quarta-feira, 27 de outubro de 2010

O que será o amanhã?

Quando ouço falar em Sustentabilidade, vem à mente: será que estamos fazendo as perguntas certas? Será que estamos realmente educados para preencher as necessidades de nossos tempos? Será que temos a real dimensão do quanto é importante para a continuidade do mundo – pelo menos dentro dos padrões que estamos acostumados a viver – a criação de uma nova cultura social?
São muitas discussões sobre quem será o melhor presidente, porém, na contramão da evolução social, conduzimos nossas fracas lideranças para temas que já deveriam estar sepultados há pelo menos centenas de anos. A discussão sobre aborto, crenças religiosas e temas afins não poderia ser pauta de um plano de governo do século XXI, nem tampouco ser a bússola condutora dos rumos do país. Mas como o tema é de valor significativo para a maioria – segundo pesquisas –, os candidatos por sua própria condição de “eleição a qualquer custo” são submetidos, e se submetem, aos imbróglios messiânicos de nossa época.
Estamos vivendo tempos cruciais para a sobrevivência de nossos sucessores neste planeta. Tudo o que fizermos de hoje em diante, até 2012, será determinante para que haja algum futuro ou futuro nenhum. O alerta foi de Rajendra Pachauri, então presidente da Assembleia da ONU, no sumário final do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), publicado em 2007.
Sabemos que é impossível interromper as emissões de CO₂ bruscamente. Contudo, caso cresçam à metade da taxa projetada, “o efeito cumulativo do aquecimento, por volta de 2100, será uma elevação de 3 a 5°C na temperatura, em relação à época pré-industrial”, segundo apontamentos do relatório da Sigma Xi (Sociedade de Pesquisas Científicas). Isto poderia provocar elevações do nível dos mares, secas e inundações em escala bíblica, comprometendo a habitabilidade do planeta. Esta é uma previsão otimista frente ao prognóstico de muitos climatologistas, que apostam numa elevação de temperatura bem maior.
Então vem a pergunta: o que podemos fazer? Ou melhor: o que devemos fazer? Primeiro, entender definitivamente que a responsabilidade é de todos: governos, empresas, sociedade. Segundo, mais uma vez a transformação de nossa sociedade só acontecerá por meio de duas forças: as guerras ou a educação – não é preciso ser muito inteligente para dizer qual seria o melhor caminho. Diante disso, é necessário investir maciçamente num plano de educação sustentável para garantir a manutenção do planeta, caso contrário, não haverá espaço para nenhum outro tipo de investimento onde quer que seja.
A política de investimento para a implantação do plano de educação sustentável deve contemplar escolas de ensino fundamental, médio e universitário; empresas; associações e entidades de classes; campanhas na mídia; enfim, todos os meios e oportunidades para a difusão de uma nova cultura.
O momento é agora! Nem amanhã, nem depois. Como sugere o lema da Sigma Xi: “evite o incontrolável e controle o inevitável”. O amanhã agradece.

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