quarta-feira, 14 de março de 2012

A sociabilidade é o capital da internet


Adam Smith explicou como o capitalismo funcionava; Karl Marx explicou por que ele não funcionava. Agora está na hora de entender uma nova dinâmica de capital: a sociabilidade na internet.
Sem medo de errar, as redes sociais serão catalisadoras dos negócios nos próximos anos. Ou melhor, o relacionamento praticado nas redes sociais será fundamental.
Já não é de hoje que empresas, governos e demais instituições públicas e privadas estão de olho no que acontece dentro da internet. Cada vez mais cresce o número de navegadores, é maior o volume distributivo de banda larga, o número e a diversidade de máquinas de acesso, as possibilidades de comunicação por meio dessa galáxia tecnológica chamada internet.
É quase impossível transitar em qualquer parte do mundo sem ver alguém teclando, postando, fotografando, gravando, lendo notícias em seus smartphones, laptops, tablets e outros mecanismos de acesso. Existe uma necessidade psicossocial de que tudo deve estar na rede. Aconteceu, clique! Pronto, lá está no YouTube, no Facebook, no Twitter e em outras tantas plataformas.
Isto tudo gerou uma massificação de novos tipos de relacionamento entre as pessoas, entre as empresas, entre negócios e consumidores. Daí surge uma necessidade: é preciso entender, decifrar, esmiuçar tudo o que está acontecendo, a fim de criar estratégias pontuais para cada tipo de negócio.
E o bolo está crescendo. Até outro dia, discutia-se a entrada ou não das empresas no mundo das redes sociais; hoje já se discute os caminhos e práticas para as próximas décadas. Ou seja, se tiver alguém ainda pensando que poderá sobreviver fora das redes é bom economizar para o sepultamento, será inevitável.
Bill Gates já havia sugerido, em meados dos anos 90, a estrutura de base para análise de dados provenientes da internet, a chamada data mining (mineração de dados) como fonte de captação e entendimento acerca do que acontece nesse universo. Com esses elementos em mãos é possível entender o que pensa o consumidor, perceber as tendências, potencializar relacionamento, criar estratégias, enfim, estar mais próximo de boas práticas sociais.
O capital do nosso século já tem nome: relacionamento, ou se preferir, sociabilidade! Então é preciso colocar o bloco na rua, ou melhor, nas redes, e buscar todos os elementos disponíveis para fazer do presente o passaporte para o futuro. E o futuro é agora!

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Sua excelência a escola de samba


O nível de excelência de uma escola de samba é tão grande que a pontuação não se faz do zero até a nota máxima, parte-se da nota máxima em cada quesito, então, na análise do júri, a escola pode perder pontos por pequenos detalhes. Isto resulta num sentimento coletivo de pertencer a uma entidade maior, uma estrutura campeã, que abre suas portas para que cada um também seja grande – é o tal pertencimento.
São esses detalhes peculiares que fazem com que uma escola de samba obtenha êxito digno de dar inveja ao mundo corporativo. Todos os integrantes sabem exatamente quais são as metas e objetivo da agremiação; qual deve ser sua participação e como ela contribui para o resultado final; conhece a responsabilidade e sabe que a falta de comprometimento resulta no fracasso coletivo. Assim, todos cobram de todos e os resultados são acompanhados e mensurados pelos próprios integrantes, sem deixar de ter uma visão mais apurada dos líderes de cada ala (departamento).
Fortalecer o instinto motivacional dos membros de uma equipe faz parte da estratégia de conquistas e realizações. É preciso dar elementos factuais, revestido por análises pontuais, a fim de despertar o desejo individual e de grupo rumo à conquista proposta pelo planejamento. As pessoas devêm sentir-se como integrantes de algo maior; é o sentimento de pertencimento que faz com que uma empresa, time, associação ou qualquer outro tipo de representação tenha força e alcance seu objetivo.
Ter uma análise clara sob todos os aspectos que envolvem o nosso momento atual, além de ser esclarecedora para conhecermos os pontos fortes e fracos de nossa existência ou projeto, é também um momento de reflexão para identificarmos o potencial para alcançar o almejado objetivo. Ninguém vai chegar à lua tendo apenas um trampolim. A realidade determina o nosso ponto de partida, mas não diz aonde iremos chegar. É aí que entra a realidade desejada. É aí que o aspecto motivacional e de integração faz a diferença.


