivos ao trem-bala. O discurso da maioria ainda é preso ao gerenciamento de gastos mais do que à maximização de recursos para a realização de grandes projetos. Veja o caso da contratação de Ronaldinho Gaúcho, por exemplo, tivemos uma discussão acirrada por parte de dirigentes e da crônica esportiva muito mais calcada na validade do investimento em repatriar o jogador do que no resultado que tal investimento iria gerar. Será que foi levada em conta a representação mundial que o astro traria para a agremiação contratante? Quantas crianças – novos torcedores – seriam somadas ao número de torcedores atuais com o advento da chegada e trajetória do atleta? O ganho de espaço na mídia brasileira e internacional por conta das aparições do craque? As perspectivas de participação em jogos amistosos com valores estratosféricos para ver o time e sua estrela desfilarem em gramados de vários continentes? E o que falar então da possibilidade de vendas antecipadas de carnês para todos os jogos de um determinado campeonato? O aumento do número de sócios do clube? A venda desenfreada de camisas e outros penduricalhos com o símbolo da agremiação? A potencialização do clube como vitrine de futebol para a venda e vinda de outros jogadores? E para que o torcedor não fique triste: o que tudo isso poderia gerar em termos de vitórias e conquistas de campeonatos nacionais e internacionais? Bem, vou parar por aqui, senão o Ronaldinho vai achar que está ganhando uma miséria.
O mais importante da discussão é trazer à luz da consciência que os times de futebol ainda não sabem o real valor que têm no contexto global. E se não conseguem estratificar o valor de sua própria marca, como então poderão usufruir dos ganhos que possam advir dessa nova realidade? É por isso que a palavra profissionalização precisa cada vez mais fazer parte do vocabulário do dirigente brasileiro. É preciso enxergar que o caminho da profissionalização de determinadas áreas é fator estratégico para o desenvolvimento dos clubes, notabilizando ainda mais a gestão de cada dirigente e não perdendo força política como lastimavelmente ainda alguns pressupõem.


sábado, 29 de janeiro de 2011

O esporte pode mais


Aristóles e Confúcio concordavam numa coisa: a família é um Estado em tamanho menor. “Para se colocar o mundo em ordem, precisamos primeiro colocar a nação em ordem; para colocarmos a nação em ordem, precisamos primeiramente colocar a família em ordem”, sentenciava Confúcio, em Analectos. Tal pensamento é mais do que um jogo de palavras, é a construção lógica dos princípios regentes do equilíbrio do mundo.
Se para um mundo melhor, com menos violência, grupos sociais equilibrados – cientes de direitos e deveres, compromissados com o próximo e não apenas consigo – é preciso potencializar a unidade familiar, então cabe dizer que o esporte pode ser um elemento catalisador para o desenvolvimento físico e mental das gerações presente e futuras.
Cada vez mais é preciso fazer as perguntas certas para a construção das respostas mais assertivas. Por que as crianças e jovens não gostam dos ambientes escolares, principalmente se tratando de escola pública? Por que o nível de evasão escolar é tão grande? Por que o atual sistema pedagógico já não atende à demanda do século XXI? Por que o investimento em Educação não é fonte prioritária para o desenvolvimento da nação? Por que as taxas de violência são altas, mesmo com leis duras? É certo que sabemos a resposta de cor de uma ou outra pergunta, porém, é preciso observar com lentes mais potentes o que ocorre de fato nos bastidores de cada situação, somente assim, encontraremos a resposta definitiva para tais questões. O certo é que o esporte, enquanto modelo de desenvolvimento social, é um grande motivador não apenas no aspecto físico e mental, da saúde, mas também para que crianças e jovens tenham mais estímulos para frequentarem as escolas ao invés dos portões, ruas e bares dos arredores. Para quem gosta de matemática a conta é: cada criança no esporte é uma pessoa a menos na cadeia; o mal não se combate no efeito, mas na causa.
O período de Copa do Mundo e Olimpíadas no Brasil pode ser a força motriz para o desenvolvimento de um extenso programa de práticas esportivas no país, criando grandes celeiros de atletas, ampliando o grau de interação educacional por meio desse estímulo, tirando crianças e jovens das ruas para a inserção de um programa duradouro de formação de grandes cidadãos. É o momento exato de potencializar a participação de clubes e associações recreativas. E qualquer bom profissional de marketing sabe, não há marca ou empresa que não gostaria de participar desse jogo.
 Mas se a lógica aponta o caminho para a construção de uma sociedade melhor, então por que não pôr a teoria em prática? Dizem que é mais fácil destruir um castelo de cartas do que propriamente montá-lo. A crítica sempre é mais fácil do que a atitude pró-ativa. Então o caminho seria inflar nossos representantes políticos por meio de cobranças; participar de maneira mais atuante nas entidades representativas, nas empresas, nas escolas, nas instituições; repercutir a ideia por meio dos meios que tivermos ao nosso alcance; enfim, fazer o máximo de cada um para que a somatória de esforços seja algo representativo para a construção de uma sociedade mais justa. E se tem algo que possa realmente transformar um país em algo consistente é o tripé: educação, cultura e esporte. Mãos à obra!

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Crise é para ser resolvida


Em tempos de vacas gordas ninguém gosta de pensar nas dificuldades. Adotar atitudes preventivas e preditivas não é uma questão de pessimismo, é uma lógica racional para enfrentar um possível problema. Aquele que antevê os acontecimentos com base na análise de dados e informações, do conhecimento e da experiência, e até mesmo na intuição, está acima da média, pronto para garantir o sucesso de qualquer negócio.
A crise nunca anuncia quando chega, nem quando vai aportar. Costumo dizer que é preciso pensar naquilo que ninguém ousa pensar, somente assim poderemos tomar atitudes de precaução para salvaguardar o sucesso do planejado. Um plano de comunicação é uma ferramenta útil e eficaz não apenas para orientar as empresas sobre tudo o que acontece no dia a dia da organização, mas também para aquilo que supostamente possa acontecer, mesmo quando não desejamos. Uma companhia aérea que não assume o risco da queda de um avião jamais colocará uma aeronave no ar. Não é desejar o fato, mas saber que, mesmo o indesejável, pode acontecer. Então, é preciso adotar uma série de medidas para que o fato não vire realidade, e se porventura vier a ocorrer, então é preciso estar preparado para dirimir problemas, enfrentar as dificuldades e recolocar tudo nos trilhos, afinal, o show tem que continuar.
Como tocar uma fábrica de produtos químicos sem conhecer os reais riscos pertinentes à produção, armazenamento, transporte e assistência pós-venda? Como não prever todos os cuidados a serem adotados para salvaguardar os direitos e a saúde dos moradores do entorno da fábrica? Como não ter preparado um esquema de ação emergencial para lidar com as situações que possam fugir ao controle em caso de acidentes? Pois é prevendo e adotando medidas e ações para que tais fatos não aconteçam, e acontecendo, para que não tomem proporções de descontrole e desinformação que a empresa poderá estruturar-se de maneira homogênea e integra para o sucesso presente e futuro.
Uma marca não é apenas o desenho de um logotipo com um belo slogan. É a reunião de uma série de adjetivos, percepções, atrativos, aspectos concretos e subjetivos, reunidos em torno de uma empresa; é como o reflexo de uma imagem num espelho; imagem esta composta a muitas mãos. Portanto, todos têm uma parcela de responsabilidade pela edificação, manutenção e até mesmo na destruição da imagem institucional. Digo que o profissional de comunicação é apenas o regente da orquestra, mas se um dos instrumentos não estiver em harmonia com os demais durante o concerto, então tudo estará arruinado.
As crises existem para serem enfrentadas, contornadas, vencidas. O que não podemos fazer é fingir que elas são produtos da imaginação. Diante disso, devemos estar preparados para colher exatamente aquilo que plantamos. O plano de comunicação é a metodologia para a preparação da terra em tempos de sol e de trovoadas. Sem tal instrumento, não há crise que possa ser superada.


sábado, 22 de janeiro de 2011

Sustentabilidade não é brincadeira


O clima no globo terrestre tem mandado recados cada vez mais pontuais. A sustentabilidade não é um tema para ser tratado como mera frase retórica ou de moda. É preciso que todas as instituições governamentais e privadas, a sociedade em geral, abram os olhos para os níveis de catástrofes que acontecem todos os dias. As geleiras derretendo, inundações em várias partes, nevadas como nunca ocorridas, terremotos, furacões, tempestades cada vez mais frequentes, enfim, ninguém está salvo, nós brasileiros também não escapamos da tragédia.
Entretanto, quando recebemos as notícias sobre os últimos acontecimentos na Natureza, não há efetivamente nenhuma ação mais concreta com relação às práticas de sustentabilidade que arrefeçam tais eventos nos próximos anos e décadas. Ao contrário, tudo parece ser visto de forma natural, como se o próprio planeta fosse dar conta do que vem acontecendo com o meio ambiente.
A responsabilidade tem que ser entendida e partilhada entre todos. Não é possível viver na Terra de maneira irresponsável, como se tudo fosse atribuição dos outros, sem comprometimento com a salvaguarda do meio ambiente, das condições de preservação da biosfera, com a manutenção da camada de ozônio, com a redução imediata da emissão de CO, com a redução drástica do desmatamento, com o estímulo à utilização de combustível renovável, a criação de novas fontes de energia, programas permanentes de educação ambiental nas escolas e empresas, campanhas educacionais nas mídias, enfim, uma série de ações que nos tirem do estágio atual de gravidade máxima para a zona de perigo, senão não teremos muito o quê fazer.
Hoje já não é permitido dizer que não sabemos exatamente o que está acontecendo. É possível saber de tudo, em todos os lugares em real time, via internet e outras fontes de informação; é possível enviar um e-mail e cobrar nossos representantes políticos; é possível lançarmos campanhas em mídias sociais; divulgarmos ações predadoras do meio ambiente; estimular ações de preservação ambiental; compartilhar informações; esclarecer dúvidas; questionar; sugerir; inovar. Estamos diante de um tempo em que temos tudo para fazer diferente, fazendo a diferença. É através das ações particulares que poderemos criar uma malha protetora do planeta, sem devaneios, mas com determinação e práticas que tragam resultados concretos para todos.


Gerenciamento de crises

No final de novembro de 2023, o mundo da inovação e inteligência artificial recebeu com surpresa a decisão do conselho consultivo da OpenAI...