segunda-feira, 19 de julho de 2010

Padrões de comportamento ditam a empresa do amanhã

Olhar a comunicação empresarial apenas sob o ponto de vista da execução é uma visão muito limitada. O planejamento deveria passar por todo um sistema de observação sobre o que acontece com os indivíduos a cada momento, portanto, é preciso ter mecanismos e metodologias de estudos integrados a programas de comunicação, os quais permitam extrair informações precisas acerca dos padrões de comportamento dos funcionários.
O trabalho conjunto entre profissionais de comunicação e de recursos humanos sempre favorece à criação e valorização do capital intelectual das empresas. Não é possível obter valor de marca, produtividade, sustentabilidade, lucratividade sem ter como indicador de alerta os padrões de comportamentos dominantes na empresa. Tais elementos são responsáveis por uma leitura fiel sobre a evolução cultural da organização, os aspectos motivacionais para a realização de metas, o melhor momento para potencializar determinadas campanhas, os assuntos merecedores de melhor abordagem nas publicações empresariais, enfim, uma cartilha para aperfeiçoar as ferramentas de comunicação e integração da empresa.
A comunicação integrada deve ser cada vez mais bem aparelhada de metodologias para responder às necessidades do mercado. Hoje, o tempo de resposta para as necessidades é cada vez mais curto. Diante do desafio, o aperfeiçoamento do planejamento de comunicação deve ser constante, e o monitoramento, permanente.
Não se trata aqui de fiscalizar o que acontece a cada instante, longe disso. O que precisa ser analisado é a reação a cada ação promovida pela empresa. Com esse feedback é possível mensurar o retorno e potencializar os trabalhos atuais e futuros.
O próprio aperfeiçoamento profissional de cada membro depende do sistema de observação e avaliação adotado pelas organizações. Diante disso, o trabalho dos profissionais de comunicação deve ser próximo ao dos profissionais de recursos humanos; a somatória das duas cátedras pode influenciar significativamente o desenvolvimento de uma empresa.
Estamos num momento crucial em que é preciso investir na catalisação de novos conhecimentos, distribuição sistemática de informações para tomada de decisões, maior integração interdepartamental, potencialização da gestão de negócios. Mas isso só será possível se tivermos como meta o trabalho da construção de um sistema nervoso digital (termo criado por Bill Gates, em 1996) para captação de informações, filtragem, tratamento e disponibilização aos gestores. Isto requer o envolvimento primário das áreas de Comunicação, Recursos Humanos e Tecnologia de Informação; com a implantação, então, teremos todos os departamentos e profissionais integrados pelas malhas digitais.
Um projeto como este pode reforçar a unificação do discuro empresarial, aprofundar a discussão e a criação de programas participativos em torno da manutenção do meio ambiente, elevar o grau de qualidade e diferencial competitivo dos produtos colocados no mercado, primar pelo aperfeiçoamento profissional e capital intelectual da organização. Enfim, é uma proposta que merece estudo detalhado para uma implantação em curto espaço de tempo. Assim, as empresas de nosso país estariam ainda mais aparelhadas para competir com o resto do mundo, posicionar nossos produtos no Exterior com maior valor agregado, abrir novos mercados pelo potencial de gerenciar custos e investimentos, ampliar os canais de comunicação para angariar simpatia e satisfação dos usuários dos produtos brasileiros.
Tudo depende de investimentos e vontade empresarial para transformar tais estudos em fator estratégico para a gestão corporativa. É preciso aproveitar o momento pujante pelo qual passa o país para dar consistência e profundidade ao tema proposto, só assim ganharemos lastro de competitividade e progresso em nossas ações.

terça-feira, 13 de julho de 2010

Sua empresa joga como Seleção ou como time de segunda divisão?