terça-feira, 3 de janeiro de 2012

O poder da comunicação interior


Desde os primórdios o homem trava uma batalha pelo desenvolvimento da sociedade; a evolução é um ponto inatingível e perseguido constantemente. Contudo, o crescimento coletivo depende essencialmente do individual. Já estava escrito no portal do templo de Delfos: “Conhece-te a ti mesmo”. Uma maneira de elevar o potencial humano e conseguir a ascensão tão almejada.
Transacionando da filosofia para a psicanálise, tivemos na figura de Sigmund Freud, a luz sob uma nova base de discussão de temas relevantes para o entendimento do ser humano, com destaque para o desvendamento do inconsciente. Tal estudo reflete a percepção de que o homem pode mais se aprimorar o conhecimento sobre si mesmo, dominar suas emoções e controlar seus atos e instintos para as tarefas que possam resultar em melhorias para si e para seus pares.
Dizem que pessoas que conversam com elas mesmas são loucas, mas loucas devem ser aqueles que não estabelecem uma aliança diária com seu próprio eu; que afugentam suas verdades e não buscam o caminho da excelência todos os dias.
A comunicação intrapessoal é fundamental para quem busca o conhecimento de si mesmo, o aprimoramento de sua relação com o mundo, a supremacia e o controle sobre suas ações, desejos e destino. Elevar o conhecimento é uma forma de promover o próprio ser a um patamar de destaque todos os dias. O comodismo e a presunção de ter alcançado a plenitude é uma armadilha constante, e devemos saber lidar com tais artimanhas da vida.
O ser que conhece mais de si abre a porta para entender o seu semelhante, consegue fazer a troca de paradigmas com mais facilidade e se posicionar no lugar do outro, o que, definitivamente, é a chave para entender como pensam, o que sentem e o porquê de suas ações. Enfim, é o caminho para aprender a conviver em harmonia consigo e com todos.
Se nesse começo de ano, você quiser fazer um investimento certo e lucrativo para sua vida, empreenda no desbravamento do seu “eu”; vá fundo na pesquisa de descobrir o seu interior; mantenha-se longe dos preconceitos e sempre tenha aberta a possibilidade para o novo. Afinal, a comunicação ainda é a melhor maneira de obter bons resultados, o que só depende de você.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

O futuro da comunicação é agora


No último mês, participei de uma série de seminários sobre variados temas em torno da internet, redes sociais, marketing e consumidores. Realidade plausível: estamos diante de um panorama mutante.
Mais do que perceber quais serão as inovações que os atuais meios de comunicação (TV, rádio, jornais, revistas, internet) sofrerão daqui por diante, é notar que as pessoas em si estão em processo de mudança, seja pela nova dinâmica político-sócio-econômica, pela redefinição geográfica do planeta do ponto de vista da mobilidade financeira e política, ou mesmo de novos instrumentais – já não tão novos assim (a internet já tem 40 anos, a web 20 anos) que sugerem uma ruptura daquele modelo estático prevalente durante tantos anos, imposto por meio do cinema, mídia impressa, rádio e TV. As pessoas já não querem mais ficar numa posição receptora; querem estar conectadas com o mundo, participando, dando suas versões sobre os fatos, criticando, gerando conteúdo, atuando como verdadeiros atores no palco da internet.
Isto tudo tem uma simbologia maior perante o enigma: como conduzir os negócios daqui por diante? Como tratar as próximas eleições perante um mercado eleitoral em mutação? Como definir as estratégias de marketing para colocar meu clube de futebol na crista da onda? São perguntas básicas de um extenso roteiro de condutas comunicacionais, que estão na pauta do dia. A resposta está onde sempre esteve, não no produto, mas no consumidor.
Certa vez, o MacDonald’s quis aumentar as vendas dos milk-shakes e contratou uma série de pesquisadores para identificar possíveis mudanças no produto, a fim de torná-lo mais atrativo para o consumo: mais doce, mais grosso, mais gelado. Enfim, quase todos os pesquisadores fixaram seus esforços em torno das qualidades do produto, apenas um, Gerald Berstell, ignorou a bebida em si e focou nos consumidores. Sentou-se numa das lojas e ficou por horas a fio estudando o comportamento do cliente comprador de milk-shake. A primeira novidade identificada foi a de que a maior parcela de venda era realizada no período da manhã, por volta das 8 horas, o que contrariava as suposições iniciais, afinal, aquele era o horário do café e ninguém em sã consciência iria optar por uma bebida gelada tão cedo. Engano. Depois outro fato chamou a atenção, as pessoas compravam apenas o produto sem nenhum acompanhamento e saiam rapidamente para seus carros em direção ao trabalho. Foi então que Berstell deduziu que o produto tinha aquela aceitação matutina por não queimar as mãos, enquanto dirigia; não era grosso para dificultar o consumo e nem tão ralo para terminar logo. Em suma, um produto feito para o consumidor dos novos tempos.
Pois é exatamente esse tipo de atitude que muitas vezes falta aos nossos planejadores e estrategistas de comunicação e marketing. Não precisa ficar brigando contra a correnteza. É preciso apenas aprender a ler nas entrelinhas, saber o exato momento de subir às ondas e surfar. Tudo isso está na fonte: o consumidor.
Neste momento, estamos passando por uma grande mudança comportamental no que diz respeito ao consumo de produtos e serviços. A classe C está tomando conta do mercado brasileiro, já são mais de 100 milhões de pessoas (53,9% da população), 56% estão na internet, 50% são usuários de banda larga e respondem por quase 60% de participação nas redes sociais. Quem não souber fazer a leitura adequada desse novo cenário ficará fora do jogo, seja ele no posicionamento de produtos e serviços, nas próximas eleições, nas estratégias de marketing esportivo, ou de qualquer ação que careça da comunicação para seu sucesso.
Por isso devemos apostar as fichas numa maior compatibilidade tecnológica associada às cátedras de comunicação, filosofia, psicologia, sociologia, antropologia. Tudo isso para cada vez mais entender as nuances do mercado e o sentimento do consumidor. Trilhando esse caminho encontraremos os melhores resultados em todos os âmbitos.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Muitas vozes e pouca audição


Imagine a cena: um navio em meio à tempestade, em alto-mar, a tripulação ansiosa pelos próximos acontecimentos; o falatório toma conta do ambiente; ninguém consegue ouvir o que o outro diz; não há coordenação e entendimento do que está acontecendo ou do que irá acontecer.
Isso é uma parábola da vida corporativa em muitos ambientes de trabalho, clubes de futebol, instituições públicas e privadas. As pessoas desconhecem os rumos da organização; sofrem com o desconforto natural das dificuldades enfrentadas; expelem uma série de opiniões do que acham ser o certo; são bombardeadas por uma interminável cadeia de informação sem objetivos comuns. E no meio desse turbilhão de informações, emoções e contradições, a comunicação sofre ruídos de todos os tipos (boatos, fofocas, comentários infundados, o diz-que-me-disse), dificultando a integração, a união, o entendimento, o compartilhamento e o desapego particular de cada membro em prol de uma causa maior.
Organização e metodologia são fundamentais para se encontrar o caminho a percorrer. Dimensionar o espaço que será atravessado, visualizar os desafios, criar alternativas para enfrentar as dificuldades, planejar tudo nos menores detalhes é primordial para alcançar o sucesso de uma missão. Apenas levantar a vela e esperar que o vento nos conduza a um porto seguro, não é lá uma atitude muito sábia – o azar pode estar à espreita no próximo rochedo.
As pessoas não buscam a derrota como um troféu, ao contrário, elas perseguem o sucesso em todos os instantes da vida. Portanto, a questão comportamental muitas vezes interfere nos resultados de maneira fatídica. Na grande maioria, o medo, é o principal oponente para o crescimento pessoal e profissional; é o fator que mais interfere no processo de gestão de mudanças. As pessoas receiam sair da zona de conforto, mesmo quando estão prestes a fracassar. É importante, nesses momentos, que a liderança saiba enfrentar as dissonâncias comunicativas, reduzir o campo de ruídos, para que o entendimento seja claro sob todos os aspectos: onde estamos, para onde vamos, o que encontraremos, quais serão os ganhos gerais, e o mais importante, como cada um pode contribuir e fazer a diferença para que o objetivo seja alcançado – assuma sua responsabilidade.
A comunicação é a principal plataforma científica para que tudo isso ocorra. Portanto, ampliar a base de conhecimentos sobre as relações pessoais, sobre o individuo, sobre o comportamento dos grupos e da sociedade, é pressuposto básico para uma navegação tranquila pelos mares corporativos da vida.

sábado, 15 de outubro de 2011

A solução está no problema


Uma crise começa quando falha a boa gestão de comunicação. Quando não há entendimento, sobra desavença. É por isso que não adianta buscar soluções mirabolantes longe do núcleo das crises. É preciso um trabalho apurado de seleção dos fatos e acontecimentos, análise criteriosa, distanciamento racional e emocional, visão apurada e comprometimento com a solução.
Já percebeu que numa discussão os dois lados sempre têm razão? Basta se colocar no lugar do outro para entender seus motivos e porque, quase sempre, refuta o que defendemos. Como diria a sabia vovó: cada um quer puxar para o seu lado. Concordar com a parte contrária depende de três fatores: desprendimento, entendimento e convencimento.
Desprender é estar aberto ao novo. Saber o quanto ainda temos para aprender. Não ficar preso a dogmas e processos já exauridos. Isto requer uma boa dose de humildade para entender a máxima filosófica: só sei que nada sei. Ou melhor, temos um universo inteiro para desbravar. Nada é definitivo.
No que diz respeito ao entendimento, é uma questão milenar. Pessoas individualmente, grupos e povos inteiros de muitos países têm se debruçado sobre essa questão para alicerçar a paz entre todos. Ainda estamos distante do ideal coletivo, mas próximos do melhor que podemos fazer individualmente. Portanto, conhecer nossos próprios limites e dos outros é uma etapa importante para melhor entendimento entre as partes.
Já para convencer alguém é preciso estar em sintonia emocional e racional com a pessoa, senão teremos uma disfunção cognitiva de interpretação dos fatos, e os problemas sempre saltarão aos olhos ao invés de soluções.
Desespero, destempero emocional, egos inflados, falta de humildade são os piores companheiros nas crises. Se não pudermos manter o autocontrole e conduzir uma conversa na direção da solução mútua, então não estamos preparados. É preciso trocar de paradigma para entender a percepção do outro, e a partir disso, abrir janelas para o entendimento generalizado, para a participação em torno de ideias e sugestões, para a melhor convivência, para a oportunidade de gerar soluções duradouras.
Não adianta querer debater situações sob o ponto de vista único de nossos interesses. É preciso ampliar o leque de discussões para criar possibilidades múltiplas de solução do problema, afinal, o importante não é quem tem razão, mas como encontrar a melhor solução.

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Quando a casa não está arrumada o mundo parece uma bagunça


De que adianta produtos de primeira linha, tecnologia de ponta, marketing notório, mercado em ascensão se a mola propulsora para que tudo isso aconteça não está azeitada?
Faço referência à comunicação interna das empresas, das instituições, dos clubes de futebol. Quando todos os integrantes de uma organização não estão imbuídos do mesmo pensamento, conhecedores das suas metas e do objetivo almejado pela organização, então tudo parece distante de se tornar realidade. Funcionários que não estão integrados são “zumbis corporativos”; pessoas que fingem trabalhar, diretorias que fingem acreditar.
A comunicação interna é tão importante para o sucesso de um projeto e de uma organização quanto qualquer outra atividade da comunicação corporativa (marketing, assessoria de imprensa, redes sociais, relações públicas, propaganda e publicidade). Não é possível existir um grupo coeso quando não há entendimento sobre os rumos que a organização está tomando, onde ela quer estar no tempo futuro, qual é a importância de cada elemento para atingir o objetivo, quais são as etapas para realizar metas. Portanto, é função da liderança agir como se estivesse numa nau, como um capitão que convoca sua tripulação para desbravar oceanos em busca de novas terras, com cada um sabendo o objetivo e suas respectivas responsabilidades, entendendo a importância de cada ação para todos, sabendo que o cumprimento de suas funções individuais será de suma importância para o sucesso de todos.
E se não fosse apenas por todos esses motivos, a importância da comunicação empresarial é entendida como uma ferramenta estratégica para inibir a rádio peão, as fofocas, os boatos, os conflitos de interesses, os mal-entendidos. É o portal para o entendimento entre chefias e funcionários, para ampliar a simpatia dos familiares pelo mundo da empresa, para favorecer o bom boca a boca, para estimular a participação das pessoas no sucesso de cada projeto, enfim, para melhorar a performance individual e coletiva da organização.
Portanto, da próxima vez que tiver de questionar as baixas vendas de sua equipe, o desempenho de qualidade de produtos e serviços, ou a fraca performance de sua equipe de futebol, pense se não está faltando um bom programa de comunicação interna para dar sustentação a tudo isso? Afinal, sem entendimento coletivo não há sucesso que perdure e nem mal que se acabe.

Gerenciamento de crises

No final de novembro de 2023, o mundo da inovação e inteligência artificial recebeu com surpresa a decisão do conselho consultivo da OpenAI...