 Comunicação corporativa
Quando o expediente começa é como se o juiz tivesse apitado o começo da partida. É assim que muitos líderes e profissionais deveriam enxergar o dia a dia das empresas como um grande desafio esportivo, no qual o objetivo é ganhar campeonatos, encantar torcidas.
Quantos chefes de departamentos olham para seus respectivos empregados como verdadeiros craques para o desenvolvimento de tarefas e atingimento de metas? E os líderes das empresas, será que vivem cada dia como um desafio para vencer as partidas ou apenas como mais um dia que se esvai na transição natural do tempo?
Não é difícil encontrar grupos de funcionários descontentes com o ambiente de trabalho, com a maneira como são avaliados ou tratados, ou mesmo como são conduzidas as políticas das organizações. É sabio dizer que unanimidade nunca será uma realidade, porém, vale lembrar: quanto mais próximo do consenso, mais próximos de grandes resultados.
Nesse ambiente de dúvidas e busca pelo acerto, a comunicação interna é de suma importância para atingir objetivos,  conquistar mercados e construir um ambiente cada vez mais positivo para a realização de todos.
Hoje temos uma série de ferramentas e metodologias para melhorar a comunicação interna das empresas, porém, o emprego de tais mecanismos são feitos quase que por inércia, sem parâmetros adequados, sem os componentes culturais e humanísticos necessários ao sucesso dos programas de comunicação.
Num ambiente de tecnologia movido a cliques, links e conexões é preciso ter em mente sempre o propósito básico de comunicação com pessoas e não com máquinas. Portanto, devemos aprimorar as técnicas comportamentais para melhor alinhar os discursos e saber interpretar as necessidades de quem está do outro lado. Não podemos inverter a situação e trabalhar a comunicação com base apenas na criação e utilização maciça de ferramentas digitais; essas são apenas os meios de condução para as mensagens que desejamos transmitir.
Vamos afinar os programas de comunicação com base naquilo que de fato é importante para o sucesso das empresas: as pessoas. Dentro dos ambientes mais complexos e dos desafios mais pontuais é preciso saber fazer a leitura correta das necessidades de cada equipe, de cada astro que entra em campo. Cada empresa é uma Seleção dotada de especialistas em diversas posições; na somatória e na coesão de suas ações determinam o ritmo das jogadas, encantam públicos, defininem partidas e conquistam campeonatos. Enfim, jogam como Seleções e não como times de segunda divisão.

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Em campo: Adidas x Nike

Marketing esportivo

Quando as Seleções de Espanha e Holanda estiverem em campo fazendo a final da Copa do Mundo 2010, nos bastidores será travada mais uma batalha pelo coração e mentes dos consumidores do mundo inteiro. Adidas, patrocinadora da Espanha, e Nike, da Holanda, disputam um mercado estimado em 370 bilhões dólares (1997), segundo a revista Forbes. É praticamente 1 bilhão por dia.

A Adidas é patrocinadora oficial da Copa, a Nike corre por fora. Antes de começar o maior evento futebolístico do mundo, parecia que a empresa alemã sofreria um descaso do acaso marqueteiro, a famosa bola Jabulani recebeu crítica pesada de todos os lados; na internet, segundo pesquisa Nielsen, a disputa foi favorável à Nike no critério buzz online. Hoje a realidade é bem diferente. A Adidas conseguiu emplacar duas seleções patrocinadas entre as quatro finalistas (Espanha e Alemanha), enquanto que a Nike foi salva pela classificação da Holanda. Na internet, o buzz online foi invertido: a Adidas assumiu a liderança com 25,1% das lembranças, deixando o segundo lugar para a rival. A Jabulani, ganhou status e caiu na graça do público, vendendo 13 milhões de unidades.

Passando a régua e fechando as contas, a Adidas espera encerrar o ano com faturamento de 1,5 bilhão de euros, 15% superior ao faturamento recorde do ano passado, e 25% acima dos valores da Copa de 2006; parodiando o significado de Jabulani, uma celebração.

A Nike levou à risca o slogan “Escreva o Futuro” e já antecipou as pretensões para os próximos cinco anos; deseja saltar de um faturamento de 19 bilhões de dólares para 27 bilhões por ano. O foco será o Bric (Brasil, Rússia, Índia e China) com aporte de 500 milhões de dólares por ano para aquisições e parcerias locais.
O próximo palco de disputa já tem cenário definido. O Brasil receberá todos os holofotes em 2014 e desde já é a menina dos olhos do marketing mundial esportivo.


Diante dessa oportunidade, as empresas devem planejar suas estratégias de comunicação para abraçar não apenas um mercado de 190 milhões de brasileiros, mas também de turistas e visitantes virtuais com pré-disposição para receber informações e conquistas; a criatividade está à prova.

http://www.youtube.com/watch?v=Xb5ZHeUdZEw

Orange Is The Colour Of Insanity

segunda-feira, 5 de julho de 2010

O que rege o comportamento humano?

Quando o juíz apitou o final da partida entre Brasil e Holanda, além do sentimento de frustração, o pensamento de como os jogadores e a comissão técnica seria interpretada pelos jornalistas e, principalmente, pelo povo brasileiro. Na madrugada de sábado, no Rio de Janeiro, alguma hostilidade para Felipe Melo (já não foi unanimidade na convocação), agitações à parte em relação ao auxiliar técnico Jorginho, e no mais: aplausos e tietagens. Em São Paulo, a Seleção perdeu a chance de receber tratamento similar – saiu pela porta dos fundos. Em Porto Alegre, uma recepção modesta, porém, calorosa para o técnico Dunga. Saldo final: os brasileiros aceitaram o resultado como bons desportistas?

Acredito que do ponto de vista social existem elementos a mais para serem analisados. Um dos aspectos poderia ser a de que vivemos outra realidade econômica e social em nosso país, um patamar avançado em relação a tempos idos de outras Copas do Mundo. Seria o fardo de um Brasil mais justo o remédio para os anseios e cobranças que tanto perseguiram a Seleção Brasileira, ou foi apenas uma notável percepção de que fizemos o nosso papel da melhor forma possível e o resultado do jogo foi um detalhe?

Dentro desse ambiente de investigação comportamental ainda existe outro ingrediente: o conflito entre Dunga e a imprensa brasileira. Como se sabe os brasileiros tomaram partido do técnico gaúcho, visto os milhares de twitters, e-mails, manifestações pela internet pró-Dunga. É possível dizer que essa aliança emocional também tenha sido um elemento atenuante para críticas mais severas em relação ao resultado final obtido.

Na seara de estudos dos padrões do comportamento humano é preciso que fique claro quanto é importante perceber os mecanismos que regem o comportamento humano, pois são eles os ingredientes para o entendimento das ações antiviolência, do aplacamento de revoltadas juvenis, da catalisação de ações sociais, do melhor convívio entre seres humanos, seja no aspecto institucional, social ou mundial.

O que pode ser uma situação corriqueira, sem grandes pretenções de estudos pelos acadêmicos das áreas humanas, pode conter um fundo rico de informações para o melhor convívio humano. Afinal, todas as grandes idéias e invenções do planeta começaram como modelos de observação da ausência, carência ou curiosidade de seus idealizadores.

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Sempre uma via de duas mãos?

Marketing político

A corrida eleitoral pela intenção de votos mostrou nesta semana (24 de junho) a candidada Dilma Rousseff ultrapassando em cinco pontos percentuais o concorrente José Serra. A tônica da discussão acontece numa semana em que o candidato tucano tinha maior visibilidade na mídia graças ao tempo partidário gratuíto na Tv. Curiosamente, no contrafluxo do que era esperado, os números parecem que, magicamente, pularam no colo da adversária. Um erro de estratégia ou apenas a combinação do casamento da imagem de Lula à Dilma?

O certo é que a análise não buscava as causas mas sim as determinações futuras para um contra-ataque. Logo os afoitos de plantão taxavam duas alternativas: manter tudo como dantes e amargar as consequências desastrosas de ver a candidata lulista ganhar dianteira, ou então, mudar o curso da campanha e disparar contra um presidente que detém 85% do apoio populacional do país – soa como suicídio.

É pobre e patético ver que as vertices de comunicação do mundo político ainda trafegam tão comumente pelas duas vias do contra e do a favor. Existe uma falta de criatividade, de visão de futuro, de propostas, de audácia comunicacional.

O simbolismo ideológico e figurativo apresentado pelos nossos candidatos em suas andanças nas alamedas brasileiras é flashback de tempos idos, coloridos pela repaginação de figurinos pré-testados por marqueteiros que entoam palavras de ordem aos seus comandados para serem reproduzidas em momentos certos, nas horas certas. No entanto, falar, até papagaio fala.

Não é só a vestimenta, o modo de falar, as palavras, o sorriso, o programa de governo e outros falsos detalhes que mimetizam a imagem ideal do candidato junto ao coração de seu eleitorado. É preciso criar a “simbiose da alma”, na qual a palavra soa como uma oração; quando as propostas batem fundo ao modo de vida de cada um; quando a postura cria laços de empatia com o receptor. Costumo dizer que não adianta lutar contra a correnteza, é duro ver alguns candidatos que não têm a menor vocação para showman fazerem um esforço descomunal para agradar sua audiência depois de um breve período de treinamento com seus assessores; parecem bonecos de Olinda desfilando pelos palanques tupiniquins.

As aparições televisivas são baseadas em técnicas demodes, sem tempero, sem consistência, sem alma. Por ofício, analiso todos os quadrantes do dia-a-dia dos candidatos, desde as fotos dos jornais e revistas, passando pelos falsos sorrisos na tevê, a voz bem postada nas ondas das rádios, até os twitters garimpados no novato terrítorio da Internet. Nesse centro de observatório comunicacional é possível encontrar contrariados candidatos; contrariados não pela conduta dos roteiros pré-estabelecidos, mas sim pela alma na condução da interpretação das personagens postuladas. Há quem diga que da verdade não se pode fugir; e cada vez mais o eleitor parece saber como revelar a alma eleitoral. Ao longo de campanhas políticas sempre procuro observar a reação das pessoas após cada comício, longe dos holofotes e das câmeras que parecem intimidar a verdade de opinião de cada eleitor. Pois são nesses momentos, comentário vai, comentário vem, que a verdade aparece. E quase sempre, na maioria das vezes, há um descrédito por parte das pessoas em relação as falas mansas e cheias de promessas de como cada candidato poderá transformar o mundo; também noto que a empatia ocorre quando determinadas palavras batem à alma do eleitor, e posso dizer que isso só acontece quando a verdade do candidato bate com a verdade do eleitor. É um desafio que transcende o campo puro da comunicação e abre janelas para a antropologia, psicologia, sociologia, filosofia e outras catedras das ciências humanas na busca do entendimento do ser humano.

A Internet abriu um vasto campo para o estudo do processo eleitoral; as pessoas vão colocando suas posições em frente as mexidas no tabuleiro de xadrez do cenário político nacional. Quando uma jogada é realizada, logo vem um enxurrada de informações e posições diante do acontecido. É nesses momentos que as estratégias podem ganhar espaço para seguir em frente ou ganhar indícios de que é preciso mudar rotas e rever caminhos; enfim, é preciso saber jogar.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Votar com sustentabilidade

Sustentabilidade é a maneira pela qual podemos prover as necessidades dentro dos aspectos ecológico, cultural, social e econômico sem prejudicar a sociedade presente e futura. Diante desse tema tão em voga, podemos englobar a questão política e por que não, as próximas eleições?

Se os eleitos presidente, senadores, governadores e deputados serão os responsáveis na condução das políticas que nortearão o futuro deste país, então é justo e notório que a questão da sustentabilidade esteja intrinsecamente relacionada à questão política, sim!

Como as empresas devem se comportar diante desse cenário? Como conciliar diretrizes éticas, influência do quadro funcional e dos demais públicos, como avaliar e julgar o melhor destino para o futuro de um município, estado e nação? Ou é melhor deixar tudo como está, apenas participando como contribuintes financeiros de campanhas?

Para se atingir um denominador comum, primeiro é preciso trazer à luz a questão da ética empresarial; afinal, o que é ética empresarial? Dentro do lugar comum, ética é o conjunto de princípios e valores que norteiam as nossas decisões, avaliações e julgamentos. Em termos mais simples, é o que pesa e determina o “sim e o não” para todas as decisões. Então, como uma empresa deve intuir que o candidato “x” será melhor do que o candidato “y” não apenas para os atributos de negócios, mas também para os anseios sociais, culturais e de cidadania em geral?

Talvez em virtude da própria complexidade e do campo minado em que se pisa é que as empresas procuram se eximir o máximo possível de tais responsabilidades. Porém, elas sofrem as consequências de suas não-escolhas, pois estarão à mercê das decisões futuras adotadas por tais políticos. Neste caso, até o momento, o que se faz é virar o leme de acordo com os desígnios da maré, do vento e das tempestades. A empresa abre mão de escolher por quais mares quer navegar.

Muitos então dirão que as empresas ao adotarem caminhos de participação e influência mais contundente na eleição dos governantes, então visarão apenas e somente os aspectos importantes ao rumo dos negócios. Se assim fosse, então as empresas certamente seriam geridas por um bando de imbecis que não conseguem enxergar um palmo diante dos olhos, pois uma empresa dissociada da evolução global da sociedade é uma candidata ao fardo da inexistência em pouco tempo.

Tudo hoje está estritamente interligado. Já não é possível produzir uma determinada peça de um maquinário, num bairro distante, sem levar em conta o que é importante para o cliente localizado em outro continente; as exigências dos níveis de produção são cada vez mais condizentes e ditames do próprio anseio de cidadania global.

Cortar árvores sem reflorestamento; empregar menores abdicando da importância do compromisso escolar; produzir poluindo e sem levar em conta a comunidade local; todos estes pontos circunstanciais determinam se haverá futuro para as empresas praticantes.

É difícil perceber interesses de empresas dissociados das necessidades de um simples cidadão, afinal, quando uma sociedade sofre com a falta de saúde, habitação, educação, transporte, saneamento básico, trabalho, segurança, então o resultado de uma maneira ou de outra repercutirá na vida da organização, seja na redução das vendas, na performance de produção, na qualidade de produtos e serviços, na falta de mão de obra qualificada, na criação de capital intelectual, no poder de competitividade, na ampliação de mercado, na consolidação de marcas e produtos, nos lucros e dividendos.

Portanto, se os interesses das empresas estão interligados com os interesses da sociedade, por que então não agir nas campanhas eleitorais? Bem, voltamos ao início. É uma discussão longa, uma luta que precisa ser travada... ou talvez, não?

Gerenciamento de crises

No final de novembro de 2023, o mundo da inovação e inteligência artificial recebeu com surpresa a decisão do conselho consultivo da OpenAI